Naturalidade: Teixeira – Paraíba
Nascimento: 12 de julho de 1881 / Falecimento: 1º de outubro de 1958.
Atividade artístico-cultural: Escritor
Atividade / Exercício Profissional: Agricultor, criador, comerciante, professor do Liceu Paraibano e do Seminário Diocesano, presidente do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano. Patrono da cadeira nº 22, do Quadro de Sócios Efetivos do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, a qual teve como fundador o engenheiro agrônomo Laudimiro Leite de Almeida.
Florentino Barbosa Leite nasceu de uma tradicional família arraigada no Nordeste, filho do casal José Barbosa Nogueira da Paz e D. Secundina Leite Ferreira. Ele pertenceu ao tronco Pedro Leite Ferreira e Isabel Gomes de Almeida, e representa a quinta geração daquele casal que veio para a Paraíba em 1775. Esse tronco ramificou-se para Conceição, Piancó e Teixeira. Florentino Barbosa pertence ao ramo que se fixou em Teixeira, sendo tataraneto do casal Pedro e Isabel. Seus pais geraram sete filhos, sendo ele o segundo do casal.
Fez seus estudos primários em sua terra natal, tendo seus pais, seguindo a tendência da época, inclinado o jovem para seguir a carreira sacerdotal. Aos 15 anos veio para a capital do Estado, onde ingressou no Seminário da Diocese, criado em 1894 pelo primeiro bispo da Paraíba, D. Adauto Aurélio de Miranda Henriques.
No Seminário realizou os estudos (preparatórios) e Superior de Filosofia e Teologia, onde se ordenou padre no dia 12 de novembro de 1905, na Catedral de Nossa Senhora das Neves; em 1908. Imediatamente o padre Florentino foi designado vigário de Teixeira, sua terra natal, e no ano seguinte designado para Cabaceiras. Depois, foi deslocado para a cidade de Sapé, tendo sob sua responsabilidade, na função de cura, as capelas de Nossa Senhora do Patrocínio, da Fazenda Una; Nossa Senhora da Conceição, de Anta do Sono e Gendiroba; São João Batista, de Sobrado; e São Gonçalo de Fundo do Vale.
À frente do Curato de Sapé, Florentino Barbosa fundou diversas escolas e promoveu aulas de catecismo, contando com o total apoio dos paroquianos para a execução dos seus trabalhos. Tempos depois sem o apoio dos paroquianos para a execução do seu trabalho, e com a saúde precária, afastou-se da função, sendo substituído pelo padre José Trigueiro.
Viajou para a Itália em 18 de agosto de 1908, permanecendo em Roma para estudar na Universidade Gregoriana, no Pontifício Colégio Pio Latino Americano, tendo como companheiro o padre Pedro Anísio Bezerra Dantas. Em 1911, no Vaticano, doutorou-se em Filosofia, regressando à Paraíba. Estudioso de Filosofia, Genealogia, Sociologia e História, D. Adauto aproveitou-o no Seminário Diocesano como professor de Filosofia, e mais de Física e Química.
Em 1921, por motivo de doença, Florentino deixou o magistério sendo deslocado para o Rio de Janeiro, onde permaneceu durante oito anos. Ali, como vigário, ocupou a freguesia de Paquetá, ele cuidou da Capelania da Irmandade da Nossa Senhora da Mãe dos Homens, e do Colégio Santos Anjos.
Após a melhoria do seu estado de saúde, o padre Florentino Barbosa retornou à Paraíba e reassumiu o magistério no Seminário Diocesano e no Colégio Pio X. Ministrou aulas de Química e Física na Escola Normal do Estado, de Filosofia no Colégio Estadual da Paraíba, e de História da Filosofia no Curso Complementar que funcionava no Colégio Estadual da Paraíba. Sua dedicação ao ensino credenciou-o como um dos melhores professores do seu tempo, pelo conhecimento da matéria que lecionava, e por sua metodologia moderna no preparo e exposição de suas aulas.
O padre Florentino Barbosa, então vigário de Teixeira, foi admitido no Instituto Histórico e Geográfico Paraibano como sócio correspondente, em 28 de agosto de 1906, tendo, também, na mesma data, ingresso o líder teixeirense Dr. Manoel Dantas Correia Góes.
Após sua titulação pela Universidade Gregoriana, e voltando a residir na capital, Florentino Barbosa, em sessão do IHGP de 15 de março de 1914, teve seu nome aceito como sócio efetivo, tomando posse na sessão seguinte, a 5 de abril daquele ano. Logo no dia do seu ingresso pronunciou seu primeiro trabalho, intitulado Clero Ilustre da Paraíba. Seria o início de uma grande colaboração intelectual como historiador.
Sua intervenção seguinte no Instituto ocorreu na sessão de 5 de julho de 1914, quando o consócio Ascendino Cunha leu uma memória sobre a Revolução de 1817, que pretendia apresentar no I Congresso Nacional de História. Após a leitura, o padre Florentino Barbosa tomou a palavra para contestar os pontos daquela memória em que o autor tratou dos malefícios trazidos pelos jesuítas. A discussão acalorou-se, tendo o presidente Flávio Maroja encerrado a sessão. O assunto não ficou encerrado aí, pois na sessão de 5 de outubro daquele mesmo ano Florentino Barbosa apresentou um trabalho intitulado OS JESUÍTAS NA PARAHYBA, referendando seus conceitos apresentados no primeiro embate com Ascendino Cunha, pronunciando uma calorosa exaltação à ação jesuítica na província.
Nesse ano, Florentino Barbosa começou a participar da Diretoria do Instituto, figurando como membro da Comissão de Sindicância e Contas. Ainda em 1915, Florentinos Barbosa com Irineu Pinto e Matheus de Oliveira representaram o Instituto no IV Congresso Brasileiro de Geografia, realizado no Recife, onde Florentino falou na sessão inaugural. Na sessão de 29 de 04 de 1920, Florentino foi eleito Secretário Geral da Diretoria do VII Congresso Brasileiro de Geografia, que se realizaria na capital.
Em 20 de abril de 1931, após a reforma dos Estatutos, foi feita eleição para a Diretoria que completaria o mandato até 7 de setembro daquele ano, sendo eleito o já então Cônego Florentino Barbosa para Presidente. O nome do Cônego Florentino continuou bastante tempo participando da Diretoria, até a sua morte em 1958.
A última sessão a que o Cônego Florentino Barbosa compareceu foi a 27 de abril de 1957, quando comunicou que terminaria em breve seu livro A Pequena Açudagem no Hinterland Nordestino e As Suas Vantagens, ressaltando os pontos mais interessantes ligados ao fenômeno das secas.
Florentino escreveu vários artigos que foram publicados nas Revistas do IHGP. São de sua autoria: Metafísica versus Fenomenismo, 1920; A Família, sua origem e evolução, 1948; A Família Leite no Nordeste Brasileiro, 1948; O Problema Fundamental do Conhecimento, 1953; Os Mistérios da Fé; Problemas do Norte; Constituição do Solo Brasileiro.
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