Naturalidade: João Pessoa – PB
Nascimento: 12 de janeiro de 1912 / Falecimento: 2 de abril de 2003
Atividade artístico-cultural: Escritora
Atividades exercícios-profissionais: Historiadora e educadora
Obras: Notas Genealógicas das Famílias Gouvêa, Meira Henriques, Albuquerque Maranhão, Vieira, Coêlho (1971); A Mansão da Praça Bela Vista (1973); Diná (1975); História da Paraíba: Período Colonial e Reino (1976); Padre Meira (1976); História da Paraíba: Do Império à República (1976); Notas Históricas Sobre a Cidade de Santa Rita (1977); História da Paraíba: Para Uso Didático (1978); Cifrado 110 (1979); As Ruas Onde Morei.
Carmen Coelho de Miranda Freire foi uma das mais importantes historiadoras e educadoras da Paraíba. Era filha de José Vieira Coelho e Maria Emerentina Gouvêa Coelho, que além de mãe, foi sua maior referência na vida pessoal e profissional. Concluiu o ensino primário e secundário no Colégio Nossa Senhora das Neves, onde também fez o magistério e se diplomou professora em novembro de 1931. Casou-se com o comerciante Lourival de Miranda Freire, com quem teve quatro filhos. Entre eles estão o desembargador Carlos Coelho de Miranda Freire e a educadora Clemens Coelho Freire Batista.
A professora iniciou sua trajetória no magistério dando aulas no ensino infantil. Em 1933, começou a lecionar no Grupo Escolar Isabel Maria das Neves, onde trabalhou durante sete anos. A saída da instituição veio após sua nomeação para assumir a Cadeira de História Geral no Lyceu Paraibano, em 1940.
No mesmo ano, integrou o quadro de professores do Colégio Nossa Senhora de Lourdes, o Lourdinas, situado na capital paraibana. Ligada à religião católica, em 1934 a educadora participou do Congresso Eucarístico Internacional, na Argentina. Em 1954, passou a ser professora catedrática de História do Brasil, também no Lyceu. Fundou o curso noturno da instituição, onde durante 10 anos deu aulas como voluntária. Em 1962, após mais de duas décadas dedicadas ao magistério, aposentou-se.
A educadora ingressou também em atividades sociorreligiosas. Criou a Instituição das Domésticas da cidade de Santa Rita e a Casa de Santa Rita, que promovia a aprendizagem profissional e cristã para secretárias do lar. Era sócia fundadora do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica, o que a fez viajar diversas vezes para a Europa, a fim de se aprimorar em História e Genealogia. Foi uma das pioneiras e a primeira presidente do Núcleo Noelista da Paraíba, uma organização cultural e religiosa internacional.
No ano de 1976, ocupou a cadeira de número 29 do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano (IHGP), apresentando um trabalho sobre a trajetória pessoal e profissional de Leonardo Antunes de Meira Henriques. Em 4 de maio de 1984, foi nomeada Cidadã Pessoense Benemérita e recebeu a Comenda do Mérito Cultural José Maria dos Santos, concedida pelo IHGP.
Além de escrever artigos para o jornal A União e publicar livros didáticos sobre a história e a política do estado, Carmen também se dedicou à literatura. Na novela “A Mansão da Praça Bela Vista”, lançada em 1973, a escritora une a ficção ao contexto histórico paraibano para abordar a morte do então Presidente João Pessoa e a Revolução de 1930, além de revelar a repercussão desses fatos para a sociedade da época. Já na obra “Diná”, lançada em 1975, os aspectos ficcionais são usados para conceituar e configurar a educação no interior da família moderna.
Carmen Coelho de Miranda Freire faleceu em 2 de abril de 2003, aos 91 anos. Unindo o olhar de historiadora com a vocação de educadora, ela dedicou sua vida a relatar os principais acontecimentos da Paraíba. Seus livros são alguns dos mais relevantes para a memória e compreensão do contexto político e histórico do estado. Além de sua contribuição acadêmica como escritora, foi uma professora responsável pela educação de muitas crianças e jovens.
Fontes:
