Naturalidade: Rio Tinto – PB
Nascimento: 01/09/1950 / Falecimento: Abril de 1985
Atividades artísticas- culturais: Jornalista e escritor
Publicações de sua autoria: O livro “Aviso aos Retirantes”; Além das inúmeras matérias e reportagens das quais fez parte, ou como jornalista redator ou editor.
Edenilton Araújo ficou conhecido popularmente como Edenilton Lampião, por ser nordestino e usar óculos redondos teve sua aparência física comparada com o rei do cangaço Virgulino Ferreira da Silva (cujo apelido era lampião). Edenilton costumava usar uma camisa colorida de Bob Dylan, sempre com seu jeito alegre, informal e era muito ativo; bastante querido e conhecido no meio jornalístico.
Quando atuava como conferencista era descontraído e abordava temas intrigantes. Ele foi um grande incentivador da Ufologia Brasileira. Edenilton foi contratado pela Revista Planeta, substituindo Luis Pelegrinni. Ele Assumiu o cargo de editor da revista, entre os anos de 1980 e 1983.
A revista era famosa e trazia matérias sobre esoterismo e ufologia, chegando a alertar sobre o grande número de seitas que reverenciavam alienígenas e discos voadores, artigo este, que se tornou um clássico entre os ufólogos e praticantes da contracultura e o tornou um dos mais famosos filósofos da contracultura brasileira.
Edenilton escreveu um artigo antológico publicado na edição de 10 de setembro de 1984 do Jornal Folha da Tarde, no qual ele alertava para a sofisticação dos métodos e da linguagem das seitas no Brasil, que surgiam semanalmente.
Lampião classificou-as em três tipos: As profundamente místicas (de inspiração cristã, em que Jesus surge como comandante de frotas de naves-mãe em trânsito pelas galáxias); aquelas que falam em nome de uma “nova consciência cósmica” (em que um líder serve de mediador com os ETs, aos quais, claro, só ele e mais uns poucos privilegiados tem acesso) e as mais traiçoeiras de todas, a corrente de seitas esotéricas-científicas que se adaptam ao gosto do linguajar moderno dos meios de comunicação.
Edenilton destacava que em Barra do Garças, à 500 km de Cuiabá (MT), entre brigas de posseiros, grileiros, jagunços, latifundiários e as pregações de dom Pedro Casaldáliga da Prelazia de São Félix do Araguaia (MT), havia o Monastério Roncador.
Segundo Edenilton, o templo era liderado por Udo Oscar Luckner, que se intitulava o Grande Hierofante: “Numa área de mais de 100 mil metros quadrados, construiu até discoporto e, garante, o vaivém de naves é frequente. Só em torno da Serra do Roncador, perto de Barra de Garças, existem 21 correntes, entre elas a Sociedade Brasileira de Eubiose, que afirma ser o local de uma entrada e saída de discos voadores, com uma passagem submarina para o Egito dos faraós”.
No dia 20 de março de 1981 (uma sexta-feira) Edenilton Lampião e Paulo Coelho estavam promovendo o I Encontro da Nova Cultura Brasileira, no Instituto Bennet, no Rio de Janeiro. Eles haviam criado uma Ordem Iniciativa (A Ordem da Estrela Bailarina e procuravam organizar o movimento alternativo no Brasil.
Ordem iniciativa, mística e esotérica era uma forma também alternativa de reunir pessoas com novas ideias. Juntas, elas passavam e passam a gerar um campo de energia. Não é por acaso que o segundo LP da carreira de Raul Seixas se chama da Grã-ordem Kavernista, que apresenta Sessão das Dez, lançado pela CBS em 1971.
A amizade de Edenilton com Paulo Coelho teve grande destaque, eles tinham ideias semelhantes, é tanto que ao criar a Estrela Bailarina, não só buscavam organizar um movimento alternativo, mas para eles o homem não era o centro de tudo, o que é um dos pilares das religiões, em total concordância com Friedrich Nietzsche, o qual ambos admiravam.
Famoso por suas frases, de tom humorístico e sempre contrariando preceitos aceitos universalmente como certos. Sempre dizia verdades, porém com tom de humor, sem chocar ou ofender ninguém. Algumas delas: “Quando o discípulo está pronto, o mestre desaparece”. (na frase original, o discípulo aparece); “Sou contra de tudo que é a favor e a favor de tudo que é contra” (Livro “Aviso aos Retirantes”).
Edenilton Lampião foi atropelado na Via Anchieta, em São Paulo, e não resistiu aos ferimentos e veio a falecer em abril de 1985.
Fontes:
http://biografiaufologos.blogspot.com.br/2006/04/edenilton-lampio-foi-editor-da-revista.html
