Naturalidade: João Pessoa – PB
Nascimento: 7 de abril de 1959
Atividades artístico-culturais: desenhista, roteirista e editor de histórias em quadrinhos.
Emir começou seus trabalhos com quadrinhos desde muito cedo, por volta de seus 7 a 8 anos, criando histórias para o círculo familiar e amigos próximos. Em 1969, criou o personagem Sabido, em 1970 a vilã Doroti e em 1973, aos 14 anos, criou e lançou Velta, sua maior criação, no jornal mural O Comunicador, do Colégio Estadual de Jaguaribe, em João Pessoa (PB).
De espírito irrequieto, contestador e contrário a imposições, Emir dotou Velta de todas as qualidades e atributos que se contrapõem ao estabelecido pelo mercado de quadrinhos da época, dominado pelos violentos super-heróis americanos. Velta apareceu se rebelando contra os quadrinhos machistas carregados de propaganda e ideologia capitalista e contra a censura truculenta do regime ditatorial militar brasileiro, usando roupas sumárias e grande apelo erótico, além de uma personalidade forte e independente.
A personagem estava longe de ser a coitadinha burra ou a coadjuvante que se metia em encrencas para ser salva pelo herói musculoso de queixo anguloso. Ao contrário, era ela quem “salvava” o dia, com sua inteligência e seus poderes.
Já em 1975 começou a publicar nos jornais A União e O Norte, de circulação estadual, lançando outros personagens além de Velta, como o índio Itabira (1975, em parceria com seu pai, Emilson Ribeiro), a androide Nova e O Desconhecido Homem de Preto (estes dois últimos em 1976). Em 1978 começou a editar revistas por conta própria e colocá-las nas bancas de três estados nordestinos.
Começou a publicar quadrinhos no jornal O Correio da Paraíba, também de circulação estadual, em 1980. No decorrer da carreira, participou de várias exposições em João Pessoa e outros estados como São Paulo e Rio de Janeiro, e também na França. Entre 1985 e 1991, publicou diversos trabalhos nas linha erótica e terror em editoras de São Paulo, como Press/Maciota, Nova Sampa e ICEA.
Emir Ribeiro ainda escreveu, dirigiu, atuou e produziu o vídeo O Desconhecido Homem de Preto, em 1989, sobre o personagem lançado em jornais paraibanos em 1976. O filme teve boa repercussão local e nacional, tendo sido comentado pela revista de cinema Cinemix, o programa Documento Especial, da TV Manchete-Rio, o jornal Folha de S. Paulo e foi exibido em grandes eventos de quadrinhos, como a I Bienal Internacional de quadrinhos do Rio de Janeiro.
Em 1993 começou a fazer trabalhos para editoras dos Estados Unidos, chegando a trabalhar para a Marvel, DC, Image, Malibu, entre outras, desenhando personagens conhecidos como O Incrível Hulk e Os Vingadores, ou pouco conhecidos como Glory, Avengelyne, Prophet e Os Protetores, entre outros, além de também ter sido o onipresente arte-finalista do virtuoso Mike Deodato, também paraibano. Isso tudo entre 1993 e 2006.
“Era um trabalho que não me realizava profissionalmente, e o fiz apenas pelo bom pagamento”, comenta Emir. “Apesar do volume de dinheiro ganho, trabalhar para os norte-americanos foi traumático. Primeiramente, por conta da eterna pressa em aprontar o material. Os editores queriam que se fizesse uma história de 22 a 24 páginas em um mês e, quase sempre, o tratamento dispensado por eles era desrespeitoso. Até pareciam deuses, tal era a arrogância” conclui o artista.
Ainda em 1993 produziu o segundo vídeo do Homem de Preto, “A volta do Homem de Preto”, que chegou a ser exibido na TV Cultura de Minas Gerais.
Além das publicações dos seus personagens ao longo dos anos e de edições comemorativas, em 2013 também lançou o livro “Fantasmagorias de R. F. Lucchetti”, um livro de contos do mestre da literatura de gênero no Brasil, Rubens Francisco Lucchetti. Por esse trabalho, Emir foi finalista do prêmio Jabuti 2014, na categoria melhor livro ilustrado.
E sobre prêmios, Emir ganhou em 2008 o troféu Bigorna por Melhor Livro de Aventura, com a edição de 35 anos de Velta, além de também já ter sido agraciado com mais de um troféu Ângelo Agostini.
Atualmente, Emir Ribeiro optou por fazer apenas desenhos ou histórias sob encomenda pois, a despeito do pagamento mais baixo, não lhe traz a mesma carga de estresse que havia com as editoras americanas. Além das artes para os fãs, Emir mantém os lançamentos anuais de gibis, a fim de satisfazer o público que conquistou no Brasil.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Emir_Ribeiro
http://www.guiadosquadrinhos.com/artista/emir-ribeiro/1617
http://www.bigorna.net/index.php?secao=entrevistas&id=1278603172
http://www.emirribeiro.com.br/noticias_019.php
http://www.emirribeiro.com.br/noticias_015.php
http://www.emirribeiro.com.br/noticias_018.php