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Da Paraíba para o Piauí: 2 monólogos representarão a Paraíba no 11º Festival Nacional de Teatro do Piauí

Laura Moura

O festival conta com produções de companhias teatrais de todo o país. Imagem: Reprodução/Thiago de Assis

Dos palcos paraibanos diretamente para o Teatro Maria Bonita, na cidade de Floriano – PI, os monólogos Valsa Sem Dó, do autor, diretor e ator, Diogo Targino e o Catiço, do areiense Thiago de Assis representam a Paraíba na programação do 11º Festival Nacional de Teatro do Piauí. Com início hoje, o evento gratuito que dura até domingo (28) é promovido pelo grupo Escalet com o apoio da  Secretaria de Cultura do Piauí e Governo do Estado, por meio do Sistema Estadual de Incentivo à Cultura (Siec). Com um total de 20 espetáculos, o festival conta com apresentações de artistas de todo o Brasil, um evento marcado pela arte e diversidade.

Inspirado na obra de Clarice Lispector, A Hora da Estrela, Diogo Targino participa pela primeira vez de um festival com o monólogo Valsa Sem Dó. Solidão, existencialismo e, principalmente, amor são temas abordados na obra repleta de sentimentalismo e delicadeza. Com estreia no festival marcada para o sábado (27), às 19h, a peça narra a história de uma mulher solitária que vive à espera do seu amor, vivendo em um dilema entre a paixão, a solidão e inúmeras outras dúvidas que perpassam a sua vida. 

Com 17 anos de carreira no universo artístico, esse é o terceiro texto de autoria de Targino que também escreveu Meu sonho em três minutos, uma comédia romântica apresentada em Campina Grande, e Quem vai herdar a porca de Maricotinha, produção que ainda não foi para os palcos. Com experiências diversificadas o ator cresce cada vez mais na cena teatral paraibana, se destacando por seus monólogos autorais e encantadores.

Thiago de Assis acompanha Targino nessa aventura com o monólogo Catiço, uma produção histórica caracterizada pela força, resistência e revolução. Baseado em fatos reais, o espetáculo ambientado entre 1915 e 1932, no sertão cearense, aborda sobre os “currais”, os famosos “campos de concentração” da época. Durante uma terrível época de estiagem e seca, famílias de agricultores eram abrigadas nesses locais, tendo que realizar trabalho forçado para não terem que migrar para as capitais. Assim como outras obras de Thiago, Catiço carrega um valor também sócio-político, provocando reflexões no público. 

Thiago representa o município de Areia, sua terra natal. Imagem: Reprodução/ Thiago de Assis

Catiço, além de ser o nome do personagem do monólogo, é uma palavra oriunda de termos usados em terreiros de umbanda e candomblé e significa algo perigoso, agitado, trazendo referências às matrizes africanas. Com apresentação marcada para amanhã, às 19h, a peça foi premiada em 2023 com os títulos de Melhor Ator, Prêmio Especial do Júri, Melhor Cenário e Prêmio do Júri Popular no 11º Festival de Teatro de Ubá (Fetuba), em Minas Gerais. O integrante da Cia de Teatro Taipás segue com suas produções, trabalhando atualmente em seu próximo espetáculo Anteros, o deus do amor, uma sátira sobre um deus grego, que planeja estrear em julho.

Com o coração acelerado, Thiago comenta sobre a sua animação para o evento, uma oportunidade de não só ter seu trabalho reconhecido, mas também de valorizar o teatro nacional e toda a sua força. A Paraíba é abrilhantada por suas estrelas que marcam o início de uma nova era no teatro, repleta de poesia e resistência.

“A minha expectativa para o 11º Festival Nacional de Teatro do Piauí é bastante positiva. O evento costuma atrair uma grande diversidade de companhias teatrais de todo o Brasil, proporcionando um intercâmbio cultural e artístico muito enriquecedor. Além disso, o festival é uma oportunidade para o público local e visitantes apreciarem diferentes linguagens e estilos teatrais. Acredita-se que o festival contribuirá para fortalecer e movimentar a cena teatral no estado, além de promover reflexões e debates por meio das diversas performances apresentadas”, comenta Thiago.

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