Naturalidade: Teixeira-PB
Nascimento: 05 de maio de 1882 / Falecimento: 26 de janeiro de 1930
Atividades artístico-culturais: poeta popular, escritor e editor.
Folhetos de sua autoria: Saudades do Sertão (1902); A vida de Antônio Silvino (1904, reeditado em 1905, 1906 e 1907); A morte de Cocada e a prisão de suas orelhas (1908); A maldição da nova seita (1908); Resposta ao poldro do meu colega (em resposta a um poema de Leandro Gomes de Barros 1909); A descrição do Amazonas; História de Guiomar; História de Maria Rita; Torpedeamento dos vapores “Paraná”, “Tijuca” e “Lapa” (1917); A história completa de Antônio Silvino: sua vida de crimes e seu julgamento (1919). Entre os anos de 1920 a 1928, foram editados os folhetos: O marco de Lampião, Conselhos do Padre Cícero a Lampião, Os decretos de Lampião (como ele foi cercado pela Polícia paraibana em Tenório, onde morreu Levino Ferreira, seu irmão), A morte do Inspetor de Santa Inês, O valente Vilela; Os revoltosos no Nordeste, A hecatombe de Piancó e a morte do Padre Aristides, Novos crimes de Lampião, O mundo às avessas, O povo na Cruz, A caravana democrática em ação e a História do capitão Lampião, desde o seu primeiro crime até a sua ida a Juazeiro – “contendo a luta do serrote Preto, o fechamento do corpo de Lampião por um feiticeiro, o pacto de Lampião com o Diabo e a Luta com o tigre”.
Romances: O amor de Celina, que depois ganhou o título de Casamento e mortalha – História da Imperatriz Porcina, versificada a partir do livro de Balthazar Dias, O triunfo do amor, inspirado no romance Quo Vadis?; História da escrava Isaura, inspirado no livro de Bernardo Guimarães, e a História de Esmeraldina, baseada na nona novela da segunda jornada do Decameron, de Boccaccio.
Francisco das Chagas Baptista lançou seu primeiro folheto em 1902, chamava-se “Saudades do Sertão”. Em 1905 vendeu folhetos no Recife e em Olinda passou pouco tempo no seminário; depois, trabalhou na ferrovia de Alagoa Grande.
Por volta de 1911 mudou-se para a Parayba (antigo nome de João Pessoa) e negociava com livros. Em 1913, fundou a Livraria Popular Editora, editando paródias, modinhas, novelas, contos e poesia, e se firmou como um dos intelectuais da época.
Em 1929, publica o livro “cantadores e poetas populares”, imprescindível para a pesquisa em literatura popular em verso; por conter as mais antigas e confiáveis informações sobre esta forma poética. Ele foi um dos primeiros editores de cordel e imprimiu produções de muitos poetas populares da época, exceto de João Martins de Ataíde.
Francisco das Chagas Batista morreu em João Pessoa, no dia 26 de Janeiro de 1930. A Popular Editora de sua propriedade passou a ser dirigida por sua esposa Hugolina Nunes, mas não continuou por muito tempo, entrando em concordata em 1933. Dentre os seus 11 filhos que teve com Hugolina, destaca-se Sebastião Nunes Batista, folclorista, que produziu boas obras referenciais do cordel como a “Antologia de Literatura de Cordel” publicada em 1977.
Confira um trecho de um folheto – Antônio Silvino: Vida, Crimes e Julgamentos de Francisco das Chagas:
Leitor, em versos rimados
Vou minha história contar,
Os crimes que pratiquei
Venho agora confessar.
Jurando que da verdade
Jamais me hei de afastar.
Pedro Batista de Almeida,
E Balbina de Morais,
Casados catolicamente,
Foram meus legítimos pais
Nascidos em Pernambuco
E do Pajeú naturais.
Nas margens de Pajeú
No distrito de Ingazeira,
Vi o sol a vez primeira
Ao nascer trouxe nas veias
Sangue da raça guerreira.
(BATISTA, Francisco das Chagas, 1975).
Fonte/Folheto Virtual-Cordel Francisco das Chagas
Fontes:
http://www.casaruibarbosa.gov.br/cordel/FranciscoChagas/franciscoChagas_biografia.html#