Localização: Fazenda da Graça – Ilha do Bispo – João Pessoa/PB
A capela do Engenho da Graça integrava o conjunto arquitetônico da Fazenda da Graça, juntamente com os edifícios do engenho e casa grande, a qual foi parcialmente demolida por volta de 1940, restando, no entanto, algumas ruínas. Neste local, existiu outrora um engenho d’água de propriedade de José Luiz Pereira Lima, negociante da antiga cidade da Paraíba.
Segundo artigo de J. Ferreira Novaes (1937), a capela foi edificada pelos jesuítas, quando de sua volta à capitania da Paraíba, após a expulsão dos holandeses, em 1654. Data, provavelmente, do século XVIII, pois apresenta características do estilo em voga nessa época – o Barroco. Diz ainda o autor que a dita capela possuía um cruzeiro, destruído pela ação do tempo por volta de 1860 ou 1870, o qual servia de guia aos viajantes, e que inspirou a nomeação do povoado que ali habitava, tomando o nome de Cruz das Almas (e posteriormente Cruz das Armas).
Sendo os Jesuítas expulsos do Brasil em 1759, suas propriedades foram confiscadas e vendidas a terceiros. De acordo com uma escritura lavrada a 6 de Setembro de 1846, a capela em questão foi incluída na compra da propriedade da Graça, realizada pelo Mestre de Campo e Governador da Capitania Antônio Borges da Fonseca ao padre João Nunes Bulhões, que por sua vez a havia adquirido ao padre João da Silva Teles.
No final da década de 1960, a capela passou por consideráveis obras de conservação, empreendidas pelo grupo Matarazzo, então proprietário da referida indústria, tendo sido nessa ocasião encontrada no forro, uma pintura artística sob a então existente, que foi removida para lhe dar lugar. Por essa época já não se verificava a prática de atos religiosos, estando a capela desprovida de bancos, imagens, etc.
Permaneceu, por muitos anos, desativada e em total abandono, chegando a um avançado estado de ruína, com perdas significativas na coberta e no forro da nave, restando no seu interior apenas alguns ornamentos e bens integrados. Contudo, apesar do seu precário estado, guardou a sua beleza, sendo restaurada entre os anos de 2009 e 2011.
Por seu valor artístico, a capela da Graça acha-se inscrita sob o número 42 do Livro de Belas Artes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), desde 30 de Abril de 1938.
Beatriz Barros
Fontes:
João Pessoa – Capela do Engenho da Graça