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Data de publicação do verbete: 03/09/2024

Severino Rangel de Carvalho

Cantor, instrumentista, compositor e humorista.                                          
Data de publicação: setembro 3, 2024

Pesquisa e texto: Jonas do Nascimento dos Santos

Naturalidade: Itabaiana-PB                                                        

Nascimento:  13 de abril de 1896 // Falecimento:  8 de setembro de 1972

Atividade artístico-cultural: cantor, instrumentista, compositor e humorista                                                                

Formação Musical: Jararaca & Ratinho                                                        

Instrumento Musical: Saxofone                    

Severino Rangel de Carvalho era natural do município paraibano de Itabaiana, ele ficou conhecido por formar,  juntamente com  José Luís Calazans,  a dupla musical “Jararaca & Ratinho”. Severino era  órfão de mãe, tendo 25 irmãos por parte de seu pai, foi criado por seus tios e padrinhos. Dona Neném, sua tia, foi, por sinal, a principal incentivadora de sua Arte Musical. Desde criança tocava na Banda Musical de Itabaiana, em 1914, mudou-se para Recife, no ano seguinte tocava oboé na Orquestra Sinfônica local. Tocava também Trompete e Saxofone e deu aulas de Música na Escola de Aprendizes do Recife. O apelido de “Ratinho” deve-se ao refrão da polca “Rato Rato!” que Severino costumava interpretar. 

Foi no ano de 1919 que José Calazans e Severino Rangel se conheceram: foi na casa de Filinto de Moraes, local onde se reuniam expoentes da Música Popular e músicos iniciantes. Nesse período integraram o Bloco dos Boêmios e começaram a tocar juntos. Formaram o grupo “Os Boêmios”, que em 1921 deu uma apresentação no Cassino Moderno para completar o show dos “Oito Batutas”. O conjunto “Os Boêmios” passou a ser “Os Turunas Pernambucanos” e cada componente adotou o nome de um animal, já que os apelidos baseados na fauna brasileira eram comuns na Região Nordeste, e foi então que José Luiz adotou o apelido de “Jararaca”.

Os Turunas Pernambucanos tiveram destaque no início da década de 1920, cantando “Cocos” e Emboladas, apresentando-se em Trajes Típicos e fizeram uma turnê durante um mês percorrendo vários lugares do Interior do Nordeste até a Bahia, em 1922  participaram dos eventos comemorativos ao Centenário de Independência do Brasil, no Rio de Janeiro. Foram aplaudidos inclusive pelo então Presidente Epitácio Pessoa, data essa que coincide com a primeira transmissão radiofônica no país. 

Em seguida, a dupla foi em excursão a Buenos Aires onde se apresentou em teatros e festas particulares, depois partiram  para Montevidéu, capital do Uruguai. A partir de 1927 o trabalho de Jararaca e Ratinho começou a se consolidar. Começaram a fazer bastante sucesso cantando e tocando Emboladas, Marchas e Chorinhos, intercalados de piadas e esquetes baseados em “causos” caipiras. Foi nesse mesmo ano que a dupla passou a atuar oficialmente na reabertura do Teatro Santa Helena, que ficava na Praça da Sé, em São Paulo. O primeiro disco da dupla foi gravado na Odeon em 1929.

Nesse mesmo ano, Jararaca e Ratinho começaram a ter suas músicas gravadas por artistas de renome como Francisco Alves, Dircinha Batista e Emilinha Borba, nesse mesmo ano de 1929, se uniram a Cornélio Pires numa turnê pelo Interior Paulista, Minas Gerais e Região Sul do Brasil. A dupla se separou por um curto período no ano seguinte. Nessa época, Jararaca editou o livro “Do sertão”. E Ratinho permaneceu no Sul trabalhando com o artista caipira Jeca Tatu. Jararaca retornou ao Rio de Janeiro e começou a trabalhar no teatro de revistas.

No final de 1931, Jararaca e Ratinho fundaram a “Casa de Caboclo”, juntamente com Duque, Pixinguinha e Dercy Gonçalves, cujo objetivo era criar a “Casa da Canção Nacional”. Eles apresentaram vários shows de Música Nordestina e atuaram em diversas peças, entre as quais “Viva as Muié”, “Alma de Caboclo” e “Saudade de Caboclo”. Os shows na “Casa de Caboclo” receberam aplausos inclusive do então Presidente Getúlio Vargas. No ano de 1933, filmaram “A Voz do Carnaval”, dirigido por Adhemar Gonzaga e Humberto Mauro. Em 1936, a dupla se separou mais uma vez. E Ratinho excursionou pelo Nordeste com sua própria Companhia Regional de Burletas, Comédias e Revuettes, enquanto que Jararaca continuou com a Casa de Caboclo no Teatro Trianon, na Companhia Jararaca.

Em 1940, voltaram a gravar novamente o  disco “Native Brazilian Music”, ambos  participaram do filme “Romance Proibido”, de Adhemar Gonzaga. Deixaram a Rádio Tupi em Julho de 1948, e empreenderam uma turnê pelo Norte e Nordeste do Brasil, tendo Belém como primeira escala. E, no final da turnê, a dupla se desentendeu mais uma vez e Ratinho voltou sozinho ao Rio de Janeiro e ingressou na Rádio Nacional. Em 1957, a dupla estreou a peça “É do Furrundu” no Teatro Carlos Gomes. Em 1960, Jararaca gravou pela Copacabana a marcha “Ai Teodora”. Gravaram também pela Copacabana o LP “Jararaca e Ratinho”. No mesmo ano, estrearam no Teatro São Jorge a burleta “Por Que me Ufano de Bananal”.

Em 1970, fizeram seu último filme, “Salário Mínimo”, produzido e dirigido por Adhemar Gonzaga. Em 1972, a dupla foi homenageada com o prêmio “Imortais do Carnaval”. Nesse mesmo ano, Severino veio a falecer, por complicações da diabetes. José Luís  continuou se apresentando sozinho em programas de Rádio e TV, como por exemplo, “Chico City”, na Rede Globo, no papel do “Cangaceiro Sucuri”, onde ele trabalhou até seu falecimento em 1977. 

Fontes:

https://paraibahoje.wordpress.com/2011/08/21/ha-115-anos-nascia-em-itabaiana-pb-um-dos-maiores-compositores-e-humoristas-do-brasil/

https://joaovicentemachado.com.br/2021/05/o-admiravel-ratinho-da-paraiba.html

https://www.oexplorador.com.br/severino-rangel-de-carvalho-o-ratinho-cantor-de-choros-e-habil-saxofonista-paraibano/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jararaca_%26_Ratinho

 

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