Pesquisa e texto: Jonas do Nascimento dos Santos
Naturalidade: São Mamede – PB
Nascimento: 2 de outubro de 1939 // Falecimento: 28 de setembro de 2004
Atividade artístico-cultural: cantor e compositor
Atividade ofício-profissional: radialista
Participação em Bandas e Orquestras: Conjunto Z7 (orquestra do Maestro Hermes Brandão)
Premiações: II Festival Sertanejo de Música Popular Brasileira (1973)
Composições Famosas: Hino Oficial do Município de Patos-PB (1971)
Radialista, cantor e compositor, Amaury Francisco de Carvalho, um dos principais nomes artísticos da cultura sertaneja, dedicou uma parte significativa de sua vida à cidade de Patos, no Sertão da Paraíba.
Nascido em São Mamede, em 2 de outubro de 1939, era filho de Francisco Ricarte de Carvalho e Maria Joana de Medeiros. Após o falecimento de seu pai, dotado de uma bela voz e talento poético, herdados por Amaury, e concluído o curso primário no Grupo Escolar Seráfico Nóbrega em São Mamede, transferiu-se com sua mãe para Patos. Em 1950, ingressou no internato do Seminário Mínimo local, sob a direção do Padre Joaquim de Assis Ferreira. Frequentou em seguida o Seminário “São José” da cidade de Crato (CE), lá estudou um pouco de música, tornando-se solista do coral do educandário.
No ano de 1955, Amaury se transferiu para o Seminário Menor de João Pessoa, lapidou seus conhecimentos musicais e se classificou como tenor. Em seguida abandonou o Seminário e voltou para sua terra natal. O Monsenhor Manuel Vieira foi encontrá-lo, trazendo-o para o Ginásio Diocesano de Patos. Aqui Amaury teve oportunidade de participar das famosas serestas de antigamente e se tornar mais conhecido ao cantar a Ave Maria de Schoubert nos casamentos da cidade. Sempre atuando como cantor, Amaury passou pela orquestra do Maestro Hermes Brandão, do Conjunto Z7, “Os jovens”, Vavá e seu conjunto, chegando a criar a “Charanga do Povo”. A partir de 1966 Amaury começou a trabalhar na função de discotecário na Rádio Espinharas de Patos, atuou como jornalista, após conseguir a emissão de carteira, ancorado em um decreto-lei do Presidente Castelo Branco. Foi funcionário da Coletoria Estadual de Patos, cargo exercido a convite do Governador Tarcísio de Miranda Burity, velho amigo do tempo de seminário.
A oficialização do Hino de Patos, de sua autoria, foi uma iniciativa do Rotary Clube de Patos, presidido por Edmilson Fernandes Motta, que solicitou à Câmara Municipal a adoção da composição como hino oficial. O projeto de resolução nº 02/71 foi aprovado por unanimidade, resultando na Resolução nº 123, que oficializou a canção “TE AMO PATOS” como hino da cidade. A lei foi sancionada pelo Prefeito Olavo Nóbrega. Este hino, juntamente com o Hino de Nossa Senhora da Guia, de Padre Fernando Gomes, e os hinos do Nacional e Esporte, foram gravados em 1981, com patrocínio da Prefeitura de Patos.
Como cantor e compositor, Amaury de Carvalho destacou-se em competições em Patos e outras cidades da Paraíba. Venceu o II Festival Sertanejo de Música Popular Brasileira em 1973 com a composição “Aleluia-Aleluia” e compôs o hino de abertura do evento. Também venceu o I Forraço, posteriormente chamado Forró-Fest. Apesar de seu talento, não obteve o reconhecimento devido, e alguns episódios lhe causaram constrangimento. Um deles foi a perda de exemplares de seu disco após a falência da loja que os vendia. Outro foi a alegação de que sua voz seria inadequada para cantar o Hino de Nossa Senhora da Guia em uma missa.
Amaury de Carvalho era casado com Francisca Lino de Carvalho e faleceu em 28 de setembro de 2004, sendo sepultado em São Mamede. Em reconhecimento ao seu trabalho, o Centro de Cultura Amaury de Carvalho, localizado na praça Edivaldo Mota, foi criado em 2006, proporcionando um espaço para atividades culturais na cidade.
Fontes:
https://immub.org/compositor/amaury-de-carvalho