Naturalidade: Pombal-PB
Nascimento: 1959
Atividades: Liderança paraibana do movimento negro e do movimento artístico e cultural.
João Silva Carvalho Filho, mais conhecido como João Balula, nasceu em 1959, em Pombal, no Sertão paraibano. Militante do movimento artístico e cultural, sua atuação se estendeu da música ao teatro. Desde muito cedo, João Balula se engajou na luta antirracista e como liderança do Movimento Negro Paraibano se tornou uma referência, lutou de forma intransigente e destemida contra o racismo. João Balula ocupou a Presidência da Federação Paraibana de Teatro Amador, participava dos desfiles de Carnaval e foi Vice-Presidente da Escola de Samba Malandros do Morro.
Em sua homenagem, o governador João Azevêdo inaugurou, no dia 20 de novembro de 2020, dia da Consciência Negra e data em que se celebra a existência de Zumbi dos Palmares, o Centro Estadual de Referência da Igualdade Racial – João Balula, a sede que funciona na Rua Rodrigues de Aquino, no Centro de João Pessoa-PB, é a 2ª do Nordeste e a 4ª do país com atendimento para casos de racismo e intolerância religiosa. O serviço tem o propósito de contribuir com a redução das desigualdades raciais e incentivar a equidade racial para a população negra, povos e comunidades tradicionais: quilombolas, indígenas, ciganas e de religião de matriz africana (candomblé, umbanda e jurema sagrada). Na ocasião, o chefe do Executivo estadual destacou que “estamos homenageando João Balula que foi para João Pessoa e para o Brasil um grande defensor da cultura e do combate ao racismo”, disse.
Balula faleceu na madrugada de quinta-feira, dia 21 de fevereiro de 2008, no Hospital Universitário Lauro Wanderley, por insuficiência respiratória, onde estava internado em estado grave vítima de Aids. O corpo do ativista de 48 anos foi velado durante a quinta-feira, mesmo dia do falecimento, na Central de Velórios Rosa de Saron, localizada no bairro de Jaguaribe, em João Pessoa de onde foi conduzido em viatura do Corpo de Bombeiros da Paraíba, por volta das 15h00s, para o Cemitério Parque das Acácias, no bairro de José Américo.
Atuou como Vice-Presidente da Escola de Samba Malandros do Morro, do bairro da Torre, coordenando os preparativos da Escola para os desfiles carnavalescos, colaborando com a produção de adereços e fantasias da agremiação até a data em que faleceu. Foi o pioneiro em João Pessoa, na produção do espetáculo da Paixão de Cristo.
De temperamento extrovertido, circulava por todos os poderes comportando-se como um simples que demonstrava muita perseverança na luta constante pela preservação da Cultura. Uma de suas conquistas foi a recuperação do Colégio Thomaz Mindelo, onde se concentram entidades culturais da cidade de João Pessoa-PB. Colaborou ainda na produção do Projeto de Bairro “Canta Torre”, por dois anos consecutivos. Também chegou a exercer algumas funções junto a Fundação Cultural de João Pessoa (FUNJOPE).
Israela Ramos
Fontes: