Município: João Pessoa – PB
Nascimento: 16 de junho de 1927 / Falecimento: 23 de julho de 2014.
Atividades artístico-culturais: Advogado, professor, dramaturgo, teatrólogo, romancista, ensaísta e poeta brasileiro.
Obras de sua autoria: O pasto incendiado (1945-1970); Uma mulher vestida de Sol (1947); Cantam as harpas de Sião ou O desertor de Princesa (1948); Os homens de barro (1949); Auto de João da Cruz (1950); Torturas de um coração (1951); O arco desolado (1952); O castigo da soberba (1953); O Rico Avarento (1954); Auto da Compadecida (1955); Ode, (1955); A História de amor de Fernando e Isaura (1956); O casamento suspeitoso (1957); O santo e a porca (1957); O homem da vaca e o poder da fortuna (1958); A pena e a lei (1959); Farsa da boa preguiça (1960); A Caseira e a Catarina (1962); O Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971); História d’O Rei Degolado nas caatingas do sertão /Ao sol da Onça Caetana (1976); Sonetos com mote alheio (1980); Sonetos de Albano Cervonegro (1985); As conchambranças de Quaderna (1987); Fernando e Isaura (1956, inédito até 1994); Poemas (antologia) (1999).
Prêmios recebidos: Martins Pena pelo “Auto de João da Cruz”; Festival Latino-Americano de Teatro; e “A pedra do reino” vence o Prêmio Nacional de Ficção do Instituto Nacional do Livro.
Doutor Honoris Causa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2000); Universidade Federal da Paraíba (Resolução Nº 10/2001) tendo recebido a honraria no dia 29 de junho de 2002; Universidade Federal Rural de Pernambuco (2005), Universidade de Passo Fundo (2005) e Universidade Federal do Ceará (2006) tendo recebido a honraria em 10 de junho de 2010, às vésperas de completar 83 anos.
Ariano Vilar Suassuna filho de Cássia Vilar e João Suassuna, ex-governador do Estado. Ariano nasceu nas dependências do Palácio da Redenção, sede do Executivo paraibano. No ano seguinte, o pai deixa o governo da Paraíba, e a família passa a morar no Sertão, na Fazenda Acauã, em Sousa.
Com a Revolução de 1930, João Suassuna foi assassinado por motivos políticos no Rio de Janeiro, e a família mudou-se para Taperoá, onde morou de 1933 a 1937. Nessa cidade, Ariano fez seus primeiros estudos e assistiu pela primeira vez a uma peça de mamulengos e a um desafio de viola, cujo caráter de “improvisação” seria uma das marcas registradas também da sua produção teatral.
A partir de 1942, passou a viver em Recife, onde terminou, em 1945, os Estudos secundários no Ginásio Pernambucano, no Colégio Americano Batista e no Colégio Osvaldo Cruz. No ano seguinte ingressou na Faculdade de Direito do Recife, onde conheceu Hermilo Barbosa Filho e, junto com ele, fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco.
Para curar-se de doença pulmonar, viu-se obrigado a mudar-se de novo para Taperoá, na Paraíba. Em 1952, volta a residir em Recife. Deste ano a 1956, dedicou-se à advocacia, sem abandonar, porém, a atividade teatral. É desta época a peça “Auto da Compadecida”, peça que o projetou em todo o país e que seria considerada, em 1962, por Sábato Magaldi “O texto mais popular do moderno teatro brasileiro”.
Em 1956, abandonou a advocacia para tornar-se professor de Estética na Universidade Federal de Pernambuco. Em 1957, casa-se com Zélia, com quem teve 6 filhos e 13 netos. Em 1959, em companhia de Hermilo Borba Filho, fundou o Teatro Popular do Nordeste. No início dos anos 60, interrompeu sua bem-sucedida carreira de dramaturgo para dedicar-se às aulas de Estética na UFPE. Ali, em 1976, defende a tese de livre-docência A Onça Castanha e a Ilha Brasil: Uma Reflexão sobre a Cultura Brasileira. Aposenta-se como professor em 1994.
