Pesquisa e texto: Jonas do Nascimento dos Santos
Naturalidade: João Pessoa-PB
Nascimento: 20 de maio de 1971
Atividade artístico-cultural: cantora, compositora e produtora cultural
Participação em Grupos Musicais: Bastianas (1999)
Formação Acadêmica: Licenciatura em Educação Musical pela UFPB; Graduação em Psicologia pela UFPB; Mestrado na área de Etnomusicologia pela UFPB
Facebook: https://www.facebook.com/jaqueline.alves.54584982
Jaqueline Alves é cantora, compositora, psicóloga, produtora cultural, consultora em projetos culturais e gerenciamento artístico, Mestre em Etnomusicologia e Licenciada em Música com habilitação em Instrumento pela UFPB. Desde criança sempre esteve muito ligada à música. Tudo que fazia tinha que ter música a acompanhando, até mesmo para dormir. Em sua infância ganhou vários instrumentos de brinquedo e sempre queria manipulá-los. Aos sete anos, mais ou menos, viu um violão de “verdade” em casa de um parente e ficou encantada. Desde então buscou querer aprender a tocar algum instrumento. O tempo passou e só aos dez anos de idade foi que teve seu primeiro instrumento que foi o violão. Na época, havia um vizinho que toda tarde ficava tocando violão e ficava “curiando” ele de cima de um muro. Certa vez disse à sua mãe, Joana Alves, que queria tocar aquele instrumento e pediu para ela comprar um. Mas, como ela era uma dessas crianças que tudo começava e depois deixava para lá, sua mãe disse-lhe que não iria comprar. Entretanto, após sua insistência e a sua invencionice de pegar um pedaço de madeira, pregar seis pregos de um lado e do outro, esticar umas linhas de nylon e comprar revistinhas de cifras para tentar aprender os acordes, ela acabou cedendo e comprou um instrumento de segunda mão, ou seja, já usado. Disse-lhe que queria ver se aquele desejo pretendia mesmo se sustentar. Esse violão foi justamente o do vizinho que não sabe por qual motivo, resolveu vendê-lo e foi assim que tudo começou.
Em 1999 recebeu o convite para participar do grupo musical Bastianas, onde atuou como cantora e violonista por quase sete anos. Desde então, apaixonou-se ainda mais pelos ritmos nordestinos, os quais já lhe encantavam desde criança. Começam a fazer parte de sua carreira Jackson do Pandeiro, Marinês, Luiz Gonzaga, João do Vale, Biliu de Campina, Antônio Barros e Cecéu, Dominguinhos, Oliveira de Panelas, etc. No que se refere a composições, a sua trajetória começou também junto ao grupo Bastianas. Suas músicas já fazem parte de CDs como o da Bienal da UNE, Forró da Band, CD da Cooperativa Brasil além do CD “Chama Pra Dançar” das Bastianas, onde a mesma tem nove canções de sua autoria das 14 registradas no CD. Loa Nordestina, título do seu CD solo, foi produzido por Dominguinhos e traz músicas de sua autoria como também da autoria do próprio Dominguinhos em parceria com Wally Bianchi. Enquanto produtora cultural fundou, em parceria com mais dois produtores culturais, o Projeto Balaio Nordeste, hoje, instituído como Associação Cultural Balaio Nordeste, uma ONG cultural, onde atuou ainda como professora de violão, teoria musical e técnica vocal por quase três anos.
Fez parte da comissão organizadora do VII Encontro da Associação Brasileira de Educação Musical NE e da coordenação artístico-cultural do II Fórum Paraibano de Educação Musical. Fez parte da comissão organizadora e da comissão científica do 3º e 4º Dia Percussivo. Fez parte da comissão de formatação de projeto e da comissão organizadora do I, II e III Encontro de Foles e Sanfonas da Paraíba. Tem trabalhos publicados em Anais de congressos e desenvolveu por dois anos consecutivos um trabalho de formação de professores da rede municipal de ensino junto às Professoras Ms. Caroline Brendel Pacheco e Ms. Daniella Gramani, ambas da UFPB, com as quais também desenvolveu um trabalho de Musicalização Infantil, através do grupo de estudos de Educação Musical Infantil da UFPB. Atualmente é professora de música da Escola Parque da Natureza da cidade de Brazlândia/DF.
Gosta de músicas que acrescentem algo em sua vida; músicas que lhe toquem sejam por suas letras ou por suas melodias e harmonias. Muito do seu gosto musical até hoje tem a ver com o ambiente a que esteve exposta em sua infância e adolescência. Herdada da sua escuta familiar, principalmente do seu avô, vem seu gosto pelas músicas de sonoridade nordestina, tais como o Forró tradicional e as cantorias dos repentistas. Ainda no campo desse universo nordestino é fã da estética e sonoridade das músicas de Zé Ramalho e Alceu Valença, bem como de outros artistas nessa linha. Mas também, em sua adolescência, aprendeu a amar a Bossa Nova, as músicas de protesto como também o universo musical da MPB. As músicas do Milton Nascimento, do Flávio Venturini, do Ivan Lins, por exemplo, povoam sempre seu cotidiano. Ela diria que as suas influências continuam sendo as mesmas e que nenhuma delas deixou de ser importante. Hoje, embora essas influências tenham sido ressignificadas por outros artistas, acredita ainda na força da música nordestina.
Fontes:
https://ritmomelodia.mus.br/entrevistas/jaqueline-alves/