Pesquisa e texto: Jonas do Nascimento dos Santos
Naturalidade: Campina Grande-PB
Atividade artístico-cultural: contramestre de Capoeira
Títulos e homenagens: Medalha de Honra ao Mérito Municipal pela CMCG (Câmara Municipal de Campina Grande) em 4 de novembro de 2021
Instagram: @evaldomorcego
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A capoeira entrou na vida de Evaldo Batista dos Santos, mais conhecido como Evaldo Morcego, aos nove anos de idade, mas foi apenas aos 18 que a prática conquistou seu interesse e dedicação. Com mais de 25 anos de capoeira, o contramestre sempre se mostrou atraído por manifestações da cultura afro-brasileira. Este fascínio e entusiasmo, resultou na idealização de eventos como Coco no Quintal, Calçada Cultural e Sexta Negra, reunindo alunos praticantes e mestres da capoeira, assim como grupos de samba de coco e de terreiro. Se autodeclara como filho do terreiro de São Vicente Mariano, um tatalorixá, um dos mais antigos da Paraíba.
Costuma falar sobre a infância, na qual brincava pendurado ou, como bem lembra, “pegava morcego” nos veículos que perambulavam pelas ruas de Campina Grande. A brincadeira de criança foi o que motivou a origem de seu apelido, que repercutiria ao longo de toda a sua vida. Mais chamado de “Morcego” do que de Evaldo, antes havia optado por seguir outros caminhos, chegando a ingressar brevemente no curso de História, buscando aprimorar seu conhecimento sobre o passado de seu povo e de seu país. Entretanto, sua euforia foi minada pela falta do sentimento de brasilidade encontrado no início de sua jornada acadêmica.
Por muito tempo ele vem ministrando aulas de capoeira pelos bairros de Campina Grande, e em escolas municipais. Principalmente através de um dos maiores projetos culturais e educativos do Brasil, o Capoeira nas Escolas. Evaldo é um dos grandes defensores da prática da capoeira na vida de jovens e enfatiza constantemente os benefícios proporcionados por ela. Aproximadamente 40 mil jovens experienciaram o impacto dos projetos e ações realizadas por Evaldo. Esse número expressivo reflete no riso de orgulho que toma conta de sua face ao falar sobre isso.
Como palestrante, o capoeirista fez parte do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) da Paraíba. Marcou presença na Semana de Combate à Intolerância e ao Racismo, realizada em 2017 por instituições de ensino superior. Ativista nato, Evaldo dedica parte de sua vida à luta por garantia dos direitos da população negra, comunidades de terreiro e quilombolas no estado da Paraíba. Com seu trabalho e religiosidade sendo alvo de atos discriminatórios, afirma que essa realidade serve de motivação para a persistência de sua luta. Evaldo também reforça a importância do combate ao racismo estrutural, institucional, e da presença e estímulo de discussões raciais, culturais e sociais para além da universidade.
Em 2021, recebeu da Câmara Municipal de Campina Grande, a Medalha de Honra ao Mérito, juntamente com os capoeristas Marcos Antônio Batista (Mestre Sabiá) e Francimário de Souza (Mestre Neguinho) na ocasião também foi comemorado a Semana Municipal da Capoeira. A vereadora Jô Oliveira (PCdoB), autora da propositura, fez a entrega dos títulos e destacou a importância de homenagear as pessoas que fazem cultura na cidade, nas periferias e nas escolas públicas.
Fontes:
https://www.campinacultural.com/post/o-ativismo-do-contramestre-morcego
https://www.xn--esperanareeditada-gsb.com/search/label/Evaldo%20Morcego