Município: João Pessoa-PB
Bairro: Centro
Localizada no Centro Histórico da Capital paraibana, a Rua certamente é conhecida por quem mora em João Pessoa. Afinal, quando se precisa de material de construção, iluminação ou até peças de carro, o lugar se torna uma referência. Sendo assim, uma das ruas mais antigas do Bairro do Varadouro com diferentes atividades, comércio e festas populares.
Rua das Convertidas, Rua Conde d’Eu e Rua do Comércio. Provavelmente, nenhum desses nomes soa familiar para os moradores de João Pessoa. Mas o que todos eles têm em comum é que, em algum momento da história, foram as denominações da popular Rua Maciel Pinheiro. A Rua recebeu esse nome em homenagem a Luís Ferreira Maciel Pinheiro que foi um jornalista, promotor e juiz.
Assim, até os anos 1950 essa rua foi o símbolo do comércio local. No século XIX e início do século XX os comerciantes mais abastados costumavam construir sobrados para manter o negócio no térreo e residir no pavimento superior. Também existia naquela artéria o Beco do João Magro. Via pública que se tornou célebre no princípio dos anos quarenta, uma vez que nela instalaram-se determinadas pensões de mulheres horizontais, ou como se diziam na época, “mulheres de vida fácil”.
Entretanto, as melhores fecharam os seus estabelecimentos e as poucas que sobraram à população cognominou com facilidade de cabarés. As hospedarias, como o Hotel Globo, eram frequentadas por senhores da elite social e política da capital e do estado como um todo. As pensões mais famosas foram: Royal, Antoninha, Yeda, Hosana e Laura. Também naquela via, tinha uma espécie de torneira chamada de Bica do Gravatá, além disso, uma casa de loucas para mulheres convertidas ao catolicismo, possivelmente esse hospício ficava onde atualmente funciona a Associação Comercial.
Era um envelhecido e amplo sobrado que existiu até o começo de 1900. Esse hospício foi construído pelo Bispo de Pernambuco, pois a Parahyba achava-se subordinada aos poderes eclesiásticos daquele Estado. Essa casa de recuperação atendia geralmente mulheres que passaram quase toda sua vida, entregando-se a homens em troca de dinheiro, por esse motivo àquela via pública ficou sendo conhecida como a Rua das Convertidas. Também é bom lembrar que aquela localidade, antes da tentativa de construírem o Porto do Capim, era de uma pobreza infinita e muitas mulheres vendiam-se por comida ou por uma pequena quantia de dinheiro.
Atualmente, a Maciel Pinheiro é uma rua que vende de material de construção a peças de carro. Porém, em seu histórico consta que ela foi a principal via do comércio em pequenas quantidades, também chamado de retalhista, no final do século XIX na Paraíba. Sendo assim, de acordo com a pesquisa “Ruas, casas e sobrados da cidade histórica: entre ruínas e embelezamentos, os antigos e os novos usos”, feita por Doralice Sátyro Maia, o comércio da Maciel Pinheiro, no início do século XX, era voltado para a venda de alimentos, tecidos, ferragens e calçados. Nessa época, a rua também tinha farmácias, loja de joias, padaria e fábrica de cigarros.
Suzana Sousa
Fontes:
https://www.visiteobrasil.com.br/nordeste/paraiba/joao-pessoa/cultura/ruas-historicas
https://www.portalt5.com.br/noticias/single/nid/centro-historico-voce-sabe-quem-foi-maciel-pinheiro/
