Município: João Pessoa-PB
Ano de fundação: 2005
Contato: (83) 3208-3145
Facebook: https://www.facebook.com/sescpb/posts/420228834702565
Coreógrafo e professor do grupo: Pedro Cândido
Figurinista: Irene Cavalcanti
Composição: Ao todo são 25 mulheres que compõem o Grupo, pertencente ao SESC de João Pessoa-PB.
O grupo “Mulheres do Cangaço” foi criado com o objetivo de ampliar o conhecimento da cultura regional popular das pessoas através de suas apresentações. Os integrantes promovem em suas exibições as temáticas do sertão nordestino e fazem tributos a Maria Bonita.
Apesar de ser composto pela “melhor idade”, e só ter membros com mais de 60 anos, o grupo anima o público com um repertório que oferece renomados clássicos da música regional e coreografias que evidenciam a propagação dos costumes e tradições do povo nordestino.
Elas ensaiam três vezes por semana durante cerca de três horas. O professor e coreógrafo Pedro Cândido, responsável pelo grupo que fundou há 10 anos, disse que viaja com elas para apresentações nas cidades mais próximas. A agenda é sempre cheia, uma média de cinco shows por mês e nenhuma reclama. As “bixinhas”, assim Pedro as trata carinhosamente, não dão trabalho nesse vaivém todo. Elas gostam e ficam animadas. Devido à idade do grupo, o Xaxado foi adaptado a um novo ritmo com passos mais leves.
O figurino do grupo é uma criação de Irene Cavalcanti, 71 anos, estilista e costureira. A integrante do grupo Petronila Silva de 67 anos é a única que ainda trabalha, é bibliotecária. Socorro Costa, é professora de artes e confecciona bonecas de pano que são mostradas na dança. Fátima Quirino compôs o hino de “As Mulheres do Cangaço”
Cada uma tem uma história para contar. “Quando eu danço, vivo um momento mágico!” diz Elza Chaves. A frase nem chamaria a atenção se fosse dita por um jovem, mas, ela tem 84 anos e dança xaxado. Sim ela e mais 24 idosas com idades que variam de 67 até 84 anos.
Dona Elza, enfatiza “quando vai xaxar sente-se com 50 anos, pois deixa os 34 restantes em casa. Sua saúde é ótima, não tem diabetes, hipertensão, osteoporose e nem faz dieta. Ela completa “Só tenho medo de morrer de viagem de avião”.
Para as Mulheres do Cangaço o que importa é a dança, o ritmo que elas gostam e se apresentam, e cantam com uma alegria contagiante ao som da música: Bate com o pé xaxado/Bate com o pé rachado…
Origem do Xaxado:
A paternidade dessa dança é convertida. Uma corrente afirma ter o xaxado raízes indígenas, por ser dançado em fila indiana ou em roda com fortes batidas no pé. Outros folcloristas dizem tratar-se de uma variante, de uma onomatopeia do parraxaxá, o grito de guerra dos cangaceiros na luta com a polícia, ou ainda, pelo barulho das sandálias arrastando no solo durante o “xaxar”.
Trata-se de um ritual antigo dos agricultores em separar a bagem (vagem) do feijão batendo nelas no chão e soltando os grãos causando o som xa-xa-xa. Com a chegada das mulheres na participação da dança, por volta da década de 1930, o xaxado ganhou alegria.
Os passos rápidos e ásperos ganharam variações, com os nomes cavalo manco, ataque, batido e tantos outros. Hoje o xaxado de ritmo binário até se aprende na escola dançando aos pares, com pífano, triângulo e sanfona.
Essas escolas estão espalhadas pelo Nordeste, voltadas para todas as idades. O espetáculo tem uma bela plasticidade devido ao ritmo, cores e batidas dos pés sincronizados. Luiz Gonzaga foi o seu grande divulgador. O xaxado é sem dúvida o mais belo legado que os cangaceiros deixaram.
Fontes:
http://www.mulheresdocangaco.com.br/bate-com-o-pe-xaxado/
http://revistaalgomais.com.br/edicaodigital/Edicao112/files-2013-06-17/assets/basic-html/page59.html