Município: Campina Grande – PB
Nascimento: dezembro de 1944.
Naturalidade: Campina Grande-PB.
Atividades artístico-culturais: Escritor, artista plástico, desenhista e professor de artes.
Atividades exercício – profissional: Diretor do Museu de Arte Assis Chateaubriand/MAAC (Campina Grande, 1969/1974). Fundador e coordenador do Núcleo de Arte Contemporânea da UFPB. Vice-presidente do Conselho Estadual de Cultura. Pró-Reitor Adjunto de Assuntos Comunitários e coordenador de Extensão Cultural da UFPB. Subsecretário de Cultura da Paraíba. Presidente da Associação Cultural Le Hors-Là/Paraíba, de intercâmbio Brasil-França.
Outras funções: Membro da Sociedade Brasileira de Educação Através da Arte, e do Conselho Internacional de Museologia. Membro da Associação Internacional de Artes Plásticas (AIAP/UNESCO). Membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte-ABCA. Participou como júri de seleção e de premiação em diversos salões de arte no Brasil.
O artista:
Francisco Pereira da Silva Junior, mais conhecido como Chico Pereira, estudou Desenho e Pintura na Escola de Arte, em Campina Grande. Além de escritor, artista plástico, e desenhista, ele exerce atividades de professor de artes. Chico começou a participar de movimentos culturais do estado a partir da década de 1960.
Desenhista técnico por mais de vinte anos, em 1966 cria juntamente com Eladio Barbosa (na época estudante de engenharia) e Anacleto Elói (funcionário do Banco do Brasil, depois artista plástico em Pernambuco) o chamado “Grupo 3”, realizando diversas obras na cidade e participando de exposições como a IX Bienal Internacional de São Paulo. Segundo Chico, a Bienal foi o primeiro contato do Grupo 3 com a arte norte-americana, o que marcou sua produção de então.
Sua visão de arte reflete algumas questões que influenciaram sua obra: As histórias em quadrinhos, a pintura do forro e das paredes laterais da Catedral de Campina Grande, com reproduções de cenas de manifestações religiosas cujos personagens eram pessoas da sociedade local; uma viagem de aprendizado do Grupo 3 em 1966, quando conheceram São Paulo (e, nessa ocasião, estiveram na referida Bienal), Minas Gerais (com destaque para Pampulha, e as cidades históricas), Rio de Janeiro e Brasília; e, por fim, o Museu de Arte Moderna de Campina Grande, que proporcionou um olhar mais abrangente da arte, desde pinturas neoclássicas até obras contemporâneas de artistas nacionais e estrangeiros.
Em 1969, Chico Pereira assume a direção do Museu de Arte da Cidade, espaço que utiliza para fazer experimentações, numa busca por novas técnicas e materiais alternativos. O professor atua também nas áreas de museologia, arte e educação, história da arte, semiótica e artes gráficas, nas quais publicou livros e ensaios.
Em 2011, publicou “Paraíba: Memória Cultural”, no qual traça um panorama do desenvolvimento histórico-cultural do estado. Atualmente, ocupa o cargo de pró-reitor de Cultura da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).
Artista Plástico, Pereira já expôs na XVI Bienal Internacional de São Paulo e Bienal Internacional de Valparaíso (Chile, 1986) e no I Salão MAM-Bahia (Salvador, 1994), e de inúmeras mostras coletivas e individuais no Brasil e exterior.
No dia 12 de agosto de 2016, o artista tomou posse na Academia Paraibana de Letras, ele ocupou a Cadeira de nº 15, cujo patrono é Eugênio Toscano de Brito.
A artista e museóloga pernambucana Amélia Couto, comenta sobre a obra de Chico Pereira, “Cada obra é a chave para o território da percepção quando a arte deixa de ser um mero objeto contemplativo para ser o Outro Ser que se inicia a partir dele, sem perder em nenhum momento a poesia, condição indispensável para uma obra artística. Situações estéticas que não pretendem se esclarecer através da beleza, mas problematizá-la. Essas Desconexões entre as obras é apenas uma aparência porque, no conjunto, elas são convergentes quando pertencem à cultura geral do nosso tempo. Representam a materialização de ideias que o artista extrai da sua visão do mundo e que ela pode ser compartilhada. Afinal, não é essa a função do artista?”.
“Chico Pereira não é um artista ‘comercial’ que busca os holofotes nas colunas sociais. Melhor seria vê-lo como misto de Dom Quixote e Sancho Pança, embora qualquer definição que a ele se atribua seja de fato insuficiente. Chico é um homem de mil instrumentos: aquele que atua em várias frentes da diversidade de linguagens à profusão de suportes, e para quem tudo se torna campo de ação e objeto de investigação. Meios e técnicas não determinam sua prática artística, Chico Pereira revela-se um colecionador de lembranças arquivadas aleatoriamente durante décadas e reconstituídas artisticamente como um quebra-cabeça.”. (Dyógenes Chaves, ABCA/AICA)
Fontes:
http://druzz.blogspot.com.br/2012/05/uma-obra-imperdivel-de-chico-pereira.html
http://segundapessoa.com.br/edicoes/2/images/a5_09.jpg