Naturalidade: São Bento – PB
Nascimento: 8 de setembro de 1953 / Falecimento: 9 de fevereiro de 2017
Atividades artístico-culturais: Pintor, ilustrador, desenhista e chargista.
Exposições: Galeria Pedro Américo, em João Pessoa (1977); Expomatex, em João Pessoa (1978); MAAC, em Campina Grande (1980); Galeria Vivarte, em João Pessoa (1980); 1º Centenário da Cidade, em Brejo do Cruz (1981); Palácio das Artes, em Belo Horizonte (1983); Itaú Galeria, em Brasília (1983); Galeria Gamela, em João Pessoa (1984); Museu de Arte da UFC, em Fortaleza (1985); Biblioteca Pública, em Brejo do Cruz (1986); Escritório de Arte da Paraíba (1987); Beco 31, em Campina Grande (1987); Galeria Gropius, em Portugal (1992); Espace Arcade Place, em Rouen, na França (1992); Espace Berri Ponthieu, em Paris (1992); Clube Vitatop/Porte Maillot, em Paris (1992); Hall do Hotel Tambaú, em João Pessoa (1977); I Salão Universitário, em Cajazeiras, na Paraíba (1978); II Salão Universitário em João Pessoa (1979); Salão das Madonas, em Olinda, Pernambuco (1979); Festival de Arte de Areia, na Paraíba (1981); Galeria Gamela, em João Pessoa (1983); Artistas Paraibanos, na Galeria Aloísio Magalhães, em Recife (1984); Mostra Inaugural na Filial da Galeria Gamela, em João Pessoa (1985); Galeria Transarte, em João Pessoa (1987); Prix Internacional de Peinture, em Deauville, na França (1991); 28° Grande Prêmio Internacional de Pintura, em Cannes-Sûr-Mer, na França (1992); Alumbramentos, no Hall de Exposições Energisa, em João Pessoa (2009); Exposição Permanente no Museu José Lins do Rego, em João Pessoa.
Elpídio Dantas da Rocha Neto nasceu no sítio Logradouro, em São Bento, mas desde muito cedo foi morar em Brejo do Cruz, onde conheceu a arte. Em 1974 passou a viver em João Pessoa. Teve seu primeiro contato com o universo da pintura através da professora Maria Olívia Maia, daquela cidade.
Ainda em criança, começou a desenhar com carvão a lenha sobre as paredes de sua casa e com um bastão de madeira nos bancos de areia do Riacho Trovão. O artista trabalhou também na agricultura com os irmãos e fabricou esculturas de ex-votos para fiéis.
Iniciou sua carreira em 1976 ao ingressar no jornal O Norte como desenhista do Departamento de Arte e chargista de temáticas políticas. Em 1977 fez a sua primeira exposição na antiga Galeria Pedro Américo. A partir de então, passou a dedicar-se mais à pintura.
Como artista plástico, Elpídio Dantas viajou por todo o Brasil. Nos anos de 1980 começou a apresentar seu trabalho em outros países, como Estados Unidos, França e Portugal. Realizou exposições coletivas e individuais, além de ter recebido inúmeras premiações. “É extremamente importante ter essa oportunidade de poder mostrar o que você produz na sua terra e levar lá para fora e mostrar para outras culturas, para outros povos”, comemorava.
As obras de Elpídio Dantas passeavam pelo figurativo e o abstrato, com sensibilidade e garra. As cores fortes e tropicais também eram as marcas do pintor. De uma família de 14 irmãos, foi o único artista. O seu filho Lupicínio Dantas também seguiu a carreira do pai.
O paraibano desenvolvia o seu trabalho através de pinturas em óleo e acrílico sobre tela, esculturas e xilogravuras. Para o escritor pernambucano Gilberto Freyre, Elpídio é um artista que “com suas telas vibrantes, apresenta-se deslumbrando por esplendores de ambientes tropicais”.
De forma simples e pungente, o jornalista e escritor paraibano Luiz Augusto Crispim também definiu a arte de Elpídio Dantas. “Cercada de uma exuberância floral, pousam as cores do artista com a leveza de um colibri. Nada mais. É tudo quanto lhe cabe na tela. O mais acontece por conta da obra em si mesma e graça dos deuses que apreciam o jeito de pintar do rapaz”.
As esculturas eram feitas em pedra calcária, um trabalho 100% manual, onde a delicadeza e a sintonia do artista com o material faziam da matéria bruta uma verdadeira obra de arte. Nas telas, o paraibano inspirado por uma nova fase, imprimia cores fortes e vibrantes, com tonalidades marcantes e linhas bem definidas.
O artista também expressava como era a relação com o seu trabalho. “A verdadeira Arte é uma vocação. Eu mesmo esqueço até de comer ou de fazer qualquer outra coisa para me entregar às minhas telas”, explicava Elpídio.
Elpídio Dantas trabalhava em seu Ateliê na Praia do Bessa. O espaço é composto por esculturas em seu jardim, um ambiente caracterizado de uma forma única onde apresenta-se o toque do artista em qualquer ambiente onde se passa, com um salão onde existe uma exposição permanente dos seus trabalhos.
Em 2014, começou um projeto de escultura na praia, surgido de forma inusitada. “Eu sonhei que chegava em umas ruínas e era uma igreja que tinha tombado. Eu via aquele monte de pedra ali e ficava triste em saber que era um monumento que tinha caído. Mas ao mesmo tempo todas as pedras que eu encontrava ali se transformavam em escultura”, contava o artista.
Elpídio Dantas faleceu no dia 9 de fevereiro de 2017, aos 63 anos em João Pessoa, vítima de um câncer. Durante o velório foram expostos alguns dos trabalhos do artista. O paraibano enfrentava a doença há 30 anos. Durante os últimos anos dedicava-se a trabalhos menores, mas nunca parou de pintar, desenhar e esculpir.
Fontes:
http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8558/elpidio-dantas