Entrevista e texto: Analu Vieira
Município de origem: João Pessoa – PB
Ano de criação: 2013
Integrantes: Geanne Lima, Fabiano Silva, Kaio Cajon e Danilo Oliveira
Gênero musical: Rock, Samba-rock, Funk/Soul e Brega/Rock
Instagram: https://www.instagram.com/laboratorio_muderno/
A banda Laboratório Muderno foi formada em 2013, nascendo de encontros musicais casuais entre seus integrantes nas jam sessions que ocorriam no tradicional Beco da Cachaçaria Philipéia, localizado no centro histórico de João Pessoa, sempre após o evento Sabadinho Bom. O grupo foi criado com o objetivo de explorar diferentes influências musicais dos membros, transitando por uma ampla gama de estilos, como Rock, Samba-rock, Funk/Soul e Brega/Rock.
Nos primeiros anos de atuação, a banda realizou diversas apresentações pela cidade de João Pessoa, conquistando espaço na cena local. No entanto, em 2018, o grupo decidiu fazer uma pausa nas atividades. Em 2020, o retorno foi planejado, mas acabou sendo adiado devido à pandemia de Covid-19, que impactou diretamente o cenário artístico. O retorno definitivo só aconteceu em 2024, marcando uma nova fase na história da Laboratório Muderno.
A formação atual da banda é composta por quatro músicos talentosos, cada um com sua própria trajetória artística:
Geanne Lima, vocalista da banda, é professora e cantora, com uma forte ligação com o mundo das artes desde a infância. Seu interesse por literatura, poesia e música é uma herança familiar, já que seu pai também é cantor. Geanne tem uma voz que passeia por ritmos diversos, como seresta e rock, sendo influenciada por grandes cantoras da MPB, como Ângela Rô Rô, Maria Bethânia e Elis Regina.
Kaio Cajon é o baterista da banda, também atua como técnico de som, começou sua carreira musical ainda jovem em Alagoa Nova, no brejo paraibano. Com uma formação rica em estilos como Reggae, Afrobeat, Samba, Rock, Jazz e Afoxé, Kaio também atua como responsável técnico no Polo de Comunicação da OSC Casa Pequeno Davi. Ele é uma figura ativa na cena musical de João Pessoa e regiões vizinhas.
Danilo Oliveira, o baixista, natural de Pilar, foi incentivado pelo pai e pelo padrinho, ambos violonistas, a seguir o caminho da música. Formado em música popular pela UFPB, Danilo já tocou em diversas bandas, variando do reggae ao jazz. Após um período afastado dos palcos para se dedicar à família e à marcenaria, ele retorna à música com a Laboratório Muderno.
Fabiano Silva é o guitarrista da Laboratório, e também professor, com formação em Comunicação e Ciências Sociais, Fabiano é natural de Santa Rita, onde iniciou sua jornada musical com o pai, tocando violão. Sua trajetória inclui a participação em diversas bandas locais, com influências que vão do rock e blues ao samba, reggae e afrobeat. Fabiano é especialmente inspirado por ícones paraibanos como Jaguaribe Carne, Cátia de França, Totonho e Escurinho.
O retorno da Laboratório Muderno em 2024 traz uma proposta renovada, mesclando composições originais com releituras de grandes nomes da música brasileira, como Tim Maia, Roberto Carlos e Jorge Ben. Além disso, o grupo faz releituras de artistas populares como Raça Negra, Marília Mendonça, Maysa e Diana, mantendo viva sua essência de explorar e reinventar sonoridades diversas.
Com essa nova fase, a banda busca reconectar-se com o público e expandir seus horizontes musicais, mantendo a autenticidade que sempre foi sua marca registrada.
Em entrevista cedida ao Paraíba Criativa, Fabiano Silva, o guitarrista da Banda, comentou sobre o cenário musical em João Pessoa, reconhecendo as dificuldades enfrentadas tanto na cidade quanto em outros lugares. Ele destacou que, embora cada região tenha suas especificidades e culturas, João Pessoa carece de uma cena musical sólida, um movimento que represente a identidade local, seja da cidade, do estado ou do Nordeste. Segundo ele, a criação de uma cena musical consistente, com grupos de artistas que se reúnem e compartilham ideias, ajudaria na circulação das bandas e dos músicos, além de proporcionar um espaço onde artistas e intelectuais pudessem interagir. Atualmente, ele observa que o cenário musical é fragmentado, faltando essa troca mais próxima entre os próprios músicos, que deveriam se apoiar mais assistindo a shows e participando de apresentações uns dos outros.
Em relação às metas e sonhos, ele afirma que o objetivo principal é continuar tocando, compondo e realizando shows. A banda busca seguir em frente com a música, pois é algo que todos os integrantes apreciam profundamente. O próximo passo seria gravar um trabalho próprio, já que possuem composições autorais que têm sido bem recebidas nas apresentações. Esse projeto de gravação é visto como a evolução natural do trabalho que vêm desenvolvendo.
Fonte:
Entrevista com Fabiano Silva cedida a Ana Luiza Vieira em Setembro de 2024.