O maior conteúdo digital de cultura regional do Brasil
Registro das artes e culturas da Paraíba
O maior conteúdo digital de cultura regional do país
Registro das artes e culturas da Paraíba
Data de publicação do verbete: 08/02/2023

Toré

O Toré é um ritual comum a várias etnias indígenas do Nordeste, entre eles os Potiguaras do litoral norte da Paraíba, sendo uma manifestação cultural de grande importância.
Data de publicação: fevereiro 8, 2023

Prática: Ritual Tradicional

Local de Origem: Região Nordeste (Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco)

Etnias Indígenas Praticantes: Potiguara, Pankararu, Pankararé, Kariri-Xocó, Xukuru-Kariri, Potiguara, Geripancó e Fulni-ô

Elementos do Ritual: dança, religiosidade, luta e brincadeiras

Ocasiões para realização: em celebrações como nascimentos, casamentos, boas colheitas e festas

O Toré é um ritual comum a várias etnias indígenas do Nordeste, entre eles os Potiguaras do litoral norte da Paraíba, sendo uma manifestação cultural de grande importância, envolvendo tradições, músicas, religiosidade e brincadeiras. Um dos ritos mais importantes para cultura Potiguara, o Toré, para eles representa a maior expressividade de sua etnia indígena, um ato que influencia na legitimidade e resgate da história e etnicidade (principalmente pela perda cultural que tiveram com a vinda dos portugueses). Dentro deste ritual, é necessário citar o uso da planta Jurema, que teve seu uso proibido durante o período colonial para a prática dos rituais, já que era considerada como um tipo de mandiga e um artefato que seria referente a magia, visto como algo ruim pela Igreja Católica naquela época.

A planta no ritual era utilizada, como algo essencial para a comunicação com seus ancestrais, harmonização e sintonia dos participantes do ritual, aonde é servida na forma de bebida. A Jurema permaneceu, um bom tempo, apenas como uso medicinal entre os indígenas Potiguaras, até retornar ao ritual, como uma forma de relembrar a história da tribo. O nome “Jurema” vem do tupi guarani, onde “Ju” significa espinho, e “Rema” cheiro ruim.

Cada povo possui uma variante de Toré, mas no geral envolve uma dança circular ao ar livre, na qual todos acompanham o ritmo da dança, com cantos ao som de maracás, zambumbas, gaitas e apitos, onde o espírito guerreiro do povo potiguara é exaltado. Recentemente, assim como os Potiguaras têm tido mais interesse em aprender sua língua nativa, eles também estão ansiosos em participar do Toré; os rituais realmente parecem estar voltando em grande estilo. Isso é importante porque o Toré exige muita gente. O ritual é composto de três círculos de várias idades; num círculo dançam os mais jovens, depois os chefes, e depois os adultos.

Esse ritual também tem ganhado visibilidade porque os Potiguaras abriram o Toré para o público. O dia 19 de abril é o Dia do Índio, e os Potiguaras recebem o público em um grande Toré. Agora, qualquer um pode ter a oportunidade de assistir a um Toré, embora ocorra apenas uma vez por ano. Ao longo do ritual são invocados os Encantados entidades espirituais dessas tradições indígenas cuja representação física é o Praiá veste tradicional confeccionada com palha. Composto por duas partes, a máscara ou casaco, chamado Tanam, e a saia, seu objetivo é preservar a identidade do dançador, que ao vesti-la seguindo os preceitos religiosos se torna o próprio Encantado.

 

                                                                                                               Jonas dos Santos

Referências

Conheça o Toré, ritual de diferentes etnias do Nordeste do país — Fundação Nacional dos Povos Indígenas (www.gov.br)

Como acontece o ritual Toré na tradição Potiguara? (vocepergunta.com)