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Data de publicação do verbete: 01/09/2016

Bráulio Tavares

Compositor, escritor, poeta, tradutor, letrista, pesquisador de ficção científica e literatura fantástica. Escreve roteiro para shows de cinema e televisão. Com forte influência da literatura de cordel.
Data de publicação: setembro 1, 2016

Naturalidade: Campina Grande – PB

Radicado no Rio de Janeiro, desde o ano de 1982.

Nascimento: 1950

E-mail: ebtavares13@terra.com.br

Atividades artístico-culturais: Compositor, poeta, letrista, pesquisador de ficção científica e literatura fantástica, escritor, tradutor, colunista de jornal e escreve roteiro para shows, cinema e televisão.

Publicações: A Máquina Voadora (Romance), Os martelos de Trupizupe, O Homem Artificial-Rio de Janeiro: Sette Letras (1999-Poesia), A Nuvem de Hoje-Campina Grande: Eduepb (2011-Crônicas), e os ensaios: O Anjo Exterminador-Rio de Janeiro: Rocco (2002) e O Que é Ficção Científica-São Paulo: Editora Brasiliense (1986).

Contos: A Espinha Dorsal da Memória. Caminho (1989); Vencedora do Prêmio Editorial Caminho de Ficção Científica (1989); Mundo Fantasmo-Lisboa: Editorial Caminho (1994); Mundo Fantasmo: A espinha dorsal da memória, Rio de Janeiro: Rocco (1996); Sete Monstros Brasileiros, Rio de Janeiro: Casa da Palavra (2014); Contos Obscuros de Edgar Allan Poe, Rio de Janeiro: Casa da Palavra (2010); Freud e o Estranho: Contos fantásticos do inconsciente, Rio de Janeiro: Casa da Palavra (2007); Páginas de sombra: Contos fantásticos brasileiros, Rio de Janeiro: Casa da Palavra (2003); Detetives do Sobrenatural: Contos fantásticos de mistério, Rio de Janeiro: Casa da Palavra (2014); Contos Fantásticos no Labirinto de Borges, Rio de Janeiro: Casa da Palavra (2005); O País dos Cegos e outras histórias – H.G. Wells. Rio de Janeiro: Objetiva (2014); Páginas do Futuro: Contos brasileiros de ficção científica, Rio de Janeiro: Casa da Palavra, (2011); Histórias Para Lembrar Dormindo. Rio de Janeiro: Casa da Palavra (2013); e Contos Fantásticos de Amor e Sexo. Rio de Janeiro: Ímã, (2011).

Folhetos de sua autoria: Cabeça elétrica e coração acústico, no ano de 1981.

Composições: Em 1980, Elba Ramalho gravou de sua autoria “Caldeirão dos mitos” no LP “Capim do vale”.

No ano de 1983, Tadeu Mathias interpretou de sua autoria “Anotações para um adeus” e ainda a “Última estação”, uma parceria de ambos.

No ano de 1989, para o Bloco Carnavalesco Suvaco de Cristo, compôs com Lenine o samba-enredo “República dos Vira latas”.

Em 1990, sua composição “Meu nome é Trupizupe”, ganhou o festival “VIII FAMPOP” da cidade de Avaré, em São Paulo. No mesmo festival, o parceiro Lenine classificou-se em terceiro lugar com a música “Virou areia”, parceria de ambos. Neste mesmo ano foi lançando o disco homônimo do evento, no qual interpretou a composição vencedora e Lenine interpretou “Virou areia”.

Em 1993, Lenine participou do disco do grupo Batacotô, no qual interpretou “Virou areia”, uma parceria de ambos. No ano seguinte, a cantora americana Dionne Warwick interpretou “Virou areia”, desta vez com a letra vertida para o inglês pela própria cantora. Nesse mesmo ano de 1994 Lenine interpretou várias parcerias de ambos, entre elas, “Acredite ou não”, “Miragem do porto”, “O que é bonito”, “Caribenha nação”, “Tuaregue e nagô” e ainda “Mais além”, esta última, parceria de Bráulio Tavares, Lenine Lula Queiroga e Ivan Santos, todas gravadas no CD “Olho de peixe”, de Lenine e Marcos Suzano, lançado pela Gravadora Velas.

No ano seguinte, em 1995, Fátima Guedes gravou “O dia em que faremos contato” (com Lenine) no CD “Grande tempo”. Dois anos depois, Lenine lançou o CD “O dia em que faremos contato”, no qual além da faixa-título, foram incluídas “Bundalelê” e “O marco marciano”, todas, parcerias com Bráulio Tavares. Nesse mesmo ano, Virginia Rosa, no CD “Batuque”, incluiu duas composições suas em parcerias com Lenine: “Miragem do porto” e “Rita”.

Em 1998, Elba Ramalho incluiu “Lavadeira do rio”, parceria com Lenine, no disco “Flor da Paraíba”. No mesmo ano sua composição “Na pressão”, parceria com Lenine e Sergio Natureza, deu título ao disco de Lenine. Ainda nesse disco foi incluída a canção “Eu sou meu guia” (com Lenine).

No ano de 2001, sua composição “Miragem do porto” (com Lenine) foi incluída na trilha sonora do filme “Caramurú – A invenção do Brasil”, de Guel Arraes.

