Naturalidade: Santa Rita-PB
Nascimento: 08 de abril de 1894 // Falecimento: 16 de julho de 1981
Atividades artístico-culturais: Poetisa
Atividades exercício-profissionais: Professora, jornalista e médica.
Eudésia Vieira em Quadrinhos:
https://www.behance.net/gallery/81498261/Eudsia-Vieira-em-Quadrinhos
Eudésia de Carvalho Vieira, nasceu no dia 08 de abril de 1894, no Povoado de Livramento, município de Santa Rita-PB. Filha de Pedro Celestino Vieira e Rita Filomena de Carvalho Vieira. Em 1917, casou-se com José Taciano de Fonseca Jardim, com o quem teve 14 filhos, mas somente 5 sobreviveram. Contrariando a vontade de seu marido e da sociedade, entrou na faculdade de Medicina em Recife, onde em 1934 se formou, sendo a única mulher de sua turma e a primeira paraibana a receber o diploma de ciências médicas e cirúrgicas. Após sua formação, instalou-se em João Pessoa, aonde montou seu próprio consultório na Rua Duque de Caxias.
Eudésia Vieira era professora, jornalista, poetisa e médica. Passou a fazer parte do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, no dia 03 de junho de 1922, além de assumir a comissão de contas da instituição. Uma mulher muito à frente de seu tempo, tornou-se devota a Nossa Senhora de Fátima aos 49 anos, após o navio em que viajava naufragar, durante a Segunda Guerra Mundial, enquanto voltava do Rio de Janeiro.
Eudésia morreu em 16 de julho de 1981 e foi homenageada com seu nome dado a uma rua no Bairro dos Estados, em João Pessoa. Em 1911, concluiu o curso de professora na Escola Normal Oficial da Paraíba. Em 1915, tornou-se Professora, através do concurso público e foi ensinar em Serraria. Em 1934, concluiu o curso de Medicina (Defendeu a tese sobre Síndrome de Schickelé). Em 1943, viajava em navio que foi atacado, durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1955, lançou o livro Terra dos Tabajaras, que circulou nas escolas paraibanas. Em 1974, recebeu o título de cidadã Benemérita da Paraíba.
Eudésia Vieira é um exemplo da luta pela emancipação feminina, contrariando todos os pensamentos de sua época. Seu título de primeira paraibana e a única mulher da turma a conquistar o doutorado pela Faculdade de Medicina de Recife mostra como encarou e superou com garra e sabedoria os obstáculos. A admiração pela cultura de seu estado foi mostrada através de suas obras, que buscaram exaltar sua paraibanidade. O que pode ser confirmada em uma estrofe de um de seus poemas:
“Hino à Tambaú
Tambaú é praia linda,
A primeira entre as demais, porque é um raro conjunto de belezas naturais. ”
Enquanto mulher nordestina, mãe e negligenciada da história, procurou dar visibilidade aos silenciados da sociedade histórica. Como retratou em seu livro: Terra dos Tabajaras, dando voz aos índios da Paraíba, denunciando o processo de escravidão do seu estado. Assim como outras mulheres, revolucionou sua época e deixou marcas que vigoram até hoje, porém sua condição social como mulher e nordestina não permitiu que tivesse o reconhecimento que merecia.
Israela Ramos
Fonte: https://www.olimpiadadehistoria.com.br/especiais/excluidos-da-historia/verbetes/809