Naturalidade: João Pessoa – PB
Nascimento:18 de fevereiro de 1905 / Falecimento: 22 de outubro de 1930.
Atividades artísticas- culturais: Poetisa e professora.
Anayde Beiriz chocou a sociedade da Paraíba dos anos de 1920, com o seu vanguardismo; usava pintura no rosto, cabelo curto, saía às ruas sozinha, fumava, não queria casar nem ter filhos, escrevia versos que causavam impacto na intelectualidade paraibana e escrevia para os jornais.
Anayde se destacou muito durante seus estudos, formando-se na escola normal em maio de 1922, com dezessete anos de idade. A partir de então passou a lecionar, a pescadores da vila de Cabedelo. Jovem e muito linda, Anayde foi vencedora de um concurso de beleza promovido por um jornal local em 1925. Uma coisa que muito chamava a atenção nela era a cor negra dos seus olhos, que lhe renderam o apelido de “Pantera dos olhos dormentes”.
Para a mente conservadora da sociedade brasileira da época, principalmente na Paraíba, Anayde não era bem vista por conta de suas ideias progressistas que apoiava. Como poetisa participava de movimentos intelectuais e estava sempre atenta aos acontecimentos artísticos, além de frequentar saraus literários.
Anayde defendia a participação das mulheres na política, em um tempo que as mulheres não podiam nem votar. A poetisa mantinha um caso secreto com João Dantas, político que era ligado ao Partido Republicano Paulista (PRP), que era o partido de oposição ao de João Pessoa do Partido Liberal (PL). Quando começou a Guerra de Princesa, Dantas acabou se mudando para o Recife e mantendo o relacionamento com Anayde, a distância, por cartas.
Temendo uma revolta armada por parte de João Dantas, João Pessoa ordenou a polícia que revistasse vários locais, incluindo o escritório de João Dantas. Não acharam armas, porém quando arrombaram um cofre que lá havia, encontraram cartas de amor de Anayde para João Dantas.
No dia seguinte os jornais já expunham o descobrimento dessas cartas visando atingir a honra de Dantas. Em decorrência disso, Dantas com a honra manchada, soube que João Pessoa estava na Confeitaria Glória, em Recife e foi até o local, onde matou João Pessoa.
Criticada publicamente por razões morais e políticas, Anayde sentiu-se acuada após o assassinato de João Pessoa, que causou comoção popular. Desse modo, abandonou a sua residência na Paraíba e foi morar em um abrigo no Recife, onde passou a visitar João Dantas, detido em flagrante e recolhido à Casa de Detenção naquela cidade.
Dantas acabou sendo degolado e pouco depois, Anayde se suicidou e foi enterrada como indigente no cemitério de Santo Amaro. Sua imagem só se tronou emblemática quando foi eleita como uma das personagens míticas da história do Brasil, pelo movimento feminista.
Fontes:
http://www.onordeste.com/onordeste/enciclopediaNordeste/
index.php?titulo=Anayde+Beiriz<r=a&id_perso=1433
http://maristelafarias6.blogspot.com.br/2015/02/anayde-beiriz-o-nordesteenciclopedia.html
http://www.bolsademulher.com/estilo/anayde-beiriz-paraiba-masculina