Atividade Artístico Cultural: artista plástico, pintor
Atividade Profissional: Caricaturista e ilustrador
O trabalho de Antônio Gonçalves de Sá, o Tonio, como é conhecido, é espetacular. Tonio é caricaturista, ilustrador, artista plástico, pintor e produziu inúmeras capas de livros, tendo muita história com A União. Ele chegou ao trabalho com seus 22 anos, gostava de desenho e chegou ao setor de artes totalmente inexperiente. Aprendeu os segredos da gráfica e se tornou um dos ilustradores mais respeitados da Paraíba. E atualmente, Tonio faz seus trabalhos sem aderir ao computador e nem à tecnologia.
No final de 1975, Tonio trabalhava na Interplan, e Marco Tenório trabalhava no setor de arte. Ele viu seus trabalhos e disse que ele deveria ir para a União, que seria um bom lugar para ele começar. Então ele foi para a União.
Começando seu trabalho gráfico no jornal no final de 1975 onde fazia de tudo: livro, cartazes, ilustração, onde fez ‘O Pirralho’, uma revistinha que Wilma Vanda, sua colega de trabalho editava. Naquele tempo não tinha ajuda de computador, era tudo manual, até para paginar o livro, Tonio conta que pegava a matéria completa, de dois metros, saía recortando, manual, aí colava e colocava o “numerozinho”, saía colando, página por página. Era um trabalho “arretado”. E tinha que saber. Às vezes, umas páginas ficavam, iam cortar uma continuação da história e não podia terminar em duas letras do outro lado, pois duas linhas, ficava feio, relata o mesmo.
Contou que chegou a passar três anos fora de A União, mas o resto ele estava dentro do jornal, com quase 50 anos de trabalho, começou aos 22 anos, onde o mesmo foi autodidata, aprendendo sua arte, aos poucos, lendo muito gibi, muito livro, olhando no traço do gibi e da revista, para pegar o jeito.
A gráfica se resumia mais em departamento de arte, de cartazes, livros e folder. Tinha muita coisinha que a gente fazia, era difícil ter ilustrações, as pessoas usavam muita foto e ele se lembra de seu primeiro trabalho quando Milton chegou e ele estava fazendo um cartaz com um festival de violão de cantadores, onde ele desenhou um violão de fundo, e só a silhueta do violão, e Milton olhou e não mudou em nada e finalizou. Milton fez questão de elogiar seu trabalho e dizer que tinha ficado legal.
A primeira caricatura que fez foi de Anco Márcio, seu trabalho ficou tão bom, que Anco mandou para o Rio, para Ziraldo, aquele rapaz que faz o Menino Maluquinho. Tonio fez outras ilustrações de livros, como em 1984, um de seus primeiros, que foi Carro de Osíris, de Terezinha Fialho; de Neide Medeiros, sobre a obra de Augusto dos Anjos, de 2014, Histórias do diabo, de Altimar Pimentel e ilustrou sobre Zé Cavalcanti, prefeito de Patos, sobre piadas e o Boi Folia, de Francisco Aírton.
O mesmo ainda diz que se identifica mais com a ilustração infantil e diz que é mais artista plástico de tela do que gráfico de computador, sendo do tempo de Flávio Tavares quando começou a fazer um desenho de cangaceiro para ilustrar a capa do livro de Adalberto Barreto, onde Flávio Tavares veio n’A União, em 76, só para conhecer Tonio, conta ele.
Em 2023, ainda sairá um trabalho com William Costa , onde Tonio pintará umas telas e fará uma exposição, um álbum de preto e branco, mas que fará com seu traço, em estilo de xilogravura.
Sandra da Costa Vasconcelos
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