Município: João Pessoa – PB
Localização: Rua Maciel Pinheiro, Nº 38, Varadouro
Ano de fundação: 2007
Direção: Christina Streva
Contatos: (83) 9 9992-9821 / 9 8853-9533 / 9 9623-2142 / 9 8711-5991
E-mail: contato@sertaoteatro.com.br
Site: http://www.sertaoteatro.com.br/grupo.htm
Facebook: https://www.facebook.com/coletivosertao
Espetáculos: Vereda da salvação (2007); Farsa da Boa Preguiça (2010/2012); Coronel de Macambira: Experimento (2010); Flor de Macambira (2011); Alegria de Náufragos (2015).
Prêmios: Domingos Sérgio Batista de Destaque da Cultura Paraibana (2007); Melhor Espetáculo e Melhor Direção com “Vereda da Salvação”, no Festival Aldeia SESC (2009); Funarte Myriam Muniz de Teatro, com “Coronel de Macambira” (2009); Funarte Interações Estéticas, com “Ser Tão Clowns” (2009); Funarte Artes Cênicas na Rua, com “Farsa da Boa Preguiça” (2009); Melhor Espetáculo pelo Júri Popular, com “Flor de Macambira”, no XVIII Festival Nordestino de Teatro do Ceará (2011); Teatro Myriam Muniz com “Roda SerTão” (2012).
O Grupo Ser Tão Teatro é formado por alunos e profissionais de Artes Cênicas do Departamento de Teatro da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e tem como objetivos pesquisar e difundir a linguagem teatral através de seus espetáculos.
Ao longo de sua trajetória, o coletivo tem se destacado no cenário nacional, se apresentando em diversos estados e vencendo premiações importantes. Através das pesquisas teatrais, o grupo explora a comicidade por meio do trabalho dos atores, utilizando referências do teatro popular e regional como base para a construção cênica.
Os espetáculos têm como foco a valorização da dramaturgia nacional, trazendo releituras de obras, construções autorais e adaptações de cenários e temas da realidade para os palcos. Em suas apresentações, o grupo debate ideias a partir dos assuntos que são abordados, como questões atuais do campo político e social.
Em 2007, o grupo montou sua primeira peça, intitulada “Vereda da Salvação”, baseada na obra homônima do escritor Antunes Filho, considerada um clássico do teatro moderno brasileiro. A narrativa original tem como tema um fato verídico e brutal da história do país, ocorrida no ano de 1955, quando trabalhadores rurais do norte de Minas Gerais protagonizaram uma luta agrária que teve um trágico desfecho. A partir dela, a equipe paraibana fez uma releitura e abordou a miséria, o fanatismo religioso e o conflito por terras.
Com circulação pela região Nordeste, “Vereda da Salvação” foi considerada pela crítica especializada como a melhor do ano, ganhando o Prêmio Domingos Sérgio Batista de Destaque da Cultura Paraibana. Em 2008, venceu as premiações de Melhor Espetáculo e Melhor Direção no Festival Aldeia SESC de Teatro do estado.
No ano de 2008, o conjunto foi responsável pela realização da I Mostra de Teatro de Grupo, em parceria com outros órgãos difusores da cultura local. O evento trouxe mesas, oficinas, debates e contou com a participação dos grupos Clowns de Shakespeare, do Rio Grande do Norte; Teatro Experimental de Arte de Caruaru, em Pernambuco; e do Parque Teatro de Fortaleza, no Ceará. A partir desse intercâmbio, a companhia passou a integrar o Movimento da Lapada, que realiza trocas artísticas e fomenta a articulação entre as equipes teatrais da região Nordeste.
Em 2010, veio a peça “Farsa da Boa Preguiça”, fruto de uma parceria com o Grupo Clowns de Shakespeare, com base na obra de Ariano Suassuna. Com direção de Christina Streva e Fernando Yamamoto, o projeto contou a trajetória de Joaquim Simão, um poeta nordestino famoso por um dos chamados sete pecados capitais. Um dos destaques da encenação foi a trilha sonora, composta especialmente para a montagem e executada ao vivo pelos próprios atores. Logo na primeira temporada, o espetáculo circulou pelos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, sendo assistida por 14 mil espectadores.
Ainda em 2010, realizaram a II Mostra de Teatro de Grupo, em parceria com o Programa BNB de Cultura, da Fundação Cultural de João Pessoa (FUNJOPE) e do Núcleo de Teatro Universitário (NTU). No segundo semestre, saíram em turnê pelo Nordeste, encenando o espetáculo “Vereda da Salvação”, passando por seis cidades do interior dos estados do Ceará, Bahia e Sergipe, através do Projeto BR de Cultura.
