Entrevista e texto: Analu Vieira
Município de origem: João Pessoa – PB
Ano de criação: 2020
Integrantes: Fló Jackson, Lucas Borges, André Luiz, Pedro Henrique, Everton Araújo e Will Gomes
Gênero musical: Reggae
Instagram: https://www.instagram.com/ospedradas/
Youtube:
https://www.youtube.com/watch?si=-qlb8sm8_N_KzgXk&v=Br0RLfOuk98
A banda Os Pedradas foi formada em 2020, durante a pandemia, quando a ausência de eventos culturais inspirou a criação de um projeto autoral de reggae. A iniciativa partiu do vocalista e do baterista, que, ao perceberem a escassez de atividades musicais na época, decidiram montar sua própria banda. O vocalista, que já tinha o nome da banda planejado, comentou que essa era uma ideia que ele havia concebido há algum tempo, sendo um projeto que já vinha maturando.
O grupo começou com ensaios regulares, realizados toda sexta-feira, e esses encontros abertos ao público rapidamente ajudaram a divulgar a banda. Mesmo sem músicas autorais no início, eles se dedicavam a tocar covers de clássicos do reggae, com o intuito de criar sua própria identidade musical. O vocalista, que já tinha experiência de 15 anos trabalhando com o cantor Jackson em projetos de cover, utilizou essa bagagem para impulsionar o repertório da banda.
Com o tempo, o desejo de criar músicas próprias começou a se concretizar. Atualmente, o grupo conta com três músicas autorais, com algumas ainda em processo de finalização. O vocalista revelou que algumas composições estão sendo trabalhadas para polimento antes de serem apresentadas ao resto da banda. Ele destacou a complexidade do processo criativo, comentando que, diferente de alguns artistas que têm uma facilidade natural para compor, no caso da banda, as músicas surgem de um processo mais reflexivo, de “matutar” sobre temas e ideias.
Os Pedradas vem trabalhando em diferentes projetos para diversificar seus shows, adaptando o repertório tanto para apresentações de covers quanto para incluir suas músicas autorais. Com um acervo ainda pequeno de composições próprias, o grupo tem investido em apresentações temáticas, como “Especial Edson Gomes” e “Especial Ponto de Equilíbrio”, onde focam no repertório dessas bandas icônicas do reggae brasileiro, mas também aproveitam a oportunidade para mostrar suas canções. Caso seja necessário, eles também oferecem um repertório misturado, que combina covers diversos e músicas autorais.
Entre as experiências mais marcantes da banda, o vocalista relembra um show especial que ocorreu durante seu aniversário, em que ele abriu o evento para a comunidade local, permitindo a entrada gratuita de todos. No entanto, essa data foi marcada por uma tragédia pessoal, com o falecimento de um grande amigo, que havia sido um dos pilares na fundação da banda. Mesmo diante dessa perda, ele encontrou forças para continuar com o show, pois, como ele mesmo afirmou, “o show não pode parar”.
Outro episódio significativo aconteceu no primeiro show pós-pandemia. Após a apresentação, o carro que transportava os equipamentos da banda começou a pegar fogo e explodiu, resultando na perda de parte dos instrumentos. Embora tenha sido um golpe duro, o vocalista recorda com otimismo que, apesar da tragédia, o show em si foi impecável, e essa experiência de superação o marcou profundamente. Ele destacou que o sucesso da apresentação foi tão gratificante que, mesmo com a perda dos equipamentos, a banda se manteve motivada, vendo isso como um desafio a ser superado.
Atualmente, a banda segue batalhando para reunir recursos e lançar suas músicas nas plataformas digitais. O grupo ainda não conseguiu gravar e distribuir suas faixas por falta de verba, mas continua perseverando, com a certeza de que, como em outros momentos difíceis, conseguirão superar mais esse obstáculo.
Fonte:
Entrevista com o vocalista Fló Jackson, cedida a Ana Luiza Vieira em Setembro de 2024.
