Município: João Pessoa – PB
Localização: Ladeira São Francisco – Centro, João Pessoa – PB
Contato: (83) 3218-9850
Site: www.joaopessoa.pb.gov.br
E-mail: setur@joaopessoa.pb.gov.br
Ano de Construção: 1710.
A Casa da Pólvora (Ruínas) e dos Armamentos da Ladeira de São Francisco constitui um marco histórico, além de um símbolo do esforço colonizador português no Brasil. É um monumento de traços seiscentistas que propicia ao visitante uma lição de história e lembranças do passado.
Foi construída para armazenar as armas e munições da Capitania, por ordem da Rainha Catarina de Portugal, através da carta régia do capitão-mor governador Fernando de Barros e Vasconcelos, em 10 de agosto de 1704, em substituição a anterior que ficava muito próxima ao povoado, incorrendo em perigo para a população. Localizada na parte alta da cidade, uma visita a sua estrutura também descortina a exuberante paisagem do estuário do Rio Paraíba, alguns quilômetros abaixo.
A construção, segundo as fontes históricas, parece ter sofrido interrupções sendo concluída somente em 1710, já na administração do Capitão-Mor João da Maia da Gama. Foi edificada num local estratégico para servir também como posto de observação do Porto Capim (nome popular dado ao Porto do Varadouro, principal porto de João Pessoa anterior à existência do Porto de Cabedelo) e do rio da Várzea paraibana.
A Carta Régia, entre outras recomendações, dizia que um engenheiro viria de Portugal para escolher o local e fazer a planta da casa da pólvora. Segundo o Cônego Barbosa, as repetidas recomendações e os auxílios financeiros extraordinários destinados à construção contidos na Carta, davam a entender que o governo de Lisboa temia possíveis ataques a Paraíba por parte da França e Espanha, pois os franceses conheciam o território paraibano e tinham boas relações com os índios da região.
Segundo os estudiosos no assunto, a autenticidade da casa da pólvora da Ladeira de São Francisco é comprovada através do material usado em sua construção, como os blocos de pedras calcárias de formatos irregulares que costumeiramente eram usados para construir os edifícios na localidade e a semelhança com outras construções da época, especialmente com os conventos de São Francisco, o de São Bento e o do Carmo. Tais blocos eram colados com argamassa de barro e cal, fabricada a partir das mesmas pedras, como pode ser observado ainda hoje na Casa da Pólvora e nas outras edificações já citadas. Tem apenas uma única porta e duas frestas, provavelmente para o arejamento da munição.
O teto da Casa da Pólvora é de formato abobadado feito de tijolos de alvenaria ligados por cimento para dar-lhe mais firmeza e sustentação. A fachada principal está voltada para o poente. O edifício mede cerca de dezenove por seis metros de comprimento na parte externa. As duas esquinas do norte e sul, correspondentes a frontaria principal, são formadas de pedras bem talhadas. Os portais da única porta que existe na frente da casa, foram entalhados com especial cuidado.
Acima da porta vê-se uma coroa do reino de Portugal e abaixo desta uma lápide quadrangular com a seguinte legenda: Reinando em Portugal o muito alto e poderoso Senhor Nosso D. João V governando esta Capitania João da Maia da Gama se fez este armazém. Ano de 1710. Finalmente, pode-se dizer que a edificação de estrutura relativamente simples cumpriu seu papel durante os tempos de lutas e invasões.
A histórica Casa da Pólvora de João Pessoa tornou-se um dos pontos turísticos da cidade. Foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 24 de maio de 1938. Ultimamente não desenvolve mais as antigas funções. Até bem pouco tempo constituía-se num local de divulgação cultural, abrigando um Museu Fotográfico; porém, no ano de 2014, a Casa da Pólvora foi totalmente reformada pela Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP). O Centro Cultural e o Parque Casa da Pólvora foram entregues em solenidade, com a participação do prefeito Luciano Cartaxo.
O projeto do Centro Cultural e do Parque Casa da Pólvora incluiu a restauração do prédio, além da construção de um parque ecológico em seu entorno. O complexo conta com espaço para um café cultural, um teatro de arena (que funciona como anfiteatro) e uma sede administrativa. No prédio da Casa da Pólvora também há espaço para exposições.
O Parque Casa da Pólvora está sendo administrado pela Fundação Cultural de João Pessoa (FUNJOPE), em colaboração com as Secretarias de Educação e Cultura (SEDEC) e de Meio Ambiente (SEMAN), a Coordenadoria do Patrimônio Cultural (COPAC) e demais secretarias do Governo Municipal.
Em 2015, o complexo tombado do Centro Cultural Casa da Pólvora, no Centro Histórico de João Pessoa, realizou no mês de março, o Pólvora Jazz Festival. O evento contou com seis atrações locais, nacionais e internacionais que exploraram o jazz e suas múltiplas vertentes. A entrada foi gratuita.
Fontes:
Arquivo Noronha Santos/Iphan e IBGE
https://pt.wikipedia.org/wiki/Casa_da_P%C3%B3lvora
http://www.guiadasemana.com.br/joao-pessoa/turismo/pontos-turisticos/casa-da-polvora