Naturalidade: João Pessoa – PB
Nascimento: 3 de janeiro de 1946// Falecimento: 22 de janeiro de 2022
Atividades artístico-culturais: artista plástica.
Desde pequena, Célia conviveu com a arte e, embora sempre habilidosa com o desenho, veio dedicar-se a pintura somente em 1999 e apenas em 2001 profissionalizou-se nas artes plásticas. Embora tenha desabrochado tarde, suas obras são de intensa qualidade.
De dona de casa à artista plástica existia um grande abismo, mas Célia Romeiro acreditou no potencial da sua arte e buscou por seu espaço. Para consegui-lo, foi essencial o apoio dado pela mãe, Dona Áurea, e os filhos: Ana Paula, Fabrício, Márcio, Áurea Elizabete e Ana Flávia. O esforço obteve retorno, pois suas obras hoje representam um expressivo expoente às artes plásticas na Paraíba.
Em sua produção artística, Célia trabalha com uma realidade abstrata e íntima, transmitindo o que sente, vê e o que visiona. Usa pinceladas algumas vezes velozes, com tinta diluída, outras vezes lenta e densa, para realçar detalhes. O movimento de sua pincelada a faz matéria sobre a tela, mergulhando fundo na imaginação,trazendo cores e traços ora precisos, ora velados, trazendo superfície substâncias, espaços e sombras.
Usando trinchas, espátulas, pincéis, espalhando, descolando e raspando, recolocando a tinta através de movimentos que esboçam formas, irrompem como uma aparição. Ao olhar do observador fica a tarefa de reconhecer o que o gesto deixou, as paisagens imaginárias de outro universo ou dimensão.
Algumas das exposições individuais organizadas por Célia foram: Célia Romeiro expõe (Associart, 2003); Resplandecer (NAC/UFPB, 2005); Meu universo (Centro Cultural São Francisco, 2008) e Vida, em 2010, no Hall de Exposições Energisa.
“Vida”, se fosse narrada, seria um romance autobiográfico, pois as telas expostas na exposição contam a história artística de Célia desde os primeiros testes aos experimentos recentes. Não existe performance, tema pré-escolhido, nem pré-elaboração.
Suas telas abstratas de inspiração instintiva não têm nome. Mas todas, para ela, têm uma forma, uma “cara” e quase uma personalidade. Ela identifica máscaras, mulheres, rostos e diversas outras formas. E aos que não veem o que ela vê, pois uma boa mãe sempre reconhece de longe os traços de suas “crias”, só resta entregarem-se ao encantamento de uma exposição abstrata, na tentativa de identificações, sentimentos, reconhecimentos e interpretações.
Mas além das exposições individuais ainda contribuiu com inúmeras exposições coletivas, dentre elas: O lugar encontrado (Centro Cultural São Francisco, 2002); Ciclo de Arte Contemporânea de La Rábida-Aljaraque (Huelva/Espanha, 2002); SPA de Artes Visuais (Café do Lima, Recife, 2002); Tons da terra (MAAC, Campina Grande, 2002; NAC/UFPB, 2003); O mar e seus artistas (Pinacoteca do Estado, Natal, 2003; NAC/UFPB, 2004); Nos passos de Padre Ibiapina (Galeria Sebrae, João Pessoa, 2004); FAVI (Galeria de Rua, João Pessoa, 2006 e 2007); IX SNAP – Prêmio (Sesc João Pessoa, 2007); Tendências (Galeria 13 de Maio, João Pessoa, 2007); Associart e a poesia de Vanildo Brito (Fundação Casa de José Américo, João Pessoa, 2007); Arte sem fronteiras (Centro Cultural São Francisco, 2008), e etc.
Membro da Associação de Artistas Plásticos da Paraíba – Associart, um dos trabalhos mais recentes de Célia foi para a exposição coletiva “Natureza que habito”, promovida por essa mesma associação na Galeria de Artes do Centro de Turismo e Lazer Sesc Cabo Branco, em 2017. Tal exposição expõe obras que utilizam papelão, madeira, redes de pesca, vidro e isopor para despertar no público um pouco do desequilíbrio causado pelo homem em seu ambiente.
Fontes:
http://expotendencias.blogspot.com.br/2007/04/clia-romeiro-trabalha-com-uma-realidade.html
http://artesvisuaisparaiba.com.br/artistas/celia-romeiro/
https://paraibaonline.com.br/sesc-reune-obras-de-oito-artistas-paraibanos-em-exposicao/