Naturalidade: Guarabira – PB
Nascimento: 6 de abril de 1935 // Falecimento: 25 de novembro de 2022
Atividades artístico-culturais: Músico, poeta e cantador de coco.
Tomás Cavalcante da Silva, conhecido como Cachimbinho, iniciou sua trajetória aos treze anos. No início da carreira, ele recebeu influência do poeta Manoel Batista. E cantava embolada nas praças, sítios e comícios políticos em sua cidade natal; só depois veio para o município de Santa Rita.
O artista declarou: “Nasci numa localidade que era de Guarabira, mas hoje pretende a Araçagi, sítio Mamaraú”. Chegou a ser preso por cantar em uma praça, mas foi defendido por estudantes e pelo político Sílvio Porto. “Ele mandou me soltar porque a polícia deveria prender bandidos, e não alguém só porque estava cantando emboladas”.
As capitais do Rio de Janeiro e São Paulo foram sonhos realizados pelo poeta, que um dia comprou a passagem escondido e viajou com Mousinho, cantando nas cidades onde não tinham condições de ir e queriam conhecer. No Rio de Janeiro encontrou Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, que o ajudaram na sua carreira, e, ao longo do tempo, passou a ser considerado um dos grandes mestres do coco de roda. Junto com o seu amigo Livardo Alves montaram o grupo de embolada chamado “Com muito amor e pimenta” e em 1991 lançaram um disco.
Considerado Mestre das Artes, Cachimbinho foi ganhador da Medalha Augusto dos Anjos e realizava apresentações especiais pelo Nordeste, especialmente na Paraíba.
Com o falecimento de Cachimbinho em 2022, o produtor cultural Eudes Hermano chegou a comentar: “é com tristeza que fico sabendo do falecimento do grande mestre da embolada Cachimbinho. O coco de embolada ficou conhecido pelas últimas gerações graças a ele que, juntamente com seu parceiro Geraldo Mouzinho, mostraram aos novos quão grande e deliciosa é essa arte popular”.
Trecho de verso escrito por Cachimbinho:
“Acabou-se carvalhada,
coco de roda e guerreiro
E corrida de vaqueiro
dentro da mata fechada
O forró numa latada
Tem gente que dá no fio
a lapinha o pastoril,
o picado o arroz doce
As coisa boa acabou-se
Traz uma saudade Brasil
Bumba meu boi e ciranda
Isso aí dá bom estrondo
Mamulengo, siá redondo
E o fogo de giranda
Hoje só existe banda.
Não tem mais divertimento
Acabou-se casamento,
O povo só vê novela
Acabou quebra-panela
E corrida de jumento…”
Fontes:
http://www.acervoorigens.com/2011/03/cachimbinho-e-livardo-alves-com-seu.html
*Atualizado por Sandra Vasconcelos em março de 2025