Pesquisa e texto: Sandra da Costa Vasconcelos
Naturalidade: Rio Tinto – PB
Nascimento: 22 de Dezembro // Falecimento: 25 de Junho de 1975
Atividade artístico-cultural: cantor, violonista, maestro e compositor
Ascendino da Silva Lisboa, começou sua carreira na década de 1920, sendo convidado a participar do grupo norte-americano Yankee, de Little Esther, que fazia uma turnê no Brasil, percorrendo com eles várias capitais. Depois da partida do grupo para os Estados Unidos, devido à sua boa voz e talento ao violão, Lisboa ingressou no quadro estável da Rádio Cruzeiro do Sul de São Paulo, onde permaneceu vários anos como uma das suas principais atrações.
Apresentou-se em programas de música regionalista da Rádio Sociedade, Rádio Clube do Brasil e Rádio Educadora do Brasil. Fez parte do elenco da Rádio Difusora de São Paulo desde sua inauguração em 1934, onde foi crooner, e manteve o Programa Regional e o Programa do Jazz. Em 1935 já era um nome reconhecido, montando uma orquestra que fez uma turnê pelo sul do Brasil. Em Porto Alegre se apresentou na inauguração do Cassino Farroupilha e nas grandes comemorações do centenário da Revolução Farroupilha.
Foi contratado pela Rádio Tupi em 1936, sendo maestro da orquestra Jazz Tupi, além de atuar como crooner, chamado pela revista Fon-Fon de “cantor que agrada e constitui número interessante em qualquer elenco de emissora evoluída”.
No Diário da Noite foi dito que “tem feito na Tupi o maior sucesso como intérprete das músicas americanas. A sua atuação brilhante tem sido elogiadíssima pela crítica, sendo um dos artistas mais apreciados”. Em outra nota o mesmo jornal disse que “se é verdade que veio precedido de elogios da crítica, também é certo que a variedade, o critério de seleção de seu repertório escolhido, a beleza de sua voz, têm servido para aumentar o prestígio que conta entre os seus fãs”.
Fez uma temporada em Porto Alegre com Carmen Miranda em 1937, no corrente ano mantinha uma Difusora com o programa Quarto de Hora de Ascendino Lisboa e Jazz Difusora, sendo descrito pelo Correio Paulistano como “excelente artista que atuou sempre com sucesso nas principais emissoras do país”, e em outra matéria, alegando que a música popular caía em descrédito, o Correio disse que “Ascendino Lisboa vem mostrar que, quando essa música, quer seja brasileira, norte-americana e cubana, é bem cantada, consegue reabilitar-se perante os ouvintes mais exigentes”, sabendo organizar programas imprimindo a “sua inconfundível personalidade na interpretação”, agradando plenamente e ganhando um público que o recebia com “verdadeiro entusiasmo”.
Em fins de 1937 excursionou por vários países da Europa, apresentando-se em rádios, cassinos e teatros, uma turnê que foi qualificada como “triunfal” na imprensa. Em janeiro de 1938 já estava de volta na Difusora prometendo apresentar um repertório trazido da viagem e passando a ser membro estável do grupo Turunas do Sumaré, que tinha um programa diário dedicado a músicas carnavalescas. Assinou contrato de exclusividade com a emissora, e em 1944 era o “crooner admirável” do Cassino Guarujá em Santos, onde gozava de “justo prestígio”, “artista de grande sobriedade, culto e de irradiante simpatia”, e segundo A Tribuna era “considerado o mais perfeito crooner santista”.
Em 1960 já havia encerrado a carreira há muito tempo, mas voltou ao rádio nas comemorações do jubileu de prata da Rádio Difusora, cantando “com alma e bossa” o samba Um caboclinho de Hervé Cordovil. Ascendino foi casado com Betty, filha do engenheiro Dulcídio de Souza Pereira, deixando o filho José Carlos. Uma praça foi batizada com seu nome em Rio Tinto, vindo a falecer no ano de 1975.
Fontes:
https://jornalggn.com.br/cultura/a-arte-de-ascendino-lisboa/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ascendino_Lisboa
https://dicionariompb.com.br/artista/ascendino-lisboa/