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Data de publicação do verbete: 12/11/2022

Bianca Rufino ou Sabiá

Bianca Rufino é poeta, escritora, performista, compositora, cantora, andarilha e cartomante.
Data de publicação: novembro 12, 2022

Naturalidade: Campina Grande – PB

Data de Nascimento: 07 de outubro de 1992

Atividades artístico-culturais: poeta, escritora, performista, compositora, cantora, andarilha e cartomante.

Instagram: https://www.instagram.com/biasabiapoeta/

Bianca Rufino ou Bia Sabiá, nasceu em 7 de outubro de 1992, sua semente brotou na serra da Borborema, em Campina Grande, mas sua muda foi cuidada em João Pessoa, Parahyba. 

Começou a caminhar pelo universo da arte ainda criança, escrevendo suas primeiras poesias aos 9 anos de idade, ganhando concursos literários dentro da escola. Foi uma criança tímida, falava só com os olhos, o que a fez buscar pela escrita como forma de interagir e digerir o mundo. Pelo ano de 2008 começou a escrever em blogs, e em 2010, participou da sua primeira Antologia Poética, através do Prêmio Augusto dos Anjos.

Ingressou em 2010 na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), no curso de Turismo e seguindo o fluxo do rio, navegou em direção ao Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente, “me dediquei ao turismo, por acreditar que a arte do encontro e a perambulação pode nos levar a estados de transformação, mudança e ação…o trânsito expande nossas fronteiras”. Além dessa vontade de aprender dos deslocamentos dentro-fora, passou esses anos, se dedicando a propor um religar da nossa intimidade com a terra, através de estudos em agroecologia, permacultura e comunidades sustentáveis; propondo esse retorno à natureza – e a natureza individual-, a partir de uma mudança de pensamento, nos percebendo partes de uma grande colcha de retalhos. Durante essa movimentação, também se detalhou em estudos de autoconhecimento e curandeirismo, participando de retiros, cursos, incursões e em contato com muitas pessoas. Aqui, foi iniciada e mergulhou nos estudos da cartomancia, pouco tempo depois começou a trabalhar ativamente como cartomante. Também começou a desenvolver seu projeto que a conectou novamente à literatura: o Tarô de Poesia, se apresentando em feiras e saraus.

Durante esse período, Bianca continuou a se relacionar com a literatura, embora mais timidamente. Até que, ao final do mestrado, decidiu reencontrar de vez essa grande parceira da estrada, a poesia. Deixou de lado as expectativas em torno da Universidade, largou casa e trabalho, e saiu em peregrinação pela Colômbia, passando por diversos Estados do país e começando a atuar ativamente com o tarô e a poesia. Regressou ao Brasil pelo rio Amazonas até chegar em Parahyba. Já no Estado, lançou 18 fanzines e voltou à estrada, agora, se movimentando entre os Pernambuco, Ceará e Bahia levando as artes visuais (zines), oficinas de escrita, e performance de poesia com música, em movimentos culturais, ruas, bares e saraus.

No começo da pandemia regressou à Parahyba, onde viveu entre Jacumã e João Pessoa. Lançou sua primeira performance visual através de edital da FUNESC, e unindo linguagens artísticas, criou o ‘Cotidiano In.verso’. Ganhou também outros editais, com a proposta ‘O dia em que tirei a minha alma para dançar’ (ao lado de Mariana Sanfer) e ‘Gurugi’. Em seguida, lançou seu primeiro livro de poesia, ‘Zíngara’ pela Editora Triluna, e alguns meses depois ganhou o segundo lugar no prêmio Políbio Alves na categoria de contos, pelo livro ‘De quando o rio lavou as histórias’. Ainda nesses dois anos, comprou uma Fusca, carinhosamente chamada de ‘Chica Barrosa’. Esse meio a ajudou a transitar pelos lugares ao lado de seu cachorro, o ‘Reggae’, de outros artistas. Também a incentivou a continuar essa andança literária, criando de forma espontânea o que viria a se tornar o projeto ‘De carona na poesia’, premiado pela categoria ‘Parrá’ através da Lei Aldir Blanc; o projeto contou com a Rádio Chica Barrosa, espetáculo e oficinas.

Desenvolve hoje, nesse ano de 2022, seu primeiro espetáculo solo ‘Voltando para casa’ com música e poesia autoral, cuja raiz dessa performance mora na transitoriedade, de forma que em cada lugar onde ele acontece, é criado e apresentado de uma forma única; com participações diferentes em cada localidade. Ele ainda não foi lançado oficialmente, como ela diz, ‘está em experimentação’. Hoje, ao lado do violão e da música, vem compondo novas estradas afinadas à palavra.

tape os ouvidos

imagine

se o navegador

deixasse

de andar entre mares

porque alguém disse

do risco

ou a agricultora

deixasse

de cuidar de sua plantação

porque alguém disse

de uma praga na colheita

imagine

quanto se deixa

de crescer

porque alguém disse.

(Bianca Rufino)

Sandra da Costa Vasconcelos

Fontes:

Entrevista com A Bianca Rufino

https://www.guarabira.pb.gov.br/projeto-de-carona-na-poesia-acontece-nos-dias-30-e-31-com-oficina-e-peca-no-teatro-geraldo-alverga/

https://www.fatoafato.com.br/2022/08/em-guarabira-de-carona-na-poesia.html

https://www.bananeirasonline.com.br/noticias/paraiba/projeto-leva-poesia-para-bananeiras-e-outras-cidades-do-brejo.html

https://revistaacrobata.com.br/anna-apolinario/poesia/3-poemas-de-bianca-rufino/