Um dos seus principais trabalhos foi criado no ano de 2011. A peça “Flor de Macambira” tem como base as obras “O Coronel Macambira”, escrita por Joaquim Cardozo, a “Farsa da Boa Esperança”, de Ariano Suassuna e “Veredas da Salvação”, da autoria de Jorge Andrade.
A narrativa do espetáculo de sucesso do grupo conta a história de Catirina, que era a mais linda flor da Fazenda Macambira. A jovem, que cede aos vícios e tentações mundanas, tenta salvar a si mesma e ao seu amado, mergulhando nas profundezas de sua própria alma. Ao mesmo tempo em que há personagens típicos do cotidiano brasileiro, como o coronel sanguinário, o padre mercantilista e o bicheiro corrupto, a trama traz também figuras curiosas, como o economista ilusionista, o banqueiro especulador e o marqueteiro enganador. Cena a cena, esses papéis foram apresentados aos espectadores, compondo assim um enredo rico em surpresas, comicidade e música.
“Flor de Macambira” foi encenada pelos atores Gladson Galego, Isadora Feitosa, Polly Barros, Thardelly Lima, Zé Guilherme, Fabiano Formiga, Cida Costa, Rafael Guedes e José Hilton, com direção musical de Beto Lemos e Zé Guilherme, direção cênica de Christina Streva e produção de José Hilton.
No ano de 2011, o grupo realizou a III Mostra de Teatro de Grupo: Edição Especial Teatro de Rua, com o patrocínio do Programa Caixa Cultural e do Fundo Municipal de Cultura de João Pessoa (FMC), que promoveu discussões, apresentações e troca de ideias em frente à nova sede do conjunto, localizada no Centro Histórico de João Pessoa.
Ao longo do mesmo ano, o espetáculo “Flor de Macambira” participou de mais de dez festivais nacionais de teatro em vários estados brasileiros, entre eles a abertura do 43º Festival de Inverno da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Diamantina, do XXXVI Festival de Inverno de Garanhuns, em Pernambuco, do XVIII Festival Nordestino de Teatro, em Guaramiranga, no Ceará, e do 7º Festival de Teatro de Vitória, no Espírito Santo.
Em agosto de 2011, o Grupo Ser Tão Teatro publicou seu primeiro livro, intitulado “Em 3 Atos”, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UNIRIO) e com patrocínio do Banco do Nordeste. Em outubro, o livro foi lançado na capital carioca durante a III Semana de Ensino de Teatro da instituição.
Entre os meses de janeiro e fevereiro de 2014, o grupo entrou em uma nova turnê, encenando o espetáculo “Flor de Macambira” em 11 estados da região Norte do Brasil, passando pelas cidades de Gurupi e Palmas, no Tocantis; Castanhal, no Pará; Macapá e Mazagão, no Amapá; Cantá, em Roraima; Manacapuru, no Amazonas; Plácido de Castro e Rio Branco, no Acre; e Porto Velho e Candeias do Jamari, em Rondônia. A companhia também passou por Alagoas, Bahia, Sergipe, Pernambuco, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
“Com a turnê, o Ser Tão Teatro realiza um sonho antigo: levar o nosso trabalho e vivenciar o intercâmbio com o povo e os artistas dessa região tão mágica do nosso país”, comemorou a diretora Christina Streva ao falar sobre o sucesso do trabalho. Durante as viagens, além de se apresentar, o grupo promoveu oficinas para atores em Palmas, Macapá, Rio Branco e Porto Velho.
No ano de 2015, o coletivo estreou a peça “Alegria de Náufragos”, elaborada em parceria com Giordano Castro, do Grupo Magiluth, e César Ferrário, do Clowns de Shakespeare. Teve como base a obra “Uma História Enfadonha”, escrita em 1988 pelo russo Anton Tchekhov. Na história original, o autor fala sobre um professor de 62 anos que faz um retrospecto sobre sua vida e que não encontra sentido naquilo tudo que construiu ao longo do tempo. Esse conto serviu como ponto inicial para o grupo paraibano refletir sobre questões do ser e do estar no mundo. Participaram do espetáculo Rafael Guedes, Thardelly Lima e a atriz convidada Cely Farias.
Em 2016, “Alegria de Náufragos” foi apresentada na sede da companhia, com incentivo do Fundo de Cultura Municipal (FCM) em um formato intimista e diferente dos espetáculos de rua. No palco de três lados, ao longo da peça, cada cenário ia sendo montado e revelado, tudo à vista do público.
Fontes:
http://www.sertaoteatro.com.br/grupo.htm
http://www.memorialdeartescenicas.com.br/site/teatro-c2/130-grupo-ser-tao-teatro.html
http://jc.ne10.uol.com.br/blogs/terceiroato/2016/08/12/ser-tao-teatro-mergulha-no-universo-autoral/