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Data de publicação do verbete: 01/09/2024

Tela Azzu

A banda Tela Azzu é mais uma referência na cultura musical paraibana.
Data de publicação: setembro 1, 2024

Pesquisa e texto: Laura Moura

Ano de Criação: 2019

Local de Origem: João Pessoa – PB

Gênero: Percorre diversos estilos musicais como rock progressivo, psicodélico, entre outros

Integrantes: Arthur Vinícius (guitarrista), Diogo Rodrigues (guitarrista), Iann Wilker (vocalista),  Lucas Madruga (baixista) e Marcus Matheus (baterista)

Spotify: Tela Azzu

Instagram: @telaazzu

Canal no Youtube: Tela Azzu

Criada no final de 2019, a banda Tela Azzu é mais uma referência na cultura musical paraibana. Com uma sincronia única, o coletivo é formado por 5 jovens ousados e psicodélicos: Arthur Vinícius (guitarrista), Diogo Rodrigues (guitarrista), Iann Wilker (vocalista),  Lucas Madruga (baixista) e Marcus Matheus (baterista). O grupo passeia por estilos diversificados, abordando temáticas como o existencialismo, além de reflexões sobre a vida e a sociedade, em ritmos que variam desde o maroto Rock Troncho até os sons nordestinos. 

A história da banda começa muito antes de seu surgimento, no ano de 2017. Com o anseio de fazer um som mais pesado e brincar com estilos diferentes, alguns dos atuais membros do grupo já faziam parte de outras bandas, como Pollar e Turmalina Parahyba. Entretanto, devido a falta de sintonia de ideias e ritmo de trabalho entre os integrantes, suas histórias chegaram ao fim. Foi então que surgiu a primeira versão da “Tela Azul” no fim de 2019, pouco antes da pandemia. 

Em seus primeiros meses de desenvolvimento, eles chegaram a gravar algumas músicas no estúdio musical do baterista na época, Felipe Ceará da banda Santo Chico e Marina Peralta. Foi esse companheiro musical que possibilitou os primeiros contatos e ensinamentos sobre captação, mixagem e masterização para o grupo, assunto que aprofundaram com o tempo por conta própria (Iann e Diogo).

Durante a pandemia, à medida que as bandas em que o vocalista (Iann) estava inserido iam chegando ao fim, o artista iniciou um novo ciclo em sua jornada musical. Apesar de ser sua primeira vez compondo algo totalmente solo e contar com alguns lançamentos, ele sentia uma enorme falta de trabalhar com seu amigo Arthur. Foi aí que realmente renasceu a Tela Azzu de hoje, no início de 2021.

Após compartilhar algumas demos, Arthur logo topou a sugestão e eles decidiram convidar mais algumas pessoas para completar o grupo definitivo. Logo eles começaram suas produções, enquanto conciliavam com a tentativa de formação de banda. Após alguns convites, finalmente tudo estava caminhando com as composições, enquanto o Tela Azzu já sonhava com seu próximo lançamento, trabalho que resultaria no álbum Baleia Explode.

“Uma curiosidade sobre o nome da banda é que originalmente seria ‘Tela Azul’ pra fazer um alusão entre a psicodelia e a modernidade, mas no exato mês em que a gente foi postar o primeiro som no Spotify, em 2021, uma banda usou esse nome e postou material antes. Daí como já tinha todo conceito e logo pronta, a gente decidiu ocupar o mesmo número de caracteres e dobrar o ‘Z’ pra fazer alusão a forma como soa a palavra azul no sotaque nordestino”, comenta Iann Wilker em entrevista para o blog O Inimigo.

Conhecido pela mistura ousada de ritmos tronchos, o estilo musical da banda passeia pela MPB, rock, metal, forró e até mesmo jazz, dando luz a um som único e inovador. Com o equilíbrio entre a brutalidade e a leveza, o grupo desenvolve uma sonoridade que transita tanto por influências brasileiras quanto internacionais, dando espaço para a diversidade e liberdade criativa. Sua força baseia-se na capacidade de incorporar o metalcore até a sonoridade nordestina, gerando uma mistura que desafia categorizações tradicionais.

Quanto ao seu processo de criação artística, eles costumam trabalhar de forma colaborativa e aberta para a expressão de todos os membros. Além disso, a banda se esforça para driblar as limitações financeiras e dificuldades diárias, através da dedicação de todos – como foi o caso no início do grupo, período em que não conseguiam encontrar bateristas disponíveis e utilizaram baterias MIDI para as gravações. 

Devido a correria e responsabilidades do dia a dia, as composições são desenvolvidas em sessões curtas de ensaios. Uma alternativa de reinvenção do grupo foi criar e gravar partes das músicas em áudios de celular, para posteriormente montar e refinar nos encontros. Este processo de colagem não só permitiu otimizar a produção musical, mas também resultou em músicas que evoluíram de formas inesperadas, refletindo a influência das artes visuais, uma área de interesse comum entre os membros da banda.

O grupo possui uma rica discografia, marcada pela diversidade de sons vorazes. Entre suas produções estão os singles: ‘Stunado (2021)’, ‘Dd Dd (2022)’, ‘Rgb (2022)’ – com duas composições, ‘Indivíduo Tridimensional (2022)’, ‘Azzu (2023)’ e ‘Os Boyzin (2024)’, seu single mais recente. Todos são banhados por uma ousadia musical e sons eletrizantes que representam bem a estética e desenvoltura do grupo.

Em 2024, a banda lançou o álbum Baleia Explode, que consolidou seu estilo único e sua reputação na cena independente. As composições exploram temas variados, desde experiências pessoais até ficção científica, utilizando um conceito artístico chamado “inframince”, que lida com micro-momentos da experiência humana. Com o sucesso do álbum, o coletivo tem planejado sua primeira turnê fora de João Pessoa, além de preparar novos lançamentos, como documentários e videoclipes, com o intuito de expandir sua presença no cenário musical brasileiro.
A Tela Azzu segue enfrentando desafios comuns às bandas independentes no Brasil, como a precariedade das condições de trabalho em casas de show e a dificuldade em obter reconhecimento na mídia cultural local. Porém, eles continuam lutando com resiliência e dedicação ao seu trabalho, buscando constantemente novos espaços para tocar e divulgar seu som de maneira independente, sendo aclamados pelos amantes do gênero.

Fontes:

https://oinimigo.org/2024/05/05/tela-azzu-estreia-com-sonoridade-troncha/

https://www.youtube.com/channel/UCxqDbB0YkAasseUaD3Ic_Ag

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