Município: Casserengue – PB
Localização: Mesorregião do Agreste Paraibano e Microrregião do Curimataú Oriental.
Distância da Capital: 103 km
Área Territorial: 201.381 km 2 (IBGE 2010)
Limites Geográficos Municipais: Solânea, Arara, Algodão de Jandaíra, Barra de Santa Rosa, Damião e Cacimba de Dentro.
População Estimada: 7 058 hab./ 2010/ IBGE
Gentílico: Casserenguense
Data de Emancipação Política: 29/04/1994
Clima: Semiárido
Densidade demográfica: 35,05 hab/km 2
Hidrografia: O município de Casserengue encontra-se inserido nos domínios da bacia hidrográfica do Rio Curimataú. O principal curso d’ água é o Rio Curimataú. O principal corpo de acumulação é o açude Cacimba da Várzea.
IDH-M: 0.513
História do Município:
Segundo moradores antigos, o nome Cai sereno surgiu muito antes da formação do povoado; fala-se que viajantes de outras localidades da região, ao saírem em viagem que cruzavam do brejo ao Curimataú, pernoitavam naquela localidade, e durante a estadia naquele lugar percebiam nas árvores que ficavam úmidas e que as folhas ficavam molhadas. Diante dessas observações, os viajantes comentavam entre si, o seguinte: “Aqui custa a chover, mas toda noite Cai Sereno”, falaram isso a um padre antigo da região que batizou o lugar de Sítio Cai Sereno, após alguns anos, surgiu então o nome Casserengue.
Casserengue foi um dos 51 municípios onde a população foi consultada a decidiu pelo desmembramento do município de Solânea. O projeto de lei criado pelo deputado Ramalho Leite, votado e aprovado, o então governador do estado Cícero Lucena Filho, oficializou a escolha da população, criando a lei nº 5.922 de 29 de abril de 1994, que desmembrou o distrito de Casserengue do município de Solânea. A instalação do município se deu em 1 de janeiro de 1997 foi dada posse do primeiro prefeito de Casserengue Sr. Antônio Pereira de Sousa.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE 2010) o município de Casserengue compreende uma área terrestre de 201.381 km2 e uma densidade demográfica 2010 de 35,05 hab/km2. Na sua organização político-administrativa, Casserengue é composta por 26 Sítios e assentamentos. E seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0.513, segundo o Atlas de Desenvolvimento Humano/PNUD (2000). Limita-se com os municípios de: Solânea, Arara, Algodão de Jandaíra, Barra de Santa Rosa, Damião e Cacimba de Dentro.
Linha Férrea Independência ao Pichuy
O trem chegou à Província da Paraíba ainda no século XIX. Antes de sua chegada, o problema de distância por aqui era resolvido, na maioria das vezes, pelo carro de boi, que fora uma das principais alternativas até a chegada do trem na província.
Muitos foram os decretos que tramitaram nas mãos dos parlamentares da época com o objetivo de prolongar as estradas ferroviárias. Entre eles o decreto nº7632, de 28 de outubro de 1909 o qual fazia menção ao prolongamento de Independência (Guarabira) à Picuí, no qual estava inserido a região estudada.
A linha atravessaria uma região de grande produtividade, como também a região curimataú, propícia as frequentes secas. O desenvolvimento esperado se manifestava no plano econômico. A falta de estradas de rodagem de boas condições no estado fazia com que a produção e o transporte de gêneros alimentícios entre regiões gerassem grandes despesas ou perca da carga.
Ao assumir o governo, o presidente Epitácio Pessoa, logo se movimentou no sentido de fazer possível a construção de novas linhas férreas, que segundo Epitácio seria o combate ao flagelo. Em 1913 o prolongamento da linha Independência-Picuhy atingiu Borborema e o governo federal se viu obrigado a suspender os trabalhos por falta de recursos. Reiniciados os trabalhos em 1920 e com certa rapidez a linha chega a Bananeiras, com direito a estação e armazém para servir de depósito.
O plano governamental de seguir com a estrada ferroviária até o município de Picuí, encontrava uma certa dificuldade no trecho de Bananeiras, devido a serra da viração, porém esta não impediu que o plano fosse adiante e a solução foi a perfuração do túnel para que o trem por ele passasse. O Projeto que ligaria as regiões do Brejo e Curimataú não chegou a ser concluído tento parada na cidade de Bananeiras. A estrada de ferro era financiada com recursos federais e, ainda em 1922, devido à política econômica adotada por Arthur Fernandes, presidente do brasil na época. As obras, ora em andamento no nordeste sofreram diminuições, devido a crise financeira do país e das obras contra a seca.
As obras férreas chegam a essa região por volta da década de 50, onde ainda não existia a cidade de Casserengue, nem cidade de Solânea, tudo ainda era município de Bananeiras. Os trilhos nunca chegaram a ser colocados, o trem viria de Solânea em linha reta e seguiria para Barra de Santa Rosa. Até hoje, ainda existem as lembranças e vestígios das obras férreas, o tempo não conseguiu destruir essas lembranças.
Para cruzar essa região foram usados cortes, aterros, pontilhão e a ponte férrea sobre o rio salgado. Segundo moradores antigos os cortes de terra eram cavados a braço manualmente e para quebrar as pedras usavam-se bombas e a terra era retirada de jumentos.