Foi Membro fundador do Conselho Federal de Cultura (1967); nomeado, pelo Reitor Murilo Guimarães, diretor do Departamento de Extensão Cultural da UFPE (1969). Ligado diretamente à cultura, iniciou em 1970, no Recife, o “Movimento Armorial”, interessado no desenvolvimento e no conhecimento das formas de expressão populares tradicionais. Convocou nomes expressivos da música para procurarem uma música erudita nordestina que viesse juntar-se ao movimento, lançado no Recife, em 18 de outubro de 1970, com o concerto “Três Séculos de Música Nordestina – do Barroco ao Armorial” e com uma exposição de gravura, pintura e escultura. Secretário de Cultura do Estado de Pernambuco, no Governo Miguel Arraes (1994-1998).
Ariano Suassuna construiu em São José do Belmonte, onde ocorre a cavalgada inspirada no Romance d’A Pedra do Reino, um santuário ao ar livre, constituído de 16 esculturas de pedra, com 3,50 m de altura cada, dispostas em círculo, representando o sagrado e o profano. As três primeiras são imagens de Jesus Cristo, Nossa Senhora e São José, o padroeiro do município.
Foi membro da Academia Brasileira de Letras, Academia Pernambucana de Letras e Academia Paraibana de Letras. Em 2002, Ariano Suassuna foi tema de enredo no carnaval carioca na escola de samba Império Serrano; em 2008, foi novamente tema de enredo, desta vez da escola de samba Mancha Verde no carnaval paulista. Em 2013, sua mais famosa obra, o Auto da Compadecida será o tema da escola de samba Pérola Negra em São Paulo.
Em 2004, com o apoio da ABL, a Trinca Filmes produziu um documentário intitulado O Sertão: Mundo de Ariano Suassuna, dirigido por Douglas Machado e que foi exibido na Sala José de Alencar. Em 2011, quando Eduardo Campos, então governador de Pernambuco, foi reeleito Presidente Nacional do Partido Socialista Brasileiro – PSB, Ariano foi eleito Presidente de Honra. Na oportunidade, declarou que era “um contador de história” e que encerraria sua “vida política neste cargo”.
Durante o mandato de Eduardo Campos do Governo de Pernambuco, Ariano Suassuna foi assessor especial até abril de 2014. Ariano Suassuna era torcedor do Sport Club do Recife, clube que o homenageou dando-lhe seu nome a Taça Ariano Suassuna que estreará em 2015. Obras de Ariano Suassuna já foram traduzidas para inglês, francês, espanhol, alemão, holandês, italiano e polonês.
Ariano Suassuna Faleceu no dia 23 (tarde de quarta-feira) de 2014. O escritor era conhecido por sua grande ambição artística e pela fina e metódica construção literária.
Algumas Frases Célebres de Ariano Suassuna:
“Arte pra mim não é produto de mercado. Podem me chamar de romântico. Arte pra mim é missão, vocação e festa”.
“Eu digo sempre que das três virtudes teologais chamadas, eu sou fraco na fé e fraco na qualidade, só me resta à esperança. Eu sou o homem da esperança”.
“O otimista é um tolo. O pessimista, um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso”.
“Tenho duas armas para lutar contra o desespero, a tristeza e até a morte:
o riso a cavalo e o galope do sonho. É com isso que enfrento essa dura e fascinante tarefa de viver”.
Jesus às vezes se disfarça de mendigo pra testar a bondade dos homens.
(Em: O Auto da Compadecida)
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ariano_Suassuna
http://pensador.uol.com.br/autor/ariano_suassuna/biografia/
http://g1.globo.com/pernambuco/ariano-suassuna/platb/
https://pt.wikiquote.org/wiki/Ariano_Suassuna