Naturalidade: Monteiro – PB
Atividade artístico-cultural:
Ano de Nascimento: 1952
Data de Falecimento: 22 de dezembro de 2019
Produções Musicais: 4 LPs, 26 CDs, 1 DVD e 350 músicas registradas
Premiações: Troféu Asa Branca – Forró Fest (2008)
Nascido no município de Monteiro, no cariri paraibano, José Djair Bispo Lourenço, mais conhecido pelo nome artístico de Dejinha de Monteiro, era um dos 13 filhos de uma família de agricultores. Seu primeiro instrumento foi um pandeiro e ele recebeu todo o apoio e incentivo dos parentes para atuar na vida artística. Mas foi na adolescência que deu um dos passo mais significativos para sua carreira musical, ganhou do irmão mais velho uma sanfona, trazida de Brasília como presente. Contudo, o início de sua vida como sanfoneiro foi difícil, seu pai preferia que ele continuasse à se dedicar a agricultura como ele, lhe concedendo uma fonte de renda fixa. Dejinha não desistiria do seu sonho de maneira assim tão fácil, decidiu por se aventurar pelo Brasil, mostrando seu talento musical.
Suas primeiras apresentações ocorreram em sítios da região, acompanhando um sanfoneiro com seu pandeiro, entre shows, utilizando do instrumento do amigo para repetir os acordes e aprendê-los. O começo de sua trajetória artística foi a partir das viagens pelo país em busca de conquistar seu espaço como cantor regional e divulgar as suas canções, os ritmos que nasceram do Nordeste: o xote, o xado, o baião, o coco-de-roda ou coco-de-embolada. O primeiro destino de Dejinha foi Brasília, onde permaneceu por dez meses. Depois, viajou para o Rio de Janeiro, onde viveu por 12 anos, divulgando o seu trabalho como cantor e compositor nas rádios locais. Participou de programas das Rádios Globo, Nacional e Federal de Niterói.
Nesse período fez amizade com o Trio Nordestino, Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, Marinês, Messias Holanda e Elino Julião. Ainda quando estava no Rio de Janeiro, chegou a tocar na mesma casa de shows em que o Trio Nordestino se apresentava no seu auge da carreira. O apelido “Dejinha” foi dado por sua avó, já o “de Monteiro” por ser cidadão monteirense. No estado de Goiás, em 1966, participou de uma campanha política, tocando por 70 noites na capital, Goiânia. Foi lá, que o artista paraibano conheceu o cantor Amado Batista que na época tinha uma loja de discos e há pouco havia gravado o seu primeiro compacto.
Em Goiás, Dejinha tocava o tradicional forró pé-de-serra na casa de shows Rancho da Alegria, que sempre lotava nas suas apresentações, caracterizadas pelo estilo do forró tradicional, enfatizando histórias românticas nas letras das suas melodias. Além de músicas de sua autoria, Dejinha cantava também os grandes sucessos de Luiz Gonzaga, porém com uma nova roupagem, acrescentando novos arranjos musicais para deixar o ritmo mais animado. Em 1989, produziu e lançou o seu primeiro LP, nos dois anos seguintes com o surgimento das bandas de forró, não realizou outras gravações. Porém chegou a participar do “Programa do Bollinha” da TV Bandeirantes, e produziu o primeiro CD da Banda Magníficos. Foram 40 anos de estradas, sendo 27 vividos profissionalmente. Dejinha firmou grandes parcerias ao longo do seu trabalho com Flávio José, conterrâneo da cidade Monteiro, Jorge de Altinho, Chico César, Santanna, entre outros que também divulgam em suas músicas a cultural regional. Em 2008, o cantor foi homenageado com o troféu Asa Branca pelo Forró Fest, evento realizado pelas TVs Cabo Branco e Paraíba.
No dia 22 de dezembro de 2019, Dejinha de Monteiro faleceu aos 67 anos de idade, por complicações causadas por um câncer de intestino que enfrentava há meses. A morte foi confirmada pelo filho do cantor Davi, que publicou a notícia em sua página no Facebook: “É com dor e pesar que noticio o falecimento do meu amado pai Dejinha de Monteiro”, afirmou ele na mensagem publicada. O músico ganhou espaço como um dos maiores expoentes do autêntico forró na Paraíba.
Jonas dos Santos
Referências
https://canaldopovopb.blogspot.com/2019/12/luto-morre-o-cantor-e-compositor.html