Pesquisa e texto: Jonas do Nascimento dos Santos
Naturalidade: Princesa Isabel-PB
Nascimento: 8 de julho de 1906 // Falecimento: 5 de novembro de 1992
Atividade artístico-cultural: musicólogo, compositor e escritor
Publicações: Influência Ameríndia na Música Folclórica do Nordeste, Raridades Musicais da Imprensa Imperial, Novos rumos do estudo do fado, Modinhas do Passado, Ernesto Nazareth na Música Brasileira, Ficção e Música, Folclore humorístico, Que é som metafísico? e Do Conservatório à Escola de Música: ensaio histórico
Formação Musical: Instituto Nacional de Música no Rio de Janeiro
Cargos Exercidos: Diretor da Escola de Música da UFRJ
João Baptista Siqueira foi um musicólogo, escritor e compositor paraibano nascido em 1906 na cidade de Princesa Isabel (PB), sendo irmão de José Siqueira, outro renomado compositor paraibano, tinha 14 anos quando mudou-se para o Rio de Janeiro, em 1928. Lá completou sua formação musical com Francisco Braga no Instituto Nacional de Música (atual Escola de Música da UFRJ) um dos grandes celeiros de compositores, regentes e musicistas eruditos do país naquela época, além de ter sido aluno e professor de harmonia e teoria musical, ocupou o cargo de diretor da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) na década de 1970. João Baptista Siqueira demonstrou intenso interesse pela cultura indígena como aspecto forte da música, da língua e da cultura brasileira. Aproximou-se deste tema em seus estudos por influência de Francisco Braga.
Ainda que João Baptista Siqueira seja para nós quase um ilustre desconhecido, há que se concordar que teve uma vida melhor que seu pai. No Rio de Janeiro pôde exercer a música com muito mais meios que teria em Princesa Isabel. Foi um importante pesquisador da música nacional, notadamente da indígena, que muito influenciou os sons brasileiros. Como teórico foi autor de vários livros, como “Influência Ameríndia na Música Folclórica do Nordeste”, “Raridades Musicais da Imprensa Imperial”, “Novos rumos do estudo do fado”, “Modinhas do Passado”, “Ernesto Nazareth na Música Brasileira”, “Ficção e Música”, “Folclore humorístico”, “Que é som metafísico?” e “Do Conservatório à Escola de Música: ensaio histórico”.
Além de seus escritos publicados, possui grande número de composições. Dentre elas, sua cantata em tupi “Cangerê”, o poema sinfônico “Boiúna” e a sinfonia “Nordeste”. Ele foi reconhecido como sendo um grande exemplo de artista voltado para todos os temas vinculados à alma nacional. Seus estudos sobre a influência ameríndia e sobre o lundu brasileiro revelam a sua bem orientada erudição nesses assuntos. Em dois de seus mais conhecidos trabalhos literários, revivesceu a modinha brasileira do passado e fez curiosas pesquisas sobre o fado.
Como nacionalista, pretendia valorizar a cultura dos povos indígenas ao relacionar a região de sua origem e o Rio de Janeiro, cidade de seu convívio. Os trabalhos com objetivo didático possuíam um forte elo com os cargos que exerceu na escola de música, pois vários deles foram criados para atender demandas institucionais. Em suas pesquisas sobre a música de salão e o teatro popular, Baptista Siqueira trouxe gêneros musicais existentes no século XIX no âmbito urbano no contexto do Rio de Janeiro. Ele faleceu no dia 5 de novembro de 1992 no Rio de Janeiro.
Além de compor três óperas e um balé , compôs três sinfonias e três poemas sinfônicos, um concerto para piano, obras de música de câmara , uma cantata, um motete e outras obras corais e canções de igreja.
Fontes:
https://www.discogs.com/artist/5705352-Baptista-Siqueira
https://anppom.org.br/anais/anaiscongresso_anppom_2023/papers/1751/public/1751-7867-1-PB.pdf
https://pqpbach.ars.blog.br/category/joao-baptista-siqueira/