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Data de publicação do verbete: 08/10/2024

Casa da Baixa Costura

Casa de Ballroom. 
Data de publicação: outubro 8, 2024

Pesquisa e Texto: Maria Clara Marques

Origem: Campina Grande-PB

Fundada por: Dorot Ruanne

Atividade artístico-cultural: Casa de Ballroom 

Instagram: @casadabaixacostura

A Casa da Baixa Costura é uma iniciativa pioneira em Campina Grande, Paraíba, que acolhe e capacita pessoas trans, travestis e não-binárias. Surgindo como um coletivo de artistas independentes, a Casa se destacou por integrar a cultura Ballroom, promovendo resistência, arte e oportunidades para indivíduos historicamente marginalizados.

Fundada por Dorot Ruanne e outros artistas, a Casa da Baixa Costura começou como um espaço para a produção cultural, musicalidade e performance. Com o tempo, amadureceu e se firmou como uma referência dentro da cultura Ballroom na Paraíba. A Casa não apenas se tornou um espaço de expressão artística, mas também um local de acolhimento e empoderamento.

Originado nos Estados Unidos na década de 1980, o movimento Ballroom emergiu como uma forma de resistência e celebração entre identidades trans e travestis negras, especialmente durante a epidemia de HIV. As casas de Ballroom, como a Casa da Baixa Costura, servem como instituições de acolhimento e apoio, formando famílias alternativas que oferecem segurança e orientação para seus membros. Cada casa é liderada por “mães” e “pais”, que são figuras experientes na cena LGBTQIA+.

Atualmente, a Casa conta com 14 participantes que se dedicam a diversas formas de arte, incluindo poesia, moda decolonial e capacitação. Durante a pandemia de Covid-19, a Casa trabalhou na identidade visual de Bixarte, uma cantora emergente na cena musical paraibana, contribuindo para o seu projeto “A Nova Era”. A Casa cuidou de toda a produção do EP “Faces”, abrangendo estilo, direção, maquiagem e cabelo.

As oficinas de vogue, promovidas por Vini e Dorot, ocorrem todas as sextas-feiras em espaços públicos de João Pessoa, como a Praça da Paz e o Espaço Cultural, sempre de forma gratuita e acessível. Os bailes são eventos vibrantes, onde a expressão artística é celebrada e os participantes competem em categorias que vão desde dança até desfiles de moda.

Dorot Ruanne, a fundadora, acredita na importância de formalizar e teorizar a presença de pessoas trans e não-binárias em espaços muitas vezes elitizados. “Travestis, pessoas trans e pessoas pretas devem estar em evidência”, afirma. A Casa busca quebrar bolhas sociais, promovendo um ambiente inclusivo onde todos possam explorar suas identidades artísticas e profissionais.

Os bailes da Casa da Baixa Costura são momentos de grande celebração, onde várias casas da cena local se reúnem para compartilhar suas histórias e performances. Vestidos a caráter, os participantes empoderam-se e desfilam suas identidades em um ambiente de apoio e reconhecimento. Além das competições, os eventos incluem apresentações culturais, oficinas e espaço para aqueles que desejam apenas assistir e celebrar a arte.

A Casa da Baixa Costura não é apenas um espaço físico; é um movimento de resistência e autocuidado, focado em cuidar dos semelhantes e fortalecer laços dentro da comunidade LGBTQIA+. Ao oferecer um ambiente acolhedor e educativo, a Casa se torna um farol de esperança e empoderamento para muitas pessoas que buscam expressão e reconhecimento em suas vidas.

Fontes: 

https://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2021/12/18/pioneira-casa-da-baixa-costura-acolhe-e-capacita-pessoas-trans-travestis-e-nao-binarias.ghtml

https://wikifavelas.com.br/index.php/Casa_da_Baixa_Costura

https://www.cofemac.com.br/noticias/13461-pioneira-casa-da-baixa-costura-acolhe-e-capacita-pessoas-trans-travestis-e-nao-binarias

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