Em 2002, pela gravadora BMG, Lenine lançou o CD “Falange canibal”, disco no qual interpretou “Sonhei” (Lenine, Ivan Santos e Bráulio Tavares), “Umbigo” (Lenine e Bráulio Tavares), faixa que contou com as participações da cantora americana, Ani Di Franco e do pianista Eumir Deodato. Neste disco também foi incluída a música “Lavadeira do rio”, interpretada pelo grupo Skank, Velha Guarda da Mangueira e Lenine. Ainda neste ano, Jorge Vercilo, no disco “Elo”, incluiu “Olhos de nunca mais”, parceria de ambos.

No ano de 2004, Lenine apresentou-se no “Projeto Carte Blanche”, na casa de show Cité de La Musique, em Paris. No repertório do show, gravado e que gerou o primeiro CD ao vivo de Lenine, assim como o primeiro DVD, foram incluídas composições inéditas e releitura de outras músicas de vários discos anteriores, entre elas, “Caribenha nação”, “Tuareg e nagô”, “O marco marciano” e “Virou areia”, todas elas em parceria de Lenine e Bráulio Tavares.

No ano de 2005, Zé Ramalho regravou “Meu nome é Trupizupe”.

Em 2007, escreveu e publicou “O ABC de Ariano Suassuna”, lançado pela Editora José Olympio, no SESC-Flamengo, no Rio de Janeiro. Neste mesmo ano também trabalhou como roteirista do seriado “A pedra do reino”, com direção de Luiz Fernando Carvalho, baseada na obra “Romance d’a Pedra do Reino”, do paraibano Ariano Suassuna.

Entre seus parceiros destacam-se Fuba (Flávio Eduardo) em “Temporal” e “A volta dos trovões”, Antônio Nóbrega, com quem tem várias parcerias lançadas em discos de Antônio Nóbrega e ainda Lenine, seu mais constante parceiro.

Tem mais de 60 composições gravadas por vários artistas da MPB, entre eles MPB4 e artistas internacionais como a cantora norte-americana Dionne Warwick.

Prêmios:

Premiação portuguesa Caminho da Ficção Científica pelo livro de contos “A espinha dorsal da memória” (1989). No ano seguinte, sua composição “Meu nome é Trupizupe”, ganhou o festival “VIII FAMPOP” da cidade de Avaré, em São Paulo. E durante o ano de 2009 foi nomeado a personalidade do ano pelos editores do Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica, venceu o Prêmio Jabuti de Literatura na categoria de literatura infantil com o livro A invenção do mundo pelo Deus Curumim.

O artista:

Bráulio Tavares iniciou como sonetista aos oito anos de idade. Foi influenciado pelo seu pai (jornalista e poeta). Ao longo de sua carreira escreveu vários livros de poesias e ficção-científica editados; além de folhetos de cordel publicados pela editora Casa das Crianças, de Olinda, Pernambuco.

Iniciou estudos de Cinema (Universidade Católica de Minas Gerais) e Ciências Sociais (Universidade Federal da Paraíba), mas não concluiu os cursos. Morando em Salvador a partir do ano de 1977, começou a compor e a escrever para o teatro.

Participou em 1992 do projeto “O Escritor na Cidade” pelo Departamento Nacional do Livro da Biblioteca Nacional, e viajou pelos Estados do Espírito Santo, Paraná, Pará e Rio Grande do Norte, fazendo palestras em bibliotecas públicas da capital e do interior.

Com forte influência da literatura de cordel, escreveu a peça “Folias Guanabara”, espetáculo dirigido por Ivaldo Bertazzo com o Corpo de Dança da Maré e a participação da atriz Rosi Campos e do ator, cantor e compositor Seu Jorge.

Segundo Bráulio Tavares “Fazer música, escrever, fazer poesia, isso é a respiração da mente, é a entrada e saída de oxigênio e gás carbônico. Sem isso a mente para”.

Na hora do Lobo*

 

Quando um homem consome a madrugada

rabiscando umas folhas de papel

e ele sabe que a vida é tonelada

oscilando na ponta de um cordel;

ele sabe que o fim de toda estrada

não desagua no inferno nem no céu,

e ele pensa na feira, na empregada,

água e luz, condomínio e aluguel;

Quando um homem fatiga a voz cansada

com palavras da Torre de Babel

e ele entende que a coisa mais amada

se transmuda na coisa mais cruel;

Quando a taça em que bebe está quebrada,

tanto vidro a boiar em tanto fel

e no peito uma dor desatinada

essa dor que é tão nítida e fiel;

Quando um homem de boca tão calada

sente a mente girar num carrossel,

ele escreve através da madrugada

com cuidados de abelha que faz mel:

sua vida, talvez, foi destinada

a salvar estas folhas de papel.

Bráulio Tavares in. O Homem Artificial: poemasEd. Sette Letras, 1999, p.9.

Fontes:

http://www.dicionariompb.com.br/braulio-tavares/dados-artisticos/

http://www.casadapalavra.com.br/autor/110/Braulio+Tavares/

http://www.dicionariompb.com.br/braulio-tavares/biografia/

http://culturapopular2.blogspot.com.br/2010/03/braulio-tavares.html/

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/paraiba/braulio_tavares.html/

Pesquisador: José Paulo Ribeiro, e-mail: zepaulocordel@gmail.com.

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