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Data de publicação do verbete: 24/11/2024

Eliana Sousa Silva

Ativista, Líder Comunitária e Escritora.  
Data de publicação: novembro 24, 2024

Pesquisa e texto: Jonas do Nascimento dos Santos

Naturalidade: Serra Branca-PB                                                    

Nascimento: 1962                                              

Atividade artístico-cultural: Ativista, Líder Comunitária e Escritora        

Formação Acadêmica: Graduação em Letras pela UFRJ (1983-1987); Mestrado em Educação pela PUC-Rio (1991-1995); Doutorado em Serviço Social pela Puc-Rio (2005-2009); Pós-Doutorado na Social Science Research Council (2014)                                            

Publicações: A articulação de temas essenciais à educação pública na Maré: segurança pública, desempenho escolar e mobilização social (2010); Testemunhos da Maré (2012); Vivências educativas na Maré: desafios e possibilidades (2013);  A ocupação das favelas da Maré pelo Exército Brasileiro (2015); Por que eu e não outros? Caminhada de Adilson Pires da periferia para a cena política carioca (2016); Projeto Aluno Presente: Uma metodologia intersetorial para a garantia do direito à educação de todas e todos (2017); Dores que Libertam: Falas de Mulheres das Favelas da Maré, no Rio de Janeiro, sobre violências (2018); Macaé Evaristo: uma força negra na cena política (2020)                                                                         Premiações:  Ashoka Empreendedores Sociais (2000); Mulher Claudia – trabalho social, da Editora Abril (2004);  Mulher do Ano – área social, do Rotary Club do Rio de Janeiro (2005);  Itaú Cultural 30 anos (2018)

Linkedin: https://www.linkedin.com/in/eliana-sousa-silva-5aa680a8/

Em 1970, com apenas sete anos, a paraibana Eliana Sousa Silva, mudou-se com sua família para o Rio de Janeiro. Em Nova Holanda, uma das primeiras favelas do Complexo da Maré, ela construiu uma importante história social junto à comunidade local. Ainda menina, Eliana viu como era difícil alguém de origem semelhante à sua conquistar algo na vida. Adolescente, participou de um projeto de educação e saúde desenvolvido na favela por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e virou agente comunitária. Nessa época, acompanhou de perto e entendeu quais eram as lutas, as prioridades e os direitos de quem sobrevive às margens da sociedade. Com a chegada dos anos 1980, foi eleita a primeira mulher presidente da associação de moradores de Nova Holanda e formou-se em letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na década seguinte, fez mestrado em educação na Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ).

Com essa experiência, começou o trabalho de militância, buscando, ao mesmo tempo, formular projetos, criar ações e produzir conhecimento sobre a realidade da favela. E é desse movimento que fundou algumas instituições, dentre elas, a Redes da Maré. O processo que gerou a criação da Associação Redes de Desenvolvimento da Maré (Redes da Maré), fundada por Eliana com a iniciativa de moradores e ex-moradores, começou em 1997. Porém, somente em 2007 ocorreu a sua formalização com esse nome. Atualmente, desenvolve, com o apoio de instituições públicas, privadas, não governamentais e população, cerca de 35 projetos e programas sociais, em cinco eixos de trabalho: educação, arte e cultura; desenvolvimento territorial, memórias, identidades, comunicação e segurança pública.

No conjunto de 16 favelas da Maré vivem, aproximadamente, 140 mil pessoas, o que se aproxima em dimensão populacional a uma cidade brasileira de médio porte. Para Eliana as principais dificuldades são falta de segurança, de educação, de saneamento, além da discriminação aos moradores de favelas que vem de determinadas partes da população da cidade. Apesar de tantas dificuldades, as conquistas são perceptíveis. Desde a década de 1980, Eliana, com o apoio de locais, alcançou importantes avanços para a comunidade: levou energia elétrica para a Maré, implantou um sistema de coleta de lixo, ciclovias, escolas infantis, oficializou logradouros, além de ter criado um cursinho pré-vestibular que permitiu o ingresso em universidades públicas de cerca de mais de 1.600 jovens do conjunto de favelas da Maré. 

A associação abriu ainda escolas de dança e de cinema, biblioteca, sala de leitura, companhia de teatro e oficinas de azulejaria e fotografia. Os cuidados com a mulher também não escaparam da atenção da ativista. Com o projeto social Maré de Sabores, criado em 2009, foi possível capacitar mulheres empreendedoras locais em gastronomia. Já em 2016, o espaço Casa das Mulheres da Maré foi concebido para abrigar serviços de incentivo à autonomia das mulheres, combater a violência doméstica, oferecer às vítimas atendimento sócio-jurídico e psicológico e debater questões sobre gênero. Focada na questão da segurança pública nas favelas cariocas, publicou o livro de depoimentos de moradores “Testemunhos da Maré”, baseado em sua tese de doutorado, contribuindo para visão crítica a respeito da violência no Rio de Janeiro.

Ela já concorreu e ganhou prêmios em diversas áreas em 2018, ela recebeu o Prêmio Itaú Cultural 30 anos, na categoria “Inspirar”, sonha em poder tornar sua organização em uma fundação comunitária, o que juridicamente resultará em mais autonomia financeira e contribuirá para atingir mais pessoas e projetos de outras instituições locais, e ver uma mudança real na qualidade de vida dos moradores das favelas da Maré. 

Fontes: 

https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2019/02/01/muher-cria-organizacao-para-enfrentar-desigualdade-social-em-favelas-do-rio.htm

https://www.escavador.com/sobre/7343353/eliana-sousa-silva

https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa643037/eliana-sousa-silva

https://revistamarieclaire.globo.com/Mulheres-do-Mundo/noticia/2018/08/eliana-souza-silva-porta-voz-das-mulheres-negras-pobres-e-faveladas-do-pais.html

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