Municípios: Guarabira, Bananeiras, Solânea, Pilõezinho, Pilões, Serraria, Cuitegi, Alagoinhas, Alagoa Grande, Areia e Pirpirituba.
Fundação: 15 de abril de 2003
O projeto de turismo religioso intitulado “Os Caminhos do Padre Ibiapina” é desenvolvido pela Diocese de Guarabira, o Governo do Estado, Sebrae e a ONG (OSCIP) Para´iwa. A iniciativa inaugurada oficialmente no dia 15 de abril de 2003, segue os moldes do Caminho de Santiago de Compostela na Espanha.
Caminhos do Padre Ibiapina foi concebido a partir do potencial da romaria que já ocorre no dia 19 de fevereiro, data em que se comemora o aniversário de morte do Padre Ibiapina. O projeto estimula o turismo religioso e a ligação entre dois santuários, o Santuário de Frei Damião e o Santa Fé.
O padre José Antônio de Maria Ibiapina nasceu em Sobral, no Ceará, em 1806, e morreu em Santa Fé, na Paraíba, em 1883. Foi advogado e juiz de direito. Depois de viúvo, percebendo que a justiça estava apenas a serviço dos grandes senhores da época, ele abandonou a sua carreira jurídica e ordenou-se padre.
Ibiapina se embrenhou pelos interiores do sertão nordestino, criando toda uma infraestrutura que favorecesse a vida das comunidades mais carentes, construindo açudes, os primeiros hospitais da região e casas para acolher crianças abandonadas e pessoas idosas.
O Padre Ibiapina foi considerado pelo escritor Celso Mariz uma das maiores figuras apostolares do Brasil. Deixou um legado de fé católica e uma grande obra de assistência e educação, com a construção de casas de caridade, hospitais, açudes, cemitérios e capelas.
Das obras erguidas pelo Padre Ibiapina, ainda restam as Casas de Caridade de Santa Fé, Pocinhos, Cachoeira e Parari e os açudes de Santa Luzia e Princesa Isabel, que atestam a grandiosidade de sua obra. A referida peregrinação irá possibilitar aos peregrinos não só conhecer sua obra humanitária, bem como a diversidade ambiental e cultural da região do Brejo.
O projeto consta da implantação de quatro trilhas, refazendo os caminhos percorridos pelo Padre Ibiapina em suas peregrinações pela Paraíba, no período de 1856 a 1883, período em que foi bispo da Diocese de Olinda e Recife, que abrangia os Estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
“Os Caminhos do Padre Ibiapina” também é conhecido por “Caminho do Brejo”, consta de quatro trilhas, todas as opções saem do Memorial Frei Damião em Guarabira, até a chegada em Santa Fé.
A primeira trilha denominada “Via Cruzeiro de Roma” ou “Caminho Via Roma”, tem aproximadamente 60,0 km, sendo entregue aos peregrinos no dia 15 de fevereiro de 2004. A trilha tem início saindo do Memorial Frei Damião, em Guarabira e término no Santuário de Santa Fé, no município de Solânea (PB), onde estão enterrados os restos mortais do sacerdote, são três dias de caminhada e duas pernoites.
Na trilha o peregrino passa pelos seguintes destinos: Serra da Jurema, Pirpiritituba, Capela de Nossa Senhora de Fátima (reza a tradição que é preciso bater o sino), Cachoeira do Roncador, Sítio Angelim, Vila Moram, Lagoa Matias, Cruzeiro de Roma, Engenho Goiamunduba, Bananeiras, Solânea, Chã de Santa Tereza, Sítio Olho D´água Seco, Sítio Figueira, Fazenda Almeida, Distrito Saco, Arara, a Igreja Matriz do Livramento (construída por iniciativa do Padre Ibiapiana, em uma de suas missões) e Santuário de Santa Fé.
A segunda trilha é a “Via Túnel Samambaia” com 55,1 km, sai de Guarabira passando por Pirpirituba, Cachoeira do Roncador, Sítio Samambaia (Borborema), Sítio Poço Escuro (Borborema), Borborema, Bananeiras, Solânea, Sítio Olho D´Água Seco, Sítio Filgueiras, Fazenda Aldeia, Comunidade Saco de Arara, concluindo com a sua chegada em Santa Fé.
A terceira trilha é a via chamada “Via Cruzeiro do Espinho” com aproximadamente 47,4 km, sai de Guarabira, passa por Pilõezinho, Pilões, Serraria para chegar finalmente em Santa Fé.
A quarta é a Via denominada de “Caminho das Artes”, considerada a mais extensa de todas, com 90 km, como as demais sai de Guarabira, passando por Cuitegi, Barragem do Rauá, Alagoinhas, Alagoa Grande, Cachoeira do Quinze, Areia, Muquem, Santana terminando em Santa Fé.
Durante a caminhada efetuada ao todo em estrada de barro, os peregrinos podem fazer o percurso a pé, de bicicleta e a cavalo, sempre entre 15 a 19 de cada mês durante todo o ano. No ponto final das quatro trilhas todos recebem um certificado da Flor de Cedro, árvore que dá sombra ao jardim do memorial do Padre Ibiapina, em Santa Fé, e também símbolo que representa o projeto.
O padre Gaspar Rafael, nascido em Serraria, mas desde menino criado em Arara, ouviu todas as histórias à cerca do “Missionário do Nordeste”, mencionado por Celso Mariz. Liderados pelo padre, que já fez várias vezes o percurso, caminham todos os devotos de Ibiapina, sendo eles advogados, bancários, estudantes e agricultores. “Peregrinar é refletir sobre a vida. Não somente contemplar a natureza, mas sobretudo a grandiosidade do amor de Deus Pai”, explica Gaspar Rafael.
Ao longo das trilhas, os participantes desfrutam de uma paisagem com muito verde, possuindo uma grande variação na vegetação e na fauna, uma vez que a mesma corta as regiões do agreste e do brejo, possuindo um relevo recortado por vales e com uma beleza rústica dos seus engenhos, casarões e cidades seculares.
Fontes:
http://www.caminhodesantiago.com.br/walter_jorge/peregrinacao_brasil/22_peregrinacao_brasil_ibia
http://www.nordeste1.com/um-padre-peregrino-nos-caminhos-de-ibiapina/