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Data de publicação do verbete: 22/10/2022

Catedral Nossa Senhora da Luz

Por ser um importante local de peregrinação que polariza a fé dos católicos de várias cidades do entorno, foi elevada à dignidade de Catedral no dia 11 de outubro de 1980.
Data de publicação: outubro 22, 2022

Município: Guarabira-PB

Horário das missas: 

Terça-feira 19hs

Quarta-feira 19hs

Quinta-feira 19hs

Sexta-feira 19hs

Sábado 19hs

Domingo 8:30 / 16hs / 19hs

Instagram: https://www.instagram.com/catedraldaluz_/  

A Catedral Nossa Senhora da Luz, também conhecida como Catedral da Luz, faz parte da Diocese de Guarabira e da sé episcopal oficial do Bispo Diocesano de Guarabira. É sede da Paróquia Nossa Senhora da Luz, situada na praça Nossa Senhora da Luz, no centro do município de Guarabira. Classificada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba – IPHAEP como Patrimônio Histórico do Estado da Paraíba, a Catedral da Luz é o principal templo da Diocese de Guarabira e a mais importante entre as igrejas do bispado do brejo paraibano. Sua construção recebeu inúmeras modificações ao longo das últimas décadas. Por ser um importante local de peregrinação que polariza a fé dos católicos de várias cidades do entorno, foi elevada à dignidade de Catedral no dia 11 de outubro de 1980.

A devoção a Nossa Senhora da Luz foi difundida no Brasil inicialmente pelos portugueses no período Imperial. Segundo o Padre Antônio Vieira, Nossa Senhora da Luz foi tradicionalmente invocada pelos cegos (conforme Sermões sobre o nascimento da Mãe de Deus) e começou a ser cultuada em Portugal a partir do início do século XV por um português chamado Pedro Martins, que descobriu uma imagem da Mãe de Deus por entre uma estranha luz, no sítio de Carnide, nas proximidades de Lisboa. Desta aparição se fundou de imediato um convento e uma Igreja a ela dedicada, que conheceu grande incremento com a Infanta D. Maria, filha de D. Manuel I e sua terceira esposa, D. Leonor de Áustria. De acordo com alguns, a devoção chegou à Guarabira através do português José Rodrigues Gonçalves da Costa, que, refugiado do grande terremoto de 1755 que devastou algumas cidades portuguesas, chegou ao Brasil e por volta de 1760 junto com seu filho Pe. Cosme, que começou a promover a devoção à Virgem da Luz em terras guarabirenses. Em 27 de abril de 1837, Dom João da Purificação Marques Perdigão (Arcebispo de Olinda – PE) erigiu canonicamente a Paróquia de Nossa Senhora da Luz, tendo a mesma como padroeira municipal. E em 11 de outubro de 1980, com a criação da Diocese de Guarabira, a Senhora da Luz se tornou padroeira diocesana e sua igreja foi elevada à dignidade de Catedral.

Guarabira, segundo alguns entendidos da língua tupi-guarani, quer dizer berço das garças, “guará-pora”, ou “bira”, isto é, moradia dos guarás. Alguém é da opinião que o vocábulo proceda do termo indígena “guirabira”, isto é, árvore dos pássaros. Há outra versão – penso menos aceitável – que naquele tempo, em virtude da grande quantidade de embira existente na região, os guarás ali se deliciavam. Certo é que havia uma lagoa que fora aterrada onde se encontravam variadas aves onde hoje é a Avenida Dom Pedro II. A cidade está situada em terreno que não é plano, circuncidado de montes, formando uma espécie de cordilheira, à margem de um pequeno rio.

No século XVI, reinando D. Felipe II, o senhor Duarte Gomes da Silveira teve notável influência nas remotas origens de Guarabira. Durante o domínio espanhol Duarte Gomes iniciara, nas férteis caatingas em Quandús, perto de Araçagi, a pecuária e latifúndios. Nascera em Olinda, filho de pais portugueses chamados Pedro Alves da Silveira e Maria Gomes Bezerra. Entre 1586 e 1600, em virtude de seus trabalhos, Duarte Gomes recebeu o título de Capitão Mor da Serra de Cupaoba, sendo a sua primeira autoridade. Era católico fervoroso, de sentimentos nobres, filantropo e justiceiro.

Também digno de relevo no fim das guerras dos Potiguaras (1578) foi o jesuíta Pe. Gaspar Samperé, engenheiro e arquiteto espanhol, especialista em fortificações militares, que veio em missão de paz da Vila de Natal para Cupaoba e Quandús. Sem armas de espécie alguma, o padre viajara a pé para a pacificação Potiguar, apenas revestido da couraça da fé, transformando os valentes e rebeldes selvagens em ovelhas mansas e fiéis.

