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Data de publicação do verbete: 16/12/2023

Epaminondas Câmara

Escritor.
Data de publicação: dezembro 16, 2023

Naturalidade: Esperança – PB

Nascimento:  04 de maio de 1900 // Falecimento: 28 de abril de 1958

Atividade Profissional: professor e escritor

O escritor Epaminondas Câmara nasceu em Esperança no dia 04 de junho de 1900, sendo filho do casal Horácio de Arruda Câmara e Idalgisa Sobreira Câmara. Seu pai era lavrador e nesta cidade, aprendeu as primeiras letras com a professora Maria Sobreira, na mesma escola frequentada por Silvino Olavo e Elísio Sobreira. Viveu neste município até 1910, quando então deixou o Riacho Amarelo para banhar-se nas águas do Rio Paraíba. 

A carta do ABC que lhe ensinou foi o mestre-escola Minervino Cavalcante. Dividiam os afazeres do sítio com os livros e cadernos. E quando brincava, fazia currais de areia e pedaços de tijolos, encurralando vacas de ossos que comprava a outros garotos pagando com cédulas de cigarros.

Mudou-se com a família para Batalhão (hoje Taperoá) e empregou-se no bazar comercial de seu Joaquim Rodrigues Coura. Com o falecimento de seu pai, ocorrido em 14 de fevereiro de 1921, veio residir em Campina Grande juntamente com a mãe, uma irmã e um irmão, e passou a trabalhar no escritório de Joaquim Azevedo. Deixando o primeiro emprego, procura ocupação na firma compradora de algodão de Virgílio Maracajá, permanecendo até 1929.

Não frequentou escolas ou colégio regulares, mas aprendeu gramática com o professor Clementino Procópio e noções de contabilidade com Renato Alencar. Os conhecimentos contábeis lhe valeram um emprego no Banco Auxiliar do povo naquele ano, fazendo carreira por 21 anos.

Sempre procurou se instruir, com muita dedicação à leitura, enriquecendo o espírito e aumentando sua biblioteca. Era considerado metódico, paciente e inteligente, possuidor de excelente memória e meticuloso em suas anotações. Costumava pesquisar os acontecimentos do cotidiano campinense.

Constituiu matrimônio com sua prima Isaura Gameiro (Isaura Câmara), não teve filhos. Homem íntegro, católico fervoroso como sua mãe. Possuidor de uma alma doce e elevado espírito moral, Epaminondas dedicou-se por muito tempo a sua formação moral.

Ajudou a fundar algumas paróquias e Associação dos Moços Católicos, na cidade de Campina Grande (1929), assumindo a Vice-presidência da entidade em novembro de 1934. Participou igualmente da criação da revista mensal “Idade Nova” em 1937.

Na década de 40 publicou dois livros: “Alicerces de Campina Grande” (1943) e “Datas Campinenses” (1947).

No dia 24 de fevereiro de 1945, seu nome foi apresentado à Academia Paraibana de Letras, sendo eleito no dia 17 de março primeiro sucessor da Cadeira 18, onde tomou posse no dia 21 de julho daquele ano, recebido com um caloroso discurso do acadêmico Hortênsio de Souza Ribeiro  e tendo ocupado  a cadeira do historiador Irineu Jóffily, sucedendo ao poeta Mauro Luna.

Em 1951 doou boa parte de sua coleção de livros à Biblioteca do Palácio Episcopal, organizada por Dom Anselmo Pietrula, que se enriqueceu com quase 600 volumes de seus livros.

Nesse tempo transfere sua residência para o Rio de Janeiro, onde funda um escritório de Representações e Corretagens.

O insucesso do empreendimento o trouxe de volta a Campina Grande, no ano de 1952. Aqui estabelece, em parceria com o cunhado José Costa de Carvalho, o Armazém Paraibano, nome de fantasia da firma comercial Costa & Cia, comércio atacadista de miudezas e armarinho.

Na Paraíba, descobriu a chamada “Civilização da Farinha”, no período em que os colonizadores da Paraíba praticavam uma agricultura de subsistência e de escambo, exportando o excedente da farinha para o Sertão.

Epaminondas Câmara faleceu às duas e meia da tarde do dia 28 de abril de 1958, “rodeado do amor dos seus, sem uma queixa, sem um lamento”, como bem explicitou o amigo Cristino Pimentel. Preparava o terceiro compêndio: Pequena Enciclopédia Brasileira para uso dos Católicos, havendo concluído a letra A. Os seus restos mortais foram trasladados para o Cemitério Nossa Senhora do Carmo, em Esperança, onde se encontra o túmulo da família. 

Em Campina Grande, uma das ruas do Bairro Catolé foi denominada em sua homenagem.

Sandra da Costa Vasconcelos

Fontes:

https://cgretalhos.blogspot.com/2012/10/biografia-epaminondas-camara-por-rau.html

https://pt.scribd.com/document/261826240/A-INVENCAO-DE-UMA-GRANDEZA-A-ABORDAGEM-HISTORIOGRAFICA-DE-ELPIDIO-DE-ALMEIDA-E-EPAMINONDAS-CAMARA-E-SEU-LEGADO-NA-HISTORIA-DE-CAMPINA-GRANDE

https://bibliotecaatilaalmeida.uepb.edu.br/2017/10/02/obra-do-mes-de-outubro-datas-campinenses-por-epaminondas-camara/

 

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