Naturalidade: Mãe D’Água – PB
Nascimento: 1968
Atividades artístico-culturais: Cordelista e poeta.
Antônio Mota da Silva, ou simplesmente Antônio Mota nasceu no berço da cantoria de viola, do cordel, na Região da Serra do Teixeira, mais precisamente em Mãe D’Água. Porém vive na cidade de Patos.
O artista é professor da rede estadual e cresceu ouvindo as histórias e proezas dos poetas da terra, a exemplo de Nicandro e Ugulino, Francisco Romano e Severino Pirauá; além do pioneiro do cordel no Brasil, Leandro Gomes de Barros, que nasceu em Pombal, mas viveu até os quinze anos no município de Teixeira.
O primeiro trabalho publicado de Antônio Mota, de Mãe D’Água, nome sugerido para que subscrevesse artisticamente suas poesias, foi o livro ICR-Intrínseco Coração Resignado, de poemas líricos, lançado pela UCPEL-Universidade Católica de Pelotas (RS), depois de um intercâmbio pedagógico de Mãe D’Água com o Governo Federal, através da referida universidade, no ano 2001.
Depois o artista lançou o primeiro cordel: Judas ainda está vivo (uma série de críticas sociais, políticas e religiosas). O segundo de sete cordéis já publicados, “O casal que mais brigava na Paraíba do Norte”, que trata dos conflitos de um casal com intenso humor, é uma obra que vem sendo adaptada para o teatro em vários municípios como Patos, Condado, Santa Luzia e Mãe D’Água, encenada em escolas e faculdades sertanejas.
Na sequência veio à publicação “Onde fica a caixa pregos”, em que o autor descobre que fica em Brasília, mais precisamente no Congresso Nacional, onde abusa, com certo sarcasmo, de nossos políticos.
Seu quarto cordel, intitulado “Beijo de mulher bonita e carinho de mulher feia”, mesmo tratando com humor, conceitos e atitudes do público feminino, gerou polêmica.
No Cordel “O Homem é quem vai parir”, onde Mota faz uma crítica social do mundo moderno, com grande pitada de humor, foi seu quinto cordel. O sexto folheto foi lançado mais como material de marketing do evento junino de Mãe D’Água: “João Pedro é só alegria em Mãe D’Água”.
O último foi o “Jumento Que Advinha”. Que advinha era mesmo o nome do jumento, figura central de uma piada que corre na região. Mas o escritor, que não pode mais ser chamado de bancada, tendo em vista as novas ferramentas de montagem dos textos para irem à gráfica, não descansa enquanto não lança novos cordéis.
Vale lembrar que nas capas não são usados mais os desenhos em xilogravura. Todo o material é produzido pelo designer gráfico e artista plástico Alex Souto.
Todo o encanto e magia que existe na poesia oral ou de bancada presentes nessa cultura de raiz vem aos poucos tomando fôlego pela perseverança de alguns talentos de nossa terra, a exemplo de Antônio Mota, que enfrentam a era digital, a globalização e mantêm vivos antigos traços culturais, que na visão deles não podem morrer.
Fonte:
http://garimpandopalavras.blogspot.com.br/2007/12/literatura-de-cordel-ainda-vive.html