Naturalidade: Mamanguape – PB
Nascimento: 12 de dezembro de 1942
Atividades artístico-culturais: Cantor, poeta, compositor, repentista e cordelista.
Discografia: Côcos (1975), De… Repente Acontece (1977), Me Enganei com Minha Noiva (1978), Côcos e Emboladas (1991), Cantar Côco é Assim (1991).
Títulos/Comendas: Mestre das Artes, pelo Conselho Estadual da Cultura. Recebeu a Medalha Augusto dos Anjos.
Geraldo Jorge Mousinho é considerado, junto com o seu parceiro Cachimbinho, um dos grandes mestres do Coco de Embolada. A dupla é referência no cenário musical brasileiro. O artista é um grande incentivador da inclusão da Literatura de Cordel nas escolas.
Aos 15 anos de idade, Geraldo Mousinho começou sua trajetória. Sem a orientação da família, contou apenas com o apoio dos amigos. Nos anos de 1970, iniciou a sua carreira profissional acompanhado de outros cantores de embolada. Naquela época, os artistas ainda usavam o ganzá ao invés do pandeiro. Foi, então, um dos primeiros a introduzir o instrumento nas cantorias. Cantou em fazendas de Campina Grande e viveu durante 5 anos em Caruaru (PE) onde trabalhou com artistas como Golado, Azulão, entre outros.
No início de 1980, conheceu Tomás Cavalcante da Silva, o Cachimbinho. Naquele período, seu futuro companheiro de trabalho já havia feito parcerias com muitos outros cantadores. A dupla foi formada já naquela época. Ao longo dessa trajetória juntos, se apresentaram em diversos estados brasileiros, participaram de festivais e gravaram nove LPs.
O artista paraibano é reconhecido em todo país. Tem canções de sua autoria gravadas por Sandro Becker, Livardo Alves, Quinteto Violado, pela dupla Caju e Castanha, Zeca Baleiro e pelo sanfoneiro Amazan. Em 2010, ficou em terceiro lugar no Festival Forró Fest com a música “Coco Babão”, interpretada por Escurinho.
Geraldo Mousinho, ao longo da carreira, gravou mais de 15 LPs. Ele conta como lançou o primeiro. “Já tinha ido a São Paulo e não consegui gravar nada. Fizemos muitos forrós por lá. Com dois meses que havíamos chegado de volta, apareceu, em Recife, um rapaz estudante que era nosso fã, gostava e conhecia o nosso trabalho e nos ajudou a gravar pela Continental onde ainda gravamos 4 LPs”, relembrou.
Participaram no Rio de Janeiro do programa de Adesão Alves e Jackson do Pandeiro na Rádio Nacional. Naquele período, só eram convidados os artistas selecionados nacionalmente. Também estiveram no Almoço com as Estrelas, de Ailton Rodrigues, além do programa de Rolando Boldrim, ambos na TV Cultura, em São Paulo.
O cantor reconhece que muito do seu sucesso se deve ao companheiro Cachimbinho. “Um dia eu vinha a pé de Rio Tinto para Mamanguape e vi ele passando de caminhão e pensei “que cantador horrível, vindo de caminhão”, mas fui ver sua apresentação na feira e quando foi depois eu mesmo tive a felicidade de estar num caminhão, disse. A amizade começou semanas depois. “Muitas das apresentações nos íamos de caminhão porque era o transporte da gente. Quem tinha um jipe ou uma rural era rico. Foi o parceiro que mais me aguentou, foi no tapa, em discussões, nas viagens, ficávamos uns três ou quatro dias sem se falar, mas a gente sempre se entendia, acabava tudo bem e começávamos nossa luta de novo”, ressaltou.
Foram pelo menos vinte anos no auge, fazendo apresentações por diversas regiões do estado e ganhando cachê suficiente para manter a sua família. Dentre esses shows, tiveram a oportunidade de dividir o palco com o saudoso Jackson do Pandeiro, na feira de São Cristovam, no Rio de Janeiro.
Em 2007, foi concedido a Geraldo Mousinho o Título de Mestre das Artes, pelo Conselho Estadual da Cultura, por seus trabalhos dedicados à arte e à tradição da cultura do Estado paraibano, através da Lei Canhoto da Paraíba. Geraldo e Cachimbinho também receberam pela Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba a comenda de maior destaque, a Medalha Augusto dos Anjos.
Em 2012, foi homenageado pelo SESC João Pessoa por sua contribuição à arte. Na ocasião, também foram gravados um CD com 18 faixas, por diversos artistas, e um documentário com depoimentos da dupla que fez história. Ambos foram intitulados “Mestres da Embolada: Cachimbinho e Geraldo Mousinho”.
O embolador paraibano tem se dedicado à literatura de cordel, escrito críticas políticas humoradas e, junto do filho Ginaldo Mousinho, apresentado o programa Cultura Nordestina na Rádio Alvorada FM de Jacaraú (PB). Nele recita cordéis e canta repentes acompanhado da viola.
Fonte:
http://geraldomousinho.blogspot.com.br/2011/05/geraldo-mousinho-homenagiando-jackson.html
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