Naturalidade: Campina Grande-PB
Nascimento: 25 de outubro de 1916 / Falecimento: Janeiro de 2005
Atividades artístico-culturais: cantador de viola, cordelista, vendedor de folhetos e fotógrafo de feira (lambe-lambe).
Filho de pais agricultores começou cedo a trabalhar no campo, tendo frequentado a escola por apenas três meses. Contudo, foi considerado um dos grandes expoentes do cordelismo, ao lado de Leandro Gomes de Barros, João Martins de Athayde e João Benedito.
Em 1927, transferiu-se para Caruaru, agreste pernambucano, onde trabalhou entre outras coisas, como cantador de viola. Abandonou a Viola em 1954, oficio que exerceu durante catorze anos, desde então se dedicou à poesia de composição. Na poesia de composição os artistas são conhecidos como poetas de bancadas ou de cordel – pessoas que escrevem folhetos rimados, tradicionalmente vendidos em feiras populares expostos em fios de barbante.
Seu primeiro folheto foi publicado em 1946 e se chamava “O casamento de Chica Pançuda com Bernardo Pelado”. Como os bons poetas, percorreu várias temáticas: aventura – As presepadas de Pedro Malazartes, em que aborda a astúcia e a malandragem; cantorias, desafios e emboladas – A malassombrada peleja de Francisco Sales com o Negro Visão.
Dentre os temas mais recorrentes em seu trabalho, estava o romance e o conto de encantamento, nesse viés uma de suas obras mais celebres foi – O homem da vaca e o poder da fortuna, publicado em 1963 e adaptado para o teatro pelo Mestre Ariano Suassuna, dez anos depois. Além da obra adaptada por Ariano Suassuna, também tratou de fatos políticos, como no folheto A lamentável morte do presidente Getúlio Vargas.
Sua obra é extensa passando de uma centena de títulos publicados por várias tipografias e editoras como a Folhetaria Borges, em Bezerros (PE); Art-Folheto São José, em Caruaru (PE); Luzeiro do Norte (PE); e, Luzeiro (SP). Costumava usar o acróstico FSALES no final de seus poemas. Faleceu em Caruaru (PE), em janeiro de 20015, na casa da filha.
Em sua sextilha de abertura, escreve:
“Tem pessoa neste mundo
Que já nasce afortunada
Embora que passe tempos
Sem poder arranjar nada
Mas depois vem a fortuna
Lhe pegar de emboscada”.
(Arêda: O homem e o poder da fortuna)
E na “A casa mal-assombrada”, verseja:
“Senhores, quem é poeta
está sujeito encontrar
com espírito maconheiro
cheio de truque e azar
que na vida foi poeta
morreu inda quer versar.
Digo assim porque comigo
deu-se uma trapalhada:
noite de senhor São João
eu caí numa emboscada
que pensei me acabar
sem ver o fim da jornada”.
Fontes:
http://www.casaruibarbosa.gov.br/cordel/FranciscoSales/franciscoSalesAreda_biografia.html#
http://cgretalhos.blogspot.com.br/2012/05/francisco-de-sales-areda.html#.VVttnrlViko
http://www.interpoetica.com/site/index.php?option=com_content&view=article&id=297&catid=50
http://cordel1002.blogspot.com.br/2013/11/francisco-sales-areda.html
http://www.ablc.com.br/historia/hist_cordelistas.htm
Pesquisador: José Paulo Ribeiro, e-mail: zepaulocordel@gmail.com.