A Ponte férrea seria o ponto chave de ligação entre as regiões o sítio salgado (Atualmente município de Casserengue, antes Bananeiras) com o Sítio Bola (Atualmente município de Barra de Santa Rosa, antes Serra do Cuité), pois o rio do salgado é um dos pontos de limites entre o município.
O plano de governo de fazer chegar o trem até o curimataú não obteve êxito, indo apenas até Bananeiras. E, depois de tanto trabalho, quando o trem atinge a cidade, aparece a figura de um novo ministro da Viação e apaga o sonho dos que tanto esperavam pela passagem do trem. Ele extinguiu a estrada de ferro e arrancou os trilhos que tinham sido postos sob árduos sacrifícios, e hoje poucos registros existem, é como se aquela linha nunca tivesse existido.
Patrimônio histórico/ arquitetônico / cultural / material:
Casa de Pedra
Os casarões tem a função de memorizar o passado ou de informar sobre o presente. A “primeira casa” de Casserengue foi construída por alguns pioneiros da localidade, não conseguimos os nomes dos primeiros donos, mas são os pais de Fernando Macena da Silva, segundo relato da atual moradora da casa D. Nazaré.
Sua estrutura inicial é feita completamente de pedras, retiradas das matas da propriedade da família, que compreendiam os sítios Valério, Serra Branca e uma parte de Casserengue. Desde então, aos cuidados da administração pública, a “Primeira Casa” não teve função específica, nem utilização adequada.
Devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
Ao entrar em Casserengue pode-se perceber que a cidade oferecerá ao visitante uma visão imponente de construções, a cidade não conservou os casarões antigos. Seguindo pela Rua Durval da Costa Lira, avista-se na parte central umas casas com traços históricos, trata-se da primeira igreja da cidade, a Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, continuando o percurso chegando próximo ao prédio da prefeitura, onde foi a primeira escola do lugar, observa-se ao norte, a Matriz de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro que entre as suas cores e o seu tamanho, destaca-se entre as outras construções em sua volta.
Para quem mora na cidade, o mês de Outubro é a oportunidade de sair às ruas, em passos largos, e se juntar aos devotos na procissão que acontece todos os anos em devoção a Senhora do Socorro. As preces, cantos e orações dirigidas a santa durante os festejos religiosos e a construção de uma igreja em sua homenagem encontram ecos vindos antes até da própria história da cidade.
A primeira imagem da padroeira foi doada por José Macena da Silva, trazida da Bahia em 18 de outubro de 1978, dia em que se comemora a Festa da Padroeira. O quadro original veio do Vaticano e a réplica do quadro original foi doada por Dom Antônio Muniz e entronizada na Igreja Matriz em 12 de outubro de 2003, em sua inauguração.
Conforme a população foi crescendo, se fez necessário a construção de uma Igreja maior, foi iniciada em 2000, após erros arquitetônicos, chuvas fortes e outros acontecimentos que levaram a estrutura cair por três vezes, ela conseguiu ser concluída e inaugurada em 2003. Embora o templo possa ter disso modificado em vários dos seus aspectos várias vezes, sempre com a aprovação da comunidade, mas de certa forma como uma obra arquitetônica feita pelo homem, mantendo-se em bom estado de conservação, pois mantém sua funcionalidade, para o que foi projetada.
Geografia:
Serra da caxexa
Dentre as serras principais da região está a da Caxexa, que destaca na paisagem do município de Casserengue pela “expressão topográfica”, constituindo uma porção bem elevada do relevo local.
A Serra chama a atenção pelos arranjos rochosos de matações que expõe, quanto pela vista panorâmica da depressão do Curimataú que se deslumbra do seu topo, já que fica encravada no limite da Escarpa Oriental do Planalto da Borborema com a referida depressão. Nas maiores altitudes, na encosta da Serra do Caxexa a caatinga apresenta- se mais rala, esparsa e baixa, formada por pequenos arbustos isolados em grandes extensões de solo, nu ou recobertos por um tapete gramíneo e herbáceo. Entre as espécies mais características citamos: Mandacaru, Facheiro, Xique-xique, Pinhão, Macambira, Caroá, Catingueira, Jurema.
Tanques do Valério
Os Tanques do Valério são uma formação rochosa localizada no Sítio Valério, que recebe esse nome em decorrência do morador antigo do lugar. É composto com grandes pedras, que formam depósitos de água, que na seca serve para saciar a sede dos animais, mulheres da região pode lavar suas roupas e em dias de chuva pessoas vão tomar banho nesse lugar. O chão de pedras e a vegetação escassa da região se destacam dentro da caatinga.
Os Tanques ficam a cerca de 1,5 km da cidade de Casserengue (acesso por estrada de terra) e está situado dentro de uma propriedade particular. Geralmente, as pessoas que visitam o lugar, gostam de curtir um programa simples, porém marcante, o pôr do sol com vista para a Serra da Caxexa.
Fontes:
SILVA, Gutemberg Cardoso da. A construção da identidade de Casserengue através das Relações Públicas (Monografia) Curso de Relações Públicas, UFPB, João Pessoa-PB, 2017.