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Data de publicação do verbete: 24/06/2021

Banda Caacttus

A Banda Caacttus já participou de diversas apresentações em teatros, museus, casas de shows, escolas, videoclipes, diversos programas de rádios e TVs e fóruns em defesa de nossa cultura.
Data de publicação: junho 24, 2021

Surgimento: 2016

Contatos: Banda Caacttus | Alfranque Amaral: (83) 98104 – 3548

E-mail: caacttus@gmail.com

Facebook: https://web.facebook.com/bandacaacttus

Instagram: https://www.instagram.com/bandacaacttus/ 

Canal do YouTube: https://www.youtube.com/channel/UC-ktdXJ84vppVND6dqX3Bjw

Todos os músicos da Caacttus nasceram na cidade de Campina Grande-PB. O mais velho é o sanfoneiro e cantor Lucas Gabriel Patrício do Amaral, que nasceu no dia 02/06/2006, bem no início dos festejos juninos. Portanto, nasceu com o pé no Forró. Ele começou suas aulas de sanfona aos seis anos e onze meses. Lucas Gabriel também toca teclado, violão e compõe. Ajudou a compor e gravou “A Natureza do Bullying” aos nove anos de idade, em parceria com seu pai Alfranque Amaral e com o músico, amigo campinense Miguel Arcanjo. Aos treze anos ajudou a compor e gravou “Isso é Baião”, em parceria com seu pai, Roxinó do Nordeste e Miguel Arcanjo.

O segundo mais velho, irmão de Lucas Gabriel, é o percussionista Luiz Miguel Patrício do Amaral. Ele nasceu no dia 04/05/2010, tirando som de tudo que aparecia à sua frente. Esse é outro que também nasceu com o pé no Forró, durante as prévias das festas juninas. É um percussionista e ritmista nato. Começou suas aulas de musicalização aos quatro anos. Ele toca Zabumba, Triângulo, Bateria, Cajon, Pandeiro e Atabaque. Também tira um som no Teclado e na Sanfona. Por fim, o mais novo, é o percussionista José Lucas do Nascimento Souza Almeida, nascido no dia 27/03/2011. Ele toca Zabumba, Triângulo, Bateria e Pandeiro. 

Atualmente o grupo está tentando uma importante aquisição, o quarto membro. Ela se chama Lorena Barros, uma flor em meios aos espinhos, nasceu no dia 05/02/2013 e é uma talentosa poetisa e sanfoneira de oito anos, filha de um grande artesão, poeta, compositor, cantor, sanfoneiro e violeiro, Roosevelt Fernandes – “o homem que transforma couro em ouro”.

Na Caacttus, o Lucas Gabriel toca Sanfona, Luiz Miguel toca Triângulo e Pandeiro e José Lucas toca Zabumba. Lucas Gabriel e Luiz Miguel estão na Caacttus desde o surgimento da banda, que naturalmente surgiu por conta deles. O terceiro integrante, José Lucas, está na Caacttus há cerca de dois anos. 

Todos eles tiveram seus primeiros contatos com a música e, sobretudo com o Forró, ainda na barriga de suas mães. Lucas Gabriel e Luiz Miguel, ainda na barriga da mãe quando ouviam uma boa música, estufavam o ventre da mãe na direção da fonte sonora.  Portanto, a música sempre esteve presente nas vidas dessas crianças.

Com José Lucas, acredita-se que não tenha sido diferente, uma vez que ele é de uma família de músicos, tendo o pai e o avô sanfoneiros. Por fim, a Lorena Barros, assim como José Lucas, também tem a cultura nas veias desde a barriga da mãe, por ser filha de pessoas muito ligadas à cultura.

A ideia de educação com imersão cultural existe na cabeça de Alfranque Amaral desde que ele ainda era um adolescente. Suas famílias maternas e paternas sempre acreditaram que a cultura é um importante mecanismo de desenvolvimento e valorização da vida familiar e social, uma vez que, a cultura quebra as amarras, pré-conceitos, e, naturalmente, aproxima as pessoas.

Ainda criança Alfranque Amaral que é criador, mentor, pai de Lucas Gabriel e Luiz Miguel, fundadores da banda Caacttus, se lembra de quando seus avós paternos colhiam arroz, enchiam até o teto a sala da casa deles na fazenda Morro Redondo, na época em Corrente – PI, com os cachos de arroz colhidos. Ali se reuniam com os vizinhos toda noite e ao som dos vinis de Luiz Gonzaga brincavam subindo, descendo e escorregando na montanha de arroz. Naquele caldeirão cultural sua avó Carmelinda chorava toda vez que ouvia Asa Branca.

