Naturalidade: Engenho “Pau d’arco” – PB.
Nascimento: 1884 / Falecimento: 12 de novembro de 1914.
Atividade artístico-cultural: Poeta
Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos, terceiro filho de Alexandre Rodrigues dos Anjos e de D. Córdula de Carvalho Rodrigues dos Anjos (Sinhá Mocinha) recebeu do pai, formado em Direito, as primeiras instruções. No ano de 1900, ingressou no Liceu Paraibano e escreveu nessa época, seu primeiro soneto, “Saudade”. Sua obra é extremamente original.
O domínio técnico em sua poesia fez com que ele fosse identificado como simbolista ou parnasiano. Porém, muitos críticos, como o poeta Ferreira Gullar, preferem identificá-lo como pré-modernista.
Augusto declarou-se “Cantor da poesia de tudo que é morto”. Embora ele revele em sua poesia, raízes do simbolismo, retratando o gosto pela morte, angústia e o uso de metáforas. Durante muito tempo foi ignorado pela crítica, que julgou seu vocabulário mórbido e vulgar.
O poeta estudou na Faculdade de Direito de Recife entre 1903 e 1907. Formado em Direito, retorna a João Pessoa, capital da Paraíba, onde passa a lecionar Literatura Brasileira, em aulas particulares.
Em 1908, Augusto dos Anjos é nomeado para o cargo de professor do Liceu Paraibano, mas em 1910, é afastado do cargo por desentendimentos com o governador. Nesse mesmo ano casa-se com Ester Fialho e muda-se para o Rio de Janeiro, depois que sua família vendeu o engenho Pau d’Arco. Em 1911 é nomeado professor de Geografia, no Colégio Pedro II.
Durante sua vida, publicou vários poemas em jornais e periódicos. Em 1912 ele publicou seu único livro “EU”, que causou espanto, nos críticos da época, diante de um vocabulário grotesco, na sua obsessão pela morte: podridão da carne, cadáveres fétidos e vermes famintos. Como também por sua retórica delirante, por vezes criativa, por vezes absurda, como neste trecho do poema “Psicologia de um Vencido”: “Eu, filho do carbono e do amoníaco,/ Monstro da escuridão e rutilância,/ Sofro, desde a epigênese da infância,/ A influência má dos signos do zodíaco”. Sua obra poética “EU” foi reeditado com o nome “Eu e Outros Poemas”.
São encontradas características nitidamente expressionistas em seus poemas. Ficou conhecido como um dos poetas mais críticos do seu tempo, e até hoje a sua obra é admirada tanto por leigos como por críticos literários.
Em 1914, Augusto dos Anjos é nomeado Diretor do Grupo Escolar Ribeiro Junqueira, em Leopoldina, Minas Gerais, para onde se muda. Nesse mesmo ano, depois de uma longa gripe, é acometido de uma pneumonia. E veio a falecer as 4 da madrugada do dia 12 de novembro de 1914.
Fonte: