Município: Campina Grande-PB
Endereço: Rua Fernandes Vieira, 545, José Pinheiro.
Presidente da Associação: Davi Ben Avraham
Fundação: 2010
Contato: (83) 9644-3341
A Associação Amigos da Torah tem por objetivo promover a cultura e a religião Judaica no calendário de eventos religiosos na cidade de Campina Grande. Durante o período carnavalesco, os membros da associação e convidados debatem temas do Judaísmo.
Atualmente, a população que professa a fé judaica, na Paraíba, não passa de 500 pessoas e a única sinagoga existente fica na cidade de Campina Grande. Ela é frequentada por um grupo composto por aproximadamente 100 pessoas, que mantêm vivas as tradições e fé judaicas. Trata-se da comunidade Beit Teshuva (Casa de Retorno), que prega o judaísmo messiânico, ou seja, crêem em Jesus Cristo como o Messias.
O grupo “Amigos da Torah” constitui uma verdadeira “comunidade de destino”, sabem que sempre foram discriminados, e carregam um judaísmo recentemente descoberto, mas vivo, e cheio de sentido.
Obedecem aos rituais e aos preceitos que ainda lembram, com um forte sentimento de “pertencer”. O que importa mesmo é saber “quem são”, de “onde vieram”, pois sua verdadeira origem e nome se perderam nas brumas do tempo. O que lhes ficou foi a crença num único Deus, criador do Universo, uma única Lei, alguns costumes e uma história comum.
Os membros do grupo dizem se encontrar no judaísmo, e têm um líder que lhes ensina a Torá, a língua hebraica e também a história que os trouxe, há cinco séculos, para o Brasil.
O propósito dos amigos da Torah e fazer com que as pessoas percebam melhor os judeus “Queremos levar as pessoas a verem Israel e o povo judeu como cidadãos normais e que contribuem para o bem estar do próximo; costumamos dizer que não somos sionistas, mas racionalistas”.
Eles destacam: “Importante dizer que: Não temos intenção de converter ninguém ao Judaísmo, mas queremos ter o direito de sermos ouvidos e respeitados em nossos pontos de vista”. E acrescentam “Todos são bem vindos em nosso meio, não é a toa que nosso público em geral é composto de pessoas de diversas religiões, temos até o momento grande estima por parte de todos os amigos de Israel”.
Anualmente no mês de fevereiro a associação promove o “Encontro dos amigos da Torah”, na oportunidade reúnem pessoas de diversas crenças; bandas judaicas, católicas e evangélicas, que se unem para debater de uma forma acadêmica e científica temas diversos do Judaísmo, com palestrantes ilustres a exemplo da Dra. Anita Novinsky e tantos outros.
Davi Meneses, o “rosh-cabeça” e fundador do grupo “Amigos da Toráh”, contou sobre sua paixão em retornar ao seio do povo judeu, acrescentando que ele recebe de braços abertos todos os que vêm a ele e que querem novamente ser judeus. Ele acrescentou “Vocês são o testemunho vivo da imortalidade de Israel”.
Além das mensagens de Paz e Tolerância entre as religiões, o evento promove um ato de solidariedade aos cristãos que estão sendo perseguidos no Oriente Médio pelo Estado Islâmico. É justamente nos dias de Carnaval que os Amigos da Torah ficam mais conhecidos, e com o advento da internet passaram a ser vistos em mais de 23 países.
Davi Meneses morava na casa, onde hoje funciona a sinagoga, mas resolveu transformá-la em uma escola, onde crianças lêem as Escrituras e estudam o idioma hebraico, com um mestre, também “retornado”, que veio de Alagoas. No terreno ao lado da casa, estão construindo a futura sinagoga.
Campina Grande vem sendo considerada referência nordestina para a prática do Judaísmo. O ministério “Chamai Israel” escolheu a Sinagoga de Campina para representá-lo como instituto bíblico para todo o Brasil. O destaque faz parte do esforço da reconstrução histórica que está sendo levantada por Davi Meneses. “Devido a essa tradição, acredito que aproximadamente 75% da população paraibana são descendentes do povo judeu e isso se vê nos sobrenomes e principalmente nas tradições de nosso povo, que têm ainda muito a ver com as judias”.
Segundo pesquisas feitas por Davi, a Paraíba possui descendentes judeus que nem sabem disso. Na cidade, eles estão se achando aos poucos, com a discrição costumeira do povo judeu.
Ao contrário do que muitos pensam ser judeu, não quer dizer ao pé da letra que a pessoa segue a religião judaica. De acordo com Davi, apenas 15% do povo judeu é observante da religião. “Depois do holocausto, que causou a morte de mais de 6 milhões de judeus da Alemanha e de países vizinhos, muita gente ficou decepcionada com a religião”, explicou, lembrando que muitos se perguntaram “onde estava Deus naquela hora”.
Davi enfatiza que hoje, em Israel, dois temas são muito discutidos. O primeiro diz respeito ao problema do terrorismo. O segundo é sobre quem é judeu. “Segundo os rabinos ortodoxos, para ser judeu, é preciso ter ascendência judaica e assumir o compromisso com a Toráh (livro sagrado)”, Davi ainda explica que as pessoas que observam a fé judaica fazem parte de cinco ramos do Judaismo: Ortodoxo; Construcionista; Reformista; Conservador e Messiânico.
Para provar a descendência judaica é preciso fazer uma árvore genealógica da família, e o primeiro passo é consultar os registros dos cartórios. Além deles, uma série de portais trazem orientações sobre onde consultar registros de famílias judaicas brasileiras. Para entrar para o judaísmo, um líder ensinará a língua hebraica, Torá ou Torah (livro sagrado) e também a história que os trouxe, há cinco séculos, para o Brasil.
Fontes:
http://www.rivkah.com.br/tradicoes/marranos/marranos.htm
https://www.facebook.com/pages/Amigos-da-Torah/110646865749819?sk=info&tab=page_info
http://www.agencia.ufpb.br/ver.php?pk_noticia=6254
http://www.cafetorah.com/node/4070
https://br.groups.yahoo.com/neo/groups/HISTORIADOBRASIL/conversations/messages/1875