Aos 15 de maio de 1730, o Pe. João Milanês edificou uma capela cujo orago era Nossa Senhora da Conceição, no local onde atualmente existe a Matriz Nossa Senhora da Luz. Atribui-se o motivo da substituição do nome da padroeira para Nossa Senhora da Luz a uma promessa que fizera José Rodrigues Gonçalves da Costa, natural do distrito de Beiriz (Portugal). Depois – pouco mais de um século – o templo muito deteriorado, passou a ser Igreja Matriz, com o título de Nossa Senhora da Luz, tendo como primeiro pároco Pe. José Pereira de Araújo.

Conta-se que a 1º de novembro de 1755, com o grande terremoto de Portugal que só em Lisboa matou mais de 40.000 pessoas, destruindo a cidade, José Rodrigues Gonçalves da Costa, tomado de pânico, fugiu de Pôvoa de Varzin, província de Porto. Católico como era, afirmou junto a Nossa Senhora da Luz, padroeira de sua terra, Beiriz, que mudaria de Portugal para onde não houvesse tremor de terra, conduzindo a família e a imagem de Nossa Senhora da Luz a quem erigiria uma ermida. Assim fez, cumprindo sua promessa, escolhendo o Brasil, dentro do Brasil a Paraíba, e nas terras desta, Guarabira. A primeira casa de oração era de taipa, mandada construir por ele onde oficiava seu filho Pe. Cosme.

Em 1820, tendo D. João VI jurado a Constituição Portuguesa, levantou-se um motim e em sinal de protesto, muitos pegaram em armas. Os revoltosos, reunidos em Cuitegí, atacaram Alagoa Grande e avançaram até Areia onde morreu a questão. Em seguida, por força da lei de 29 de novembro de 1832, foi oficialmente constituído em nosso território o Distrito de Paz. Por lei nº 17, de 27 de abril de 1837, foi ereta a vila com o nome de “Independência”, desligando-se então da “vila de Bananeiras” assim como a Paróquia Nossa Senhora da Luz, que teve como primeiro Pároco o Pe. José Pereira de Araújo. Dali por diante inúmeros padres se sucederam no cuidado pastoral desta igreja paroquial: 

  • Monsenhor Walfredo dos Santos Leal (1884-1904)
  • Padre Inácio de Almeida (1904-1911)
  • Monsenhor Emiliano de Cristo (1933-1967)
  • Padre Rui Barreira Vieira (1945)
  • Padre José Epaminondas de Araújo (1945-1946)
  • Padre Manuel Palmeira da Rocha (1948-1949)
  • Padre Celestino Grillo (1977-1984)
  • Monsenhor Luís Albert Pescarmona (Atualmente)
  • Padre Cristiano Muffler (1987-1991)
  • Monsenhor José Nicodemos Rodrigues de Sousa (1991-2007)
  • Padre Paulo José de Lima (2007-2011)
  • Padre Adauto Tavares Gomes (2011-2016)
  • Padre Joanderson Marinho de Lira (2016-2017)
  • Padre Kleber Rodrigues Oliveira (2017- Atualmente)

A atual organização paroquial possui os membros:

  • Bispo Diocesano: Dom Aldemiro Sena dos Santos
  • Pároco: Pe. Kleber Rodrigues
  • Vigário Paroquial: Mons. Luis Pescarmona
  • Vigário Paroquial: Pe. Ricardo Ferreira, PSDP

A paróquia também possui uma WebTV com transmissão online no seu site oficial, além dos canais no Instagram, Facebook, Twitter e Whatsapp. 

A Catedral da Luz também possui uma ligação com a Arte Naif, como a cidade de Guarabira é berço de inúmeros artistas plásticos, na novena de Nossa Senhora da Luz de 2021, foi encomendada uma pintura que pudesse retratar com fidelidade o sentimento do povo guarabirense em relação à sua padroeira. Para este trabalho, foi escolhido o artista Adriano Dias, pintor natural do município e importante representante da arte Naif guarabirense. Consciente que a arte Naif descreve o cotidiano das pessoas de maneira simples, a obra de Adriano denominada “Procissão de Nossa Senhora da Luz” evidencia a fé do povo, de maneira espontânea e criativa. A igreja sempre foi promotora e guardiã da arte, por isso, a Paróquia Nossa Senhora da Luz pretendeu unir novamente a cultura e a fé. Além disso, também foi desejo dos organizadores do projeto, homenagear o Prefeito Zenóbio Toscano de Oliveira, falecido no dia 14 de junho de 2020. Como homem à frente do seu tempo, Zenóbio foi incansável incentivador da cultura e da arte guarabirense.

Amanda Azevedo

Fontes:

https://www.instagram.com/catedraldaluz_/ 

https://catedraldaluz.com 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Catedral_Nossa_Senhora_da_Luz_(Guarabira)