Para o criador da banda, aqueles foram tempos maravilhosos, que transcenderam nas gerações futuras e que hoje fazem morada na cabeça de seus filhos Lucas Gabriel e Luiz Miguel. Portanto, mesmo muito tempo antes do nascimento de Lucas Gabriel e depois de Luiz Miguel, todo o terreno já estava preparado para que pudessem semear neles, aqueles valores culturais.

Desse modo, a Banda Caacttus surgiu como um projeto pessoal de educação com imersão cultural dos meninos com vistas no fortalecimento da formação cidadã deles através da cultura. Os pais e familiares, sempre ensinavam através de suas vivências que a cultura é um importante mecanismo de desenvolvimento e valorização da vida familiar e social. E o forró, como música, dança, local de festa, consegue cumprir esse papel, como talvez nenhuma outra manifestação cultural consegue. Tudo isso, somado ao amor que toda família tem por essa cultura, eles sempre buscaram educar e colocar os meninos em contato com boas músicas, bons forrós, norteados pela obra dos grandes mestres Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Marinês, Sivuca, Dominguinhos, Trio Nordestino, Os 3 do Nordeste e tantos outros mestres de nossa cultura.

Desde que os meninos nasceram eles foram estimulados com brinquedos musicais e com boa música. Em maio de 2013, ainda com seis anos de idade, Alfranque Amaral presenteou Lucas Gabriel com sua primeira sanfona, uma Michael de palhetas com apenas oito baixos, com a qual cinco dias depois ele começou a fazer aulas com o maestro Edmar Miguel. A partir de setembro de 2013 passou a fazer aulas com Edglei Miguel, filho de Edmar, que acabara de fundar a escola A Sanfonada. Nesta época começou uma saga: encontrar uma sanfona que fosse suficientemente pequena e leve com pelo menos 80 baixos para possibilitar a Lucas Gabriel um bom desenvolvimento nas aulas. Alfranque teve que virar importador e depois vendedor de sanfonas. Após comprar três sanfonas pequenas de 120 baixos ele encontrou a ideal para o filho. Algum tempo depois Alfranque conheceu o amigo Antônio Carlos da Fonseca, que buscava comprar uma sanfona.

O leva e traz de Lucas Gabriel para as aulas de sanfonas e Luiz Miguel para as aulas de musicalização o inseriu aos poucos no olho do furacão do mundo musical. E o idealizador da banda que já era um ferrenho defensor da cultura nordestina se revelou de uma hora pra outra um atuante ativista cultural. Estava sempre pronto para ajudar A Sanfonada, seu fundador Edglei Miguel, os alunos e quem mais precisasse de sua ajuda.

Em 2015, aos nove anos, após Lucas Gabriel passar por uma experiência de bullying, compuseram e gravaram em 2016 a primeira música do grupo“A Natureza do Bullying”. Esta gravação foi o marco formal da criação da Caacttus como banda, criada e mantida até hoje apenas com crianças como músicos.

Em 2017 gravaram “Um Povo Sonhador”, a segunda composição, que foi lançada no início de maio, quando as águas da transposição do Rio São Francisco estavam chegando ao Açude Epitácio Pessoa, que abastece Campina Grande. O videoclipe dessa música entrou em diversas TVs Brasil afora, inclusive duas vezes na TV Canção Nova, e passou a ser tocada em diversas rádios de norte a sul do país. 

A banda Caacttus passou um tempo sem gravar, e em abril de 2020 em plena pandemia da Covid-19, compôs  “Isso é Baião”, esta que foi gravada, em junho de 2020, em pleno Festival São João na Rede (FSJR). “Isso é Baião” é um marco de ruptura das festas juninas tradicionais, de origem rural, para uma festa ultramoderna, onde o cenário foi à internet, que mesmo em meio a tanta modernidade preservou nossa cultura e tradição. “Isso é Baião”, ainda sem videoclipe, é um sucesso tocado até em rádios no Japão. Nos próximos meses o grupo deve gravar sua quarta música: A Majestade do Ritmo, na qual, contam a história do grande mestre Jackson do Pandeiro, o paraibano rei do ritmo, que é um dos pilares de nossa cultura.

Por fim, nesses seis anos de existência a banda já participou de diversas apresentações em teatros, museus, casas de shows, escolas, videoclipes, diversos programas de rádios e TVs e fóruns em defesa de nossa cultura. Essa é a história do grupo. Uma história de estudo de nossas raízes culturais, amor e dedicação à luta pela preservação e continuação de nossa cultura, que é o maior dos tesouros imateriais de nossa nação… Razão pela qual, a caminhada do grupo segue firme adiante, sempre nos passos da cultura.

Ivanhia Kelly

Fontes:

https://www.ritmomelodia.mus.br/entrevistas/banda-caacttus/ 

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