Naturalidade: Patos – PB
Nascimento: 30 de novembro de 1875
Atividades artístico-culturais: escritor e ensaísta
Atividades exercício-profissional: historiador e professor
João Rodrigues Coriolano de Medeiros nasceu a 30 de novembro de 1875 na Várzea das Ovelhas, localizado às margens do Riacho Cipó, no sopé da Borborema, que pertencia na época à área geográfica de Patos. Atualmente localiza-se no município de Santa Terezinha. Era filho de Aquilino Coriolano de Medeiros e Dona Maria da Conceição. Sobrinho de Manuel Romualdo da Costa, o “Velho Manduri”, que tinha a característica de ter uma resposta sempre na ponta da língua.
Em 1877, quando Coriolano tinha dois anos, a seca foi a responsável pela transferência da sua família para João Pessoa. Inicialmente, Coriolano estudou numa escola particular de Dona Cecília Cordeiro. Foi também aluno de seu Quitinho e dos prestigiados professores Antônio Ribeiro Guimarães e Manoel Fortunato. Em 1891, no Liceu Paraibano, concluiu o antigo curso de preparatórios. No ano seguinte, matriculou-se na tradicional Faculdade de Direito do Recife, onde cursou até o terceiro ano. Abandonando o curso jurídico, dedicou-se à vida comercial, atividade que exerceu por pouco tempo antes de ingressar no serviço público como funcionário dos antigos Correios (1889-1900).
Após exercer várias profissões, em 1905 abraçou o magistério particular, tendo lecionado em várias escolas da capital paraibana. Coriolano de Medeiros nutriu sempre o desejo de conhecer a terra onde nascera e sua genitora contribuiu muito para isso ao lhe contar belas histórias do Sertão paraibano. Ainda adolescente, visitou a Vila de Patos, oportunidade em que colheu as primeiras impressões sobre a forma de viver do povo sertanejo, que mais tarde seria socializada em seus escritos. Era ainda muito jovem, quando começou a interessar-se pelas pesquisas históricas. Sócio-fundador do Centro Literário Paraibano (1893) e do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano (1905); inclusive, integrou a primeira diretoria desta última instituição, na condição de 2º secretário. Em 1910, Coriolano foi nomeado escriturário da Escola de Aprendizes Artífices, da qual, em 1922, tornou-se seu diretor, cargo em que se aposentou.
Em 1914, através da Imprensa Oficial Estadual, Coriolano de Medeiros publicou o seu primeiro livro, Dicionário Chorographico do Estado da Parahyba. Surgindo em seguida: Do Litoral ao Sertão (contos, 1917); O Tesouro da Cega (drama em três atos); Mestres que se foram (biografias, 1925); O Barracão (romance, 1930); Manaíra (novela histórica, 1936); A Evolução Social e Histórica de Patos (palestra proferida por ocasião do 150º da criação da Paróquia de Patos, 1938); O Tambiá da Minha Infância! (memórias, 1942), Sampaio (memórias, 1958), além de vários artigos em jornais e revistas. Jornalista emérito, Coriolano de Medeiros dirigiu as seguintes publicações: A Philippéa (1905); o Jornal do Commercio, o Almanach do Estado da Parahyba (1914) e o GEGHP – Órgão do Gabinete de Estudinhos de Geografia e História da Paraíba (1939).
No início da década de 1940, Coriolano se aventurou em atualizar o seu Dicionário Corográfico, debruçando-se sobre os velhos documentos, o que motivou a sua perda da visão. Sócio-fundador do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, tendo ocupado vários cargos de sua Diretoria, inclusive a Presidência quando foi eleito para o período 1937/38, embora tenha renunciado na metade do mandato, e da Academia Paraibana de Letras, Coriolano deixou inúmeros artigos e estudos, editados que merecem ser enfeixados em uma publicação. Foi membro da Associação dos Homens de Letras (sociedade acadêmica com 30 membros efetivos, criada por sugestão do Presidente Camilo de Holanda); sócio correspondente dos Institutos Históricos e Geográficos de Sergipe e de São Paulo; membro do Instituto Arqueológico e Geográfico Alagoano. Era detentor da Medalha Deodoro da Fonseca. Educador, jornalista e historiador, Coriolano de Medeiros deu uma grande e valiosa contribuição à literatura paraibana, o que concorreu para que o Instituto Histórico e Geográfico de Patos o escolhesse para patrono da cadeira nº 4, que tem como sócio-fundador e efetivo Alarcon Messias Leitão. Coriolano de Medeiros faleceu em 25 de abril de 1974.
Amanda Azevedo
Fontes:
Resenha – “Coriolano de Medeiros: o patoense que historiou a Paraíba”, por José Romildo de Sousa. Jornal A União, Ano CXXIX Número 232 – edição de 28 de outubro de 2022.
Instituto Histórico e Geográfico Paraibano – IHGP: https://www.ihgp.net/coriolano_de_medeiros.htm
LEITÃO, Deusdedit de Vasconcelos. Coriolano de Medeiros – presença da Paraíba em sua bibliografia, Oficinas Gráficas da Escola Industrial da Paraíba, 1966.
MARTINS, Eduardo. Coriolano de Medeiros – Notícia Bibliográfica, A União, 1975.
NÓBREGA, Humberto. Coriolano de Medeiros – notas para a sua biografia, in Revista do IHGP, vol. 22, 1979.