Naturalidade: João Pessoa – PB
Nascimento: 22 de Abril de 1979 // Falecimento: 14 de Março de 2023
Atividade artístico-cultural: Músico
Alberto Antonio dos Santos Silva, mais conhecido como “Escurinho” ou ‘Badauê”, foi um músico multi-instrumentista e Mestre de Capoeira, nascido em João Pessoa, capital da Paraíba, mais específicamente em Cruz das Armas onde segundo ele, foi o berço da sua arte e onde começou sua caminhada com a cultura.
Atuando na área há mais de duas décadas, Escurinho trabalhava ensinando capoeira e com a produção de instrumentos percussivos e danças afro-brasileiras. Também fez composições de músicas para os grupos “Pau de dar em doido” e “Alabê Alujá”, dos quais ele fazia parte.
Seu primeiro contato com essa arte foi aos 14 anos de idade, ele participava de um movimento chamado “meninos de rua”, no qual houve uma excursão para Recife a um convento de Freiras, foram oferecidas diversas oficinas, dentre elas a capoeira. Após alguns anos ele começou a frequentar aulões gratuitos de Capoeira e é onde começa seu processo com a Capoeira com o Mestre Cesar Augusto Pedrosa na Instituição privada de educação básica E.M. Luiza Lima Lobo no Alto do Mateus até 1999. Em 2000 Cesar segue outro caminho com a capoeira deixando Escurinho com Mestre Magnata até 2006, e depois disso com Mestre Sabiá até o fim da vida.
Ao longo de sua vida, Escurinho lutou pela conscientização da arte, e enaltecia a capoeira como símbolo de força, sendo algo que estavana constantemente transformando e promovendo a vida das comunidades pertencentes a essa cultura. Ele tinha uma grande paixão por repassar esse ensino da capoeira, e cultura paraibana transformando vidas.
Em um mini documentário sobre sua tragetória, Escurinho falou um pouco sobre o significado que essa arte ancestral tem na sua vida: “Pra mim ela é tudo, ela é minha resistência, ela é minha existência, eu aprendi no caminhar com a capoeira que eu preciso dela para me fazer firme, uma caminhada onde eu posso abraçar outros segmentos que a capoeira me proporcionou, como a dança, como a cultura popular, como a percussão, como a música”.
Em outra entrevista, desta vez com o portal “Brasil de fato”, ele reforça essa importância do legado da capoeira dizendo: “Falar de capoeira é falar de vida, é falar de existência e resistência. É falar da consciência negra de todas as horas, é o que eu vivo. A partir da capoeira eu entendi que pertencer a uma comunidade, a uma quebrada, à favela, não é sinônimo de algo pejorativo. A partir dela a gente consegue alcançar esse campo do pertencimento, da ancestralidade, de saber o chão que pisa”.
Badauê morreu dia 14 de março de 2023, devido a complicações no quadro de Leucemia diagnosticado em 2020, deixando um legado de dedicação às crianças e jovens de comunidades, sempre procurando abrir espaços de fala e vivências e transformando a realidade de muitas pessoas através da cultura.
Ana Paula Anjos
Fontes: