Naturalidade: Petrópolis – RJ / Radicado: João Pessoa – PB
Nascimento: 22 de julho de 1937 / Falecimento: 6 de março de 1985
Atividades artístico-culturais: Artista Visual, Poeta, Crítico de Arte, Escritor
Archidy de Noronha Picado nasceu em Petrópolis (RJ), mas ainda jovem se mudou para em João Pessoa (PB), pois seu pai Francisco Picado era Tenente. Vindo de uma família de artistas, seu pai músico e maestro e sua mãe escritora, Archidy foi influenciado desde cedo a entrar neste mundo.
Formado em Letras com especialidade em Literatura Inglesa, lecionou Inglês na Faculdade de Filosofia e, anos depois, História da Arte e Pintura. Em 1962, foi chamado pelo então reitor da Universidade Federal da Paraíba, Mário Moacir Porto, para criar o Setor de Artes Plásticas da UFPB, no qual também se tornou docente
Na arte, foi um dos precursores do modernismo na Paraíba, com Arthur Cantalice, Breno Mattos, Hugo Abath, Marcus Odilon e outros artistas, juntos foram responsáveis pela criação da fundação da Sociedade Cultural Juvenil, naquela época inovadora com aulas de nu artístico. Publicou o livro A Máquina pela Edições Caravelas, em meados dos anos 1960. Também escreveu contos, críticas de arte e poemas para o Correio das Artes, suplemento literário do jornal A União, e também alguns ensaios na revista CONVIVIUM.
Apesar de transitar por estilos diferentes, é apontado por Vanildo Brito que Archidy se identificou mais com o expressionismo. O seu trabalho mais conhecido – seu autorretrato – foi publicado no Suplemento Literário do jornal A União, em setembro de 1959, é uma releitura do quadro de Edvard Munch, O Grito.
Foi pioneiro no uso da câmera Super-8, quando a tecnologia ainda não havia sido disseminada na Paraíba. Fez quatro filmes: O desencontro, O Garoto, Elegia para um solitário e O fim do dia. Este último sendo o seu último filme, tinha teor autobiográfico, onde Archidy capturou cenas de seu cotidiano com familiares e amigos. Para a realização desses filmes, ele contou com a colaboração do fotógrafo Paulo Queiroz, João Córdula e do jornalista Sílvio Osias (PICADO FILHO, 2018).
Em entrevista para um especial sobre Archidy produzido pela TV UFPB em 2018, o escultor Breno Mattos menciona a busca pela perfeição de Archidy, no processo de criação de algum trabalho, quando não correspondia à expectativa, a obra era destruída.
Archidy faleceu precocemente de cirrose, aos 46 anos. Após sua morte, em 6 de março de 1985, em um gesto de homenagem feito por seu amigo e colega de trabalho Arthur Cantalice, a galeria de arte da Fundação José Lins do Rêgo recebeu seu nome.
Maiara Alves
Fontes
Maiara contou com a colaboração de Carol Picado, neta de Archidy Picado.
http://www.ccta.ufpb.br/pinacoteca/contents/menu/institucional/biografia/archidy-picado-1937-1985