Naturalidade: Guarabira – PB
Nascimento: 25 de março de 1966 / Falecimento: 1982
Atividade artístico-culturais: Poeta e escritor
Geraldo Alverga Cabral foi um poeta paraibano de grandes méritos na cultura de seu município. Nasceu na cidade de Guarabira e lá começou a fazer os seus primeiros poemas. Mais tarde, ainda em Guarabira, editou o seu primeiro livro de poesia. Filho do ex-vereador Guarabirense Geraldo Alverga Cabral e da Professora Marisa Alverga, Geraldo viveu intensamente sua curta, porém prolífica, vida poética.
O poeta guarabirense começou sua carreira aos 15 anos de idade, foi nesse período que conheceu talentosos escritores locais e fez suas primeiras publicações alternativas, tendo, também, participado de movimentos independentes de poesia.
Geraldo Publicou o livro “Algemas”, em 1982, e neste mesmo ano idealizou e lançou o primeiro número do jornal “A Toca do Poeta”. O ano de 1982, também foi marcante pelo seu falecimento precoce; morreu em São Paulo, vítima de uma meningite.
No ano seguinte, 1983, foram publicadas obras póstumas do escritor, os livros ‘Tortura” e “Olhos Vendados”, ambos, coletâneas de suas poesias.
Sua mãe decidiu dar prosseguimento ao seu periódico. A frente do jornal, Marisa Alverga acrescenta ao título o denominativo “meu” e rebatizou o mensário como “A Toca do (meu) Poeta”.
A toca do (meu) Poeta
Na primeira edição do Jornal, inicialmente “A toca do Poeta” (1982, p.1), o editor Geraldo Alverga afirmou em texto editorial que “Guarabira precisava de um maior intercâmbio nacional e eis que surge a Toca”.
A Toca do (meu) Poeta é um jornal literário com publicação mensal, bimestral e semestral. É um espaço de divulgação de trabalhos poéticos de escritores de todo país.
Poetas premidos no cenário cultural local, a exemplo de André Filho, Baltazar Filho, Elias dos Santos, naturais de Guarabira, tiveram seus primeiros trabalhos poéticos publicados no jornal. Atualmente o periódico é coordenado pela escritora e poetisa Marisa Alverga, acumulando mais de 200 edições.
A Toca do (meu) Poeta é o jornal alternativo editado por mais tempo em Guarabira. Seu retrospecto positivo lhe rendeu, em 2003, pela Casa do Poeta Brasileiro, Goiânia-GO, o diploma Láurea Literária Nacional Maria Abdala Nascimento.
PENSAMENTOS DE GERALDO ALVERGA:
“Do escritor roubam a máquina, nunca a mão e o pensamento”.
“Só os covardes não erram, porque nunca decidem”.
“A única coisa de real e concreta que existe é a morte”.
“Solidão é, também, viver rodeado de imbecis”.
“O autógrafo de um poeta está nas suas poesias”
“Meus sonhos de criança transformaram-se em guerras de adultos”.
POEMAS DE GERALDO ALVERGA:
UTOPIA
Querida
O que
Tu queres
Pertence
Ao mundo
Fantástico
Da
Utopia.
CONSTÂNCIA
Eu nasci antes
Da comida e da fome
Eu nasci antes
Da bebida e da sede
Eu nasci antes
Da morada e do nômade
Eu nasci ontem
Vivo o hoje
Amanhã não sei.
EPITÁFIO
Aqui jaz
A voz e o violão
Que encantou plateias.
Aqui jaz
Para sempre
ELIS REGINA.
SÓ…
Só
Os poetas
Vêm a lua
De dia
O sol
De noite
E o fogo
Na água.
COURO MALDITO
Estes sapatos que tu usas
Já foi muito usado
Era um bicho do mato
Que o tempo transformou em calçado
Este casaco de pelo
Que te cobre de luxo
Foi uma onça pintada
Que hoje falta no mundo!
A ÚLTIMA VEIA DE CHICO ENGRAXATE
A última ceia de Chico
Foi quando Chico nasceu
Sua mãe o amamentou
Até hoje Chico não mais comeu
Chico também é chamado
De povo brasileiro.
DRA. HORA
Eu só queria
Saber a hora
Em que a hora
Não tivesse hora
Para marcar a hora
Que eu tenho de chorar
Fontes:
http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/182110
http://www.brejo.com/colunistas/wmprint.php?ArtID=415
http://programasemfronteiras.blogspot.com.br/p/entrevistas.html
Uma resposta
Muito me alegro e regozijo em ler e revendo “A toca do meu poeta ” e outros mensagens que marcaram a curta passagem de um poeta sonhador nosso querido mestre Geraldo Alverga, que Deus continue abençoando a toda família familiares e amigos.