Naturalidade: Paraíba
Nascimento: 10 de Setembro de 1862
Falecimento: 1946
Atividade profissional: político
Francisco Camilo de Holanda foi presidente do estado da Paraíba entre 22 de outubro de 1916 a 22 de outubro de 1920. Foi o sexto filho do tenente-coronel Antônio Camilo de Holanda e de Amasile Meira Henrique. Estudou na Escola de Aprendizes Marinheiros entre 1875 e 1879. Formou-se na Faculdade de Medicina da Universidade da Bahia em 1886, aos 24 anos, defendendo a tese “Considerações acerca das moléstias fetais que podem obstar o parto”. Ingressou no Exército brasileiro em 1889, como tenente-cirurgião, e serviu ao 27º Batalhão de Infantaria por dois anos. Holanda fez parte do corpo de saúde do Exército durante 35 anos e foi nomeado coronel em 1920. Casou-se com Mariana Augusta Chaves com a qual teve um único filho, Rafael de Holanda.
Ingressou na vida política como deputado federal, entre 1900 e 1903, pela chapa Venâncio-Epitácio. Findo o mandato, serviu à guarnição do Pará e, em seguida, foi transferido para o Hospital Central do Exército, no Rio de Janeiro. Prestou ainda, serviços à Força Expedicionária de Mato Grosso e, depois, em Pernambuco, já com a patente de Major, no Hospital Militar. Posteriormente, foi nomeado Chefe do Serviço de Saúde do 4º Distrito Militar, em São Paulo. Novamente insere-se na política e é empossado no mandato de deputado federal em 1909 e em 1915. Nesse último mandato, Camilo de Holanda renuncia para se a presidência do estado. Camilo de Holanda tomou posse em 22 de outubro de 1916, juntamente com seu 1º vice-presidente, Antônio Massa, e o 2º vice-presidente, João Baptista Alves Pequeno, logo após desembarcar do Rio de Janeiro no dia 17 de outubro. Seu governo, imbuído do discurso de modernidade da época, é marcado por muitas obras de desenvolvimento e higienização na Paraíba.
A gestão de Camilo de Holanda foi das mais profícuas. Erigiu a Escola Normal, prédio onde hoje se encontra o Tribunal de Justiça, e a sede de A União; abriu a avenida Epitácio Pessoa e construiu a praça Venâncio Neiva, sem o Pavilhão do Chá, que foi obra de João Pessoa, conforme lembra Osvaldo Trigueiro Melo. Construiu a balaustrada das Trincheiras, onde, alguns anos mais tarde, Osvaldo Pessoa, como prefeito, plantou uma estátua do seu construtor. O volume de obras despertou o ciúme da oposição, que lhe moveu impiedosa campanha, alegando desperdício e desvio de verbas. Chegaram a, maldosamente, chamar o seu período de “governo do racha” numa alusão dúbia e injusta à qualidade das obras e a possíveis beneficiamento de correligionários. Nada, porém, teria sido provado. A honra de Camilo permaneceu intacta e reconhecida pelos seus pósteros. Remanesce, apenas, como censura, uma carta de Epitácio, em janeiro de 1920, que pergunta: “Por que despender mil contos numa Escola Normal?”.
Mesmo diante de tais questionamentos por parte de alguns, no governo Camilo de Holanda ainda foram construídas na capital paraibana, dentro de seu plano urbanístico as praças Aristides Lobo – onde foi colocado o primeiro monumento público da cidade, em homenagem a Aristides Lobo; Pedro Américo – com um monumento ao pintor; Conselheiro Henriques; Rio Branco e Bella Vista, e abertas as avenidas São Paulo, General Osório, Maximiano de Figueiredo e Epitácio Pessoa. Ainda foram ampliadas a rede de iluminação e de abastecimento de água e foi reconstruída a ponte sobre o Rio Sanhauá.
Um outro aspecto do processo de modernização da cidade foi a mudança na nomenclatura de suas ruas, avenidas e demais logradouros públicos. Ruas, avenidas e praças da cidade receberam o nome de datas importantes ou de personalidades que contribuíram, de algum modo, com o desenvolvimento do Estado ou do país.
No interior do estado, melhoramentos, como a construção de um reservatório de água no município de Esperança e o saneamento da cidade de Alagoinha, também foram feitos. E, em parceria com a administração federal, no Projeto de Combate às Secas, construiu a estrada de rodagem entre Campina Grande e o município de Soledade. Lançou ainda a campanha de combate a praga da lagarta rosada que destruía os algodoais paraibanos.
Sandra da Costa Vasconcelos
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Camilo_de_Holanda
https://blogdovavadaluz.com/colunista/ascensao-e-queda-de-camilo-